{"id":102703,"date":"2014-02-13T00:00:18","date_gmt":"2014-02-13T02:00:18","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=102703"},"modified":"2014-02-12T22:43:14","modified_gmt":"2014-02-13T00:43:14","slug":"poluicao-ameaca-jacares-que-sobrevivem-no-rio-de-janeiro","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/02\/13\/102703-poluicao-ameaca-jacares-que-sobrevivem-no-rio-de-janeiro.html","title":{"rendered":"Polui\u00e7\u00e3o amea\u00e7a jacar\u00e9s que sobrevivem no Rio de Janeiro"},"content":{"rendered":"

Os jacar\u00e9 que sobrevivem nas \u00e1reas lacustres do Rio de Janeiro est\u00e3o amea\u00e7ados pelo crescimento urbano descontrolado da cidade e pela polui\u00e7\u00e3o de seus habitats.<\/p>\n

Apesar das consequ\u00eancias da expans\u00e3o de uma cidade de seis milh\u00f5es de habitantes ainda \u00e9 poss\u00edvel encontrar em lagoas e rios da Zona Oeste do Rio exemplares do jacar\u00e9 de papo amarelo.<\/p>\n

Mas as eventuais apari\u00e7\u00f5es urbanas deste r\u00e9ptil j\u00e1 amea\u00e7ado de extin\u00e7\u00e3o t\u00eam seus dias contados, segundo o bi\u00f3logo Ricardo Freitas Filho, que lidera uma iniciativa para lutar pela preserva\u00e7\u00e3o desta esp\u00e9cie no Rio de Janeiro.<\/p>\n

“Os jacar\u00e9s desta regi\u00e3o (Zona Oeste) est\u00e3o condenados a desaparecer pelo crescimento urbano sem controle e pela falta de preocupa\u00e7\u00e3o com a conserva\u00e7\u00e3o do habitat destes animais”, assegurou Freitas Filho em entrevista \u00e0 Ag\u00eancia Efe.<\/p>\n

Fundador e diretor do Instituto Jacar\u00e9, este bi\u00f3logo luta desde 2006 pela sobreviv\u00eancia deste r\u00e9ptil end\u00eamico da Am\u00e9rica do Sul e que habita regi\u00f5es pantanosas ou lacustres de pa\u00edses como Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bol\u00edvia.<\/p>\n

Sua batalha, relata, acontece em duas frentes: nas escolas, onde p\u00f5e em contato as crian\u00e7as com seus novos vizinhos pr\u00e9-hist\u00f3ricos, e no terreno, onde desenvolve um incessante trabalho de monitora\u00e7\u00e3o e controle destes animais que podem alcan\u00e7ar quase tr\u00eas metros e pesar mais de 100 quilos.<\/p>\n

“Capturamos, marcamos, recolhemos amostras de sangue e tecidos, e realizamos an\u00e1lise biom\u00e9tricas para entender o desenvolvimento e a adapta\u00e7\u00e3o dos jacar\u00e9s a estas condi\u00e7\u00f5es t\u00e3o adversas”, explicou.<\/p>\n

Um trabalho que fica pequeno, reconhece, frente ao avan\u00e7o incontrol\u00e1vel do tijolo que, desde a luxuosa Barra da Tijuca at\u00e9 o empobrecido de Campo Grande, incluindo a futura Cidade Ol\u00edmpica, invadiu as lagoas, as contaminou e transformou seus moradores originais, os jacar\u00e9s, em habitantes inc\u00f4modos.<\/p>\n

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edsticas (IBGE), sete dos dez bairros mais povoados de Rio est\u00e3o na Zona Oeste da cidade que, na \u00faltima d\u00e9cada, cresceu a um ritmo anual de 8%.<\/p>\n

As previs\u00f5es indicam que n\u00e3o h\u00e1 marcha \u00e0 r\u00e9: a expectativa de crescimento da Barra de Tijuca para 2020 se situa em torno de 31% segundo o Instituto Pereira Passos.<\/p>\n

Um expansionismo que todos os especialistas consideram desordenado e que, segundo Freitas Filho, tem sua principal v\u00edtima na pr\u00f3pria natureza. “A preocupa\u00e7\u00e3o ambiental do governo brasileiro, e concretamente do governo do Rio de Janeiro \u00e9 zero”, denunciou o bi\u00f3logo.<\/p>\n

“Em rela\u00e7\u00e3o ao jacar\u00e9, por exemplo, quase nada se fala e ainda menos se faz”, lamentou.<\/p>\n

A pesquisa realizada por Freitas revela um perigo ainda maior para este r\u00e9ptil que a pr\u00f3pria polui\u00e7\u00e3o e a presen\u00e7a humana. Seus estudos, segundo revelou \u00e0 Efe, mostram que 80% dos jacar\u00e9s que sobrevive na regi\u00e3o \u00e9 macho.<\/p>\n

Esta despropor\u00e7\u00e3o sexual letal para a esp\u00e9cie obedece “ao desconhecimento e \u00e0 falta de interesse das autoridades”, disse.<\/p>\n

“Todos os jacar\u00e9s do estado de Rio capturados por policiais, bombeiros e patrulhas ambientais s\u00e3o levados aos canais pr\u00f3ximos \u00e0s lagoas ao oeste da cidade. Trata-se de exemplares machos que, na busca de territ\u00f3rios de ca\u00e7a, acabam muitas vezes nas piscinas das urbaniza\u00e7\u00f5es”, explicou.<\/p>\n

O n\u00famero de jacar\u00e9 de papo amarelo que sobrevive na cidade \u00e9 um mist\u00e9rio que o bi\u00f3logo e sua equipe tenta resolver por meio de um censo. Do que tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 registro \u00e9 de ataques de jacar\u00e9s a pessoas, segundo asseguraram \u00e0 Efe moradores da regi\u00e3o.<\/p>\n

“\u00c9 um predador pouco agressivo que prefere esconder-se que atacar se n\u00e3o se sente muito amea\u00e7ado”, comentou Freitas Filho, acrescentando, por\u00e9m, “nunca se pode esquecer que \u00e9 um predador e que, portanto , \u00e9 preciso estar consciente que uma intera\u00e7\u00e3o err\u00f4nea, como se aproximar demais, incomod\u00e1-los ou dar-lhes comida, pode entranhar grandes riscos”.<\/p>\n

Por ora o que o jacar\u00e9 traz \u00e0s pessoas s\u00e3o benef\u00edcios j\u00e1 que “mant\u00e9m controlada a popula\u00e7\u00e3o de roedores”, seu principal alimento. Para o bi\u00f3logo, “o homem \u00e9 um perigo para o jacar\u00e9, n\u00e3o o contr\u00e1rio”. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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