{"id":103129,"date":"2014-02-27T00:00:53","date_gmt":"2014-02-27T03:00:53","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=103129"},"modified":"2014-02-26T23:37:56","modified_gmt":"2014-02-27T02:37:56","slug":"madeireiros-sao-expulsos-de-reserva-dos-indios-awa-no-maranhao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/02\/27\/103129-madeireiros-sao-expulsos-de-reserva-dos-indios-awa-no-maranhao.html","title":{"rendered":"Madeireiros s\u00e3o expulsos de reserva dos \u00edndios Aw\u00e1 no Maranh\u00e3o"},"content":{"rendered":"

Tratores desfazem constru\u00e7\u00f5es, cercas e estradas. Ap\u00f3s uma intensa campanha internacional, tudo o que foi erguido ilegalmente por madeireiros e fazendeiros est\u00e1 sendo removido das terras pertencentes aos \u00edndios da etnia Aw\u00e1-Guaj\u00e1, no interior do Maranh\u00e3o.<\/p>\n

As tropas da For\u00e7a Nacional acompanham as a\u00e7\u00f5es de despejo que devem ser cumpridas at\u00e9 o dia 9 de mar\u00e7o. Na \u00faltima segunda-feira (24), expirou o prazo de 40 dias dado pela Justi\u00e7a Federal para que os invasores da reserva homologada em 2005 deixassem o local de forma volunt\u00e1ria.<\/p>\n

O territ\u00f3rio dos Aw\u00e1 fica entre os munic\u00edpios de Centro Novo Maranh\u00e3o, Governador Newton Bello, S\u00e3o Jo\u00e3o do Caru e Z\u00e9 Doca, no noroeste do estado. Apesar de o direito dos 399 \u00edndios da etnia a essas terras ser reconhecido desde 1961, eles sofrem amea\u00e7as. O principal motivo \u00e9 a constru\u00e7\u00e3o da Estrada de Ferro Caraj\u00e1s, que abriu caminho para a chegada de madeireiros ilegais e outros invasores na d\u00e9cada de 1980.<\/p>\n

A opera\u00e7\u00e3o realizada pela Funda\u00e7\u00e3o Nacional do \u00cdndio (Funai) encontra a resist\u00eancia de trabalhadores rurais, mas n\u00e3o houve confrontos violentos. O dono de uma propriedade destruiu uma ponte que dava acesso ao terreno e uma moradora que tentou agredir servidores p\u00fablicos foi detida.<\/p>\n

De acordo com o Incra, 224 das 427 fam\u00edlias que viviam no territ\u00f3rio dos Aw\u00e1 ser\u00e3o assentadas em terras da reforma agr\u00e1ria nos munic\u00edpios de Parnarama e Coroat\u00e1 e ter\u00e3o acesso ao Programa Minha Casa Minha Vida Rural.<\/p>\n

Uma nova invas\u00e3o<\/strong> – Ainda assim, o temor de entidades que trabalham pelos direitos dos povos ind\u00edgenas \u00e9 que os posseiros voltem a ocupar as reservas, como j\u00e1 aconteceu com outros povos. Em janeiro, a Justi\u00e7a Federal do Mato Grosso solicitou o envio da For\u00e7a Nacional \u00e0 reserva de Mar\u00e3iwats\u00e9d\u00e9, pertencente aos Xavantes, que depois de um ano da desocupa\u00e7\u00e3o, voltou a ser invadida pelos posseiros. Um dos motivos seria a demora do Incra para reassentar as fam\u00edlias.<\/p>\n

“Como o programa \u00e9 falho, a tend\u00eancia \u00e9 que eles voltem. Temos cobrado da Funai um plano de controle para haver uma fiscaliza\u00e7\u00e3o permanente, mas n\u00e3o temos resposta”, diz Madalena Borges, membro do Conselho Indigenista Mission\u00e1rio (Cimi) no Maranh\u00e3o.<\/p>\n

