{"id":103102,"date":"2014-02-27T00:00:59","date_gmt":"2014-02-27T03:00:59","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=103102"},"modified":"2014-02-26T22:59:21","modified_gmt":"2014-02-27T01:59:21","slug":"cientistas-desvendam-misterio-de-cemiterio-de-baleias-em-deserto","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/02\/27\/103102-cientistas-desvendam-misterio-de-cemiterio-de-baleias-em-deserto.html","title":{"rendered":"Cientistas ‘desvendam’ mist\u00e9rio de cemit\u00e9rio de baleias em deserto"},"content":{"rendered":"
Pesquisadores chilenos e americanos estabeleceram uma teoria para explicar a exist\u00eancia de um misterioso cemit\u00e9rio de baleias pr\u00e9-hist\u00f3ricas ao lado da rodovia Pan-Americana, no deserto do Atacama, no norte do Chile.<\/p>\n
Os cientistas acreditam que os cet\u00e1ceos ancestrais podem ter morrido ao consumir algas t\u00f3xicas, e que seus corpos foram parar no local que se encontram hoje – conhecido como Cerro Ballena (“Colina da Baleia”) – por causa da configura\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica da regi\u00e3o.<\/p>\n
Os animais est\u00e3o no local h\u00e1 5 milh\u00f5es de anos, e este ac\u00famulo de f\u00f3sseis seria o resultado de n\u00e3o apenas um, mas de quatro grandes encalhes.<\/p>\n
Os dados recolhidos sugerem que todas as baleias ingeriram as algas. Os mam\u00edferos mortos e os que estavam morrendo foram ent\u00e3o arrastados para um estu\u00e1rio e, em seguida, para a areia onde, com o passar do tempo, foram enterrados.<\/p>\n
Os estudiosos usaram modelos digitais em 3D dos esqueletos no s\u00edtio arqueol\u00f3gico e, depois, retiraram os ossos do local para mais an\u00e1lises em laborat\u00f3rio.<\/p>\n
Os resultados da pesquisa foram divulgados pela publica\u00e7\u00e3o especializada “Proceedings B of the Royal Society”.<\/p>\n
Criaturas bizarras<\/strong> – J\u00e1 se sabia que os f\u00f3sseis bem preservados de baleias eram comuns nesta \u00e1rea do deserto chileno, e eles podiam ser vistos saindo das rochas.<\/p>\n Mas apenas quando come\u00e7aram as obras para o alargamento da rodovia Pan-Americana que os pesquisadores tiveram a chance de estudar mais detalhadamente o local onde estavam os f\u00f3sseis.<\/p>\n Eles tinham apenas duas semanas para completar o trabalho de campo antes do in\u00edcio das obras na rodovia. Por isso, a equipe de cientistas apressou os trabalhos para registrar o m\u00e1ximo poss\u00edvel de detalhes do local e dos f\u00f3sseis.<\/p>\n Na an\u00e1lise feita no local onde os f\u00f3sseis estavam foram identificados os restos de mais de 40 baleias. Os cientistas tamb\u00e9m encontraram, entre estes f\u00f3sseis de baleia, outros, de predadores marinhos importantes e tamb\u00e9m de herb\u00edvoros.<\/p>\n “Encontramos criaturas extintas como a baleia-morsa – que desenvolveram uma face parecida com a de uma morsa. E tamb\u00e9m havia estas ‘pregui\u00e7as aqu\u00e1ticas’ bizarras”, disse Nicholas Pyenson, um paleontologista do Museu Nacional Smithsonian de Hist\u00f3ria Natural.<\/p>\n “Para mim \u00e9 incr\u00edvel que, em 240 metros (de uma obra de) abertura de estrada, conseguimos amostras de todas as estrelas do mundo dos f\u00f3sseis de mam\u00edferos marinhos na America do Sul, no final do per\u00edodo Mioceno. \u00c9 uma acumula\u00e7\u00e3o incrivelmente densa de esp\u00e9cies”, afirmou o cientista \u00e0 BBC.<\/p>\n Quatro eventos<\/strong> – A equipe de cientistas notou que quase todos os esqueletos estavam completos e as posi\u00e7\u00f5es em que foram encontrados tinham pontos em comum. Muitos estavam voltados para a mesma dire\u00e7\u00e3o e de cabe\u00e7a para baixo, por exemplo.<\/p>\n Tudo isto aponta para a possibilidade de as criaturas terem morrido devido \u00e0 mesma cat\u00e1strofe repentina. Mas as pesquisas mostram que as mortes n\u00e3o ocorreram apenas em um evento, foram quatro epis\u00f3dios separados durante um per\u00edodo de milhares de anos.<\/p>\n A melhor explica\u00e7\u00e3o que encontraram \u00e9 que todos estes animais foram envenenados pelas toxinas que podem ser geradas pela prolifera\u00e7\u00e3o de algas. Essa prolifera\u00e7\u00e3o \u00e9 uma das causas prevalentes para grandes encalhes de mam\u00edferos marinhos que vemos hoje.<\/p>\n “Todas as criaturas que encontramos, sejam baleias, focas ou peixes-agulha, est\u00e3o no topo da cadeia alimentar marinha e aquilo deve ter deixado (estes animais) muito suscet\u00edveis a prolifera\u00e7\u00f5es de algas t\u00f3xicas”, disse Pyenson.<\/p>\n Os pesquisadores tamb\u00e9m acreditam que a configura\u00e7\u00e3o do que era a costa em Cerro Ballena na \u00e9poca da morte dos animais contribuiu para que os corpos das baleias fossem levados para a areia, provavelmente al\u00e9m do alcance de animais marinhos necr\u00f3fagos, que teriam consumido os cad\u00e1veres.<\/p>\n Al\u00e9m disso, por esta ser uma regi\u00e3o que agora \u00e9 um deserto, poucos animais terrestres apareceram nos \u00faltimos s\u00e9culos para roubar os ossos.<\/p>\n Sem a prova ‘definitiva’<\/strong> – No entanto, por enquanto, os pesquisadores n\u00e3o podem afirmar com certeza que algas t\u00f3xicas foram respons\u00e1veis pelos encalhes. N\u00e3o h\u00e1 fragmentos de algas nos sedimentos, algo que poderia ser visto como a prova “definitiva”.<\/p>\n Cerro Ballena \u00e9 uma regi\u00e3o considerada como um dos s\u00edtios de f\u00f3sseis mais densos do mundo. Os cientistas calculam que podem existir centenas de esp\u00e9cies na \u00e1rea que ainda precisam ser descobertas e investigadas.<\/p>\n No momento, a Universidade do Chile, em Santiago, est\u00e1 trabalhando para construir uma esta\u00e7\u00e3o de estudos na \u00e1rea. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"