Falta de fiscaliza\u00e7\u00e3o<\/strong> – Al\u00e9m de fazer a opera\u00e7\u00e3o de desintrus\u00e3o \u2013 a retirada de n\u00e3o-\u00edndios e de suas edifica\u00e7\u00f5es e benfeitorias \u2013, a Funai obstruiu ramais e estradas de acesso \u00e0 reserva ind\u00edgena. Uma estrada perif\u00e9rica que passa apenas pela base de prote\u00e7\u00e3o etnoambienal da Funai, instalada no entorno da \u00e1rea pertencente aos \u00edndios, ainda ser\u00e1 constru\u00edda.<\/p>\n

“O servidor da Funai que vai ficar na base de prote\u00e7\u00e3o dos Aw\u00e1 vai desenvolver a atividade de vigil\u00e2ncia ap\u00f3s o servi\u00e7o de desintrus\u00e3o”, explica o coordenador-geral de \u00cdndios Isolados e Rec\u00e9m-Contatados do \u00f3rg\u00e3o, Carlos Travassos. “Qualquer outro acesso que for feito no sentido de corromper o interior da terra ind\u00edgena vai ser identificado e os \u00f3rg\u00e3os de seguran\u00e7a v\u00e3o atuar.”<\/p>\n

Entidades como o Cimi, no entanto, alegam que a fiscaliza\u00e7\u00e3o feita pela base de prote\u00e7\u00e3o etnoambiental n\u00e3o \u00e9 suficiente para conter as invas\u00f5es. Apesar das opera\u00e7\u00f5es de retirada de posseiros, as terras dos \u00edndios Cricati, no sudoeste do Maranh\u00e3o, por exemplo, s\u00e3o constantemente invadidas.<\/p>\n

Outra preocupa\u00e7\u00e3o \u00e9 com o reflorestamento das reservas. Com um ter\u00e7o da \u00e1rea foi devastada pelos posseiros, o territ\u00f3rio dos \u00edndios Aw\u00e1 ter\u00e1 de passar por um processo de recupera\u00e7\u00e3o ambiental. “Ser\u00e3o levantados os impactos e definidas a\u00e7\u00f5es priorit\u00e1rias de reflorestamento e recupera\u00e7\u00e3o de nascentes. O trabalho come\u00e7a em abril”, prev}e Travassos.<\/p>\n

Campanha internacional<\/strong> – Os Aw\u00e1 s\u00e3o uma das \u00faltimas tribos n\u00f4mades de ca\u00e7adores do Brasil que vivem essencialmente da coleta e da ca\u00e7a na floresta.Em 2012, a ONG Survival International , que trabalha pelos direitos dos povos ind\u00edgenas,iniciou uma campanha internacional em prol da etnia considerada uma das mais amea\u00e7adas do mundo.<\/p>\n

O aclamado fot\u00f3grafo brasileiro Sebasti\u00e3o Salgado publicou um ensaio na revista norte-americana Vanity Fair para que a situa\u00e7\u00e3o dos \u00edndios Aw\u00e1 fosse conhecida globalmente. O Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a recebeu 56 mil mensagens com pedidos para que a reserva fosse protegida. A Comiss\u00e3o Interamericana de Direitos Humanos tamb\u00e9m exigiu respostas do governo brasileiro.<\/p>\n

Segundo o Ibama, a \u00e1rea devastada nas \u00e1reas de maior porte ultrapassa 2 mil hectares. Imagens de sat\u00e9lite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, entre 2000 a 2009, a invas\u00e3o de posseiros provocou o desmatamento de 30% da \u00e1rea florestal, o equivalente a 36 mil hectares. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

A For\u00e7a Nacional acompanha a retirada de posseiros que devastaram cerca de um ter\u00e7o da \u00e1rea pertencente aos Aw\u00e1, uma das etnias mais amea\u00e7adas do mundo. Entidades temem que invasores voltem e cobram maior fiscaliza\u00e7\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[180,25],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/103129"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=103129"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/103129\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=103129"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=103129"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=103129"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}