{"id":103983,"date":"2014-03-31T00:00:39","date_gmt":"2014-03-31T03:00:39","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=103983"},"modified":"2014-03-30T21:20:12","modified_gmt":"2014-03-31T00:20:12","slug":"familias-atingidas-pela-cheia-em-ro-vivem-em-flutuantes-no-rio-madeira","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/03\/31\/103983-familias-atingidas-pela-cheia-em-ro-vivem-em-flutuantes-no-rio-madeira.html","title":{"rendered":"Fam\u00edlias atingidas pela cheia em RO vivem em flutuantes no Rio Madeira"},"content":{"rendered":"
Quase sete mil pessoas que viviam em S\u00e3o Carlos, distrito de Porto Velho localizado no Baixo Madeira, foram retiradas de suas casas pela maior enchente do Rio Madeira, em Rond\u00f4nia. A maioria foi acomoda em distritos na parte mais alta da regi\u00e3o, outras est\u00e3o em abrigos em Porto Velho. H\u00e1 quem decidiu ficar e resolveu fixar moradia em cima de flutuantes (esp\u00e9cie de casas aqu\u00e1ticas) para cuidar dos pertencentes que foram deixados em S\u00e3o Carlos, inclusive, a pr\u00f3pria casa. Na sexta-feira (28), o n\u00edvel do Rio Madeira atingiu a cota de 19,68 metros e j\u00e1 ultrapassa em mais de dois metros o recorde da maior cheia, h\u00e1 17 anos. Mais de 4,6 mil fam\u00edlias j\u00e1 deixaram suas casas por causa da enchente em Rond\u00f4nia.<\/p>\n
\u00c9 o caso do barqueiro Zenaldi Oliveira dos Santos, 36 anos, que teve a casa invadida pela \u00e1gua em S\u00e3o Carlos. Ele j\u00e1 trabalhava h\u00e1 cerca de cinco anos na travessia dos moradores do distrito de uma margem para a outra do rio. Ao ter a casa invadida pela \u00e1gua, pegou a voadeira (pequena embarca\u00e7\u00e3o movida a motor) para continuar trabalhando na travessia de quem deseja descer o rio e para dormir, muitas vezes apenas arma uma rede e passa a noite ali mesmo. \u201cJ\u00e1 dormi v\u00e1rias vezes aqui. Vejo essa \u00e1gua que continua aumentando, invadindo minha casa, quase nem acredito. A correnteza do rio est\u00e1 muito forte e, por isso, estou dormindo num barco de um amigo. \u00c9 mais seguro para fugir de cobras\u201d, afirma o barqueiro.<\/p>\n
Zenaldi levou o comerciante Alzeri Bormann para verificar de perto a situa\u00e7\u00e3o de S\u00e3o Carlos. Membro de um movimento que tem o objetivo de ajudar comunidades carentes, o comerciante conta que conhece bem a localidade porque costuma ir com a fam\u00edlia e amigos pescar. \u201cO local onde estacionava o carro para atravessar o rio, est\u00e1 coberto. Eu olho e vejo tudo debaixo d\u2019\u00e1gua. Com a natureza n\u00e3o se pode brincar\u201d, enfatiza Alzeri.<\/p>\n
No ponto onde o afluente Rio Jamari des\u00e1gua no Rio Madeira, um hotel flutuante abriga cerca de 20 pessoas. A propriet\u00e1ria do local, Marilene Montenegro, conta que os moradores n\u00e3o tinham para onde ir. A pr\u00f3pria Defesa Civil, diz ela, pediu para quem tivesse condi\u00e7\u00f5es, abrigar os atingidos pela cheia. \u201cAqui a gente tenta levar uma vida normal. Todos os dias, os homens saem, v\u00e3o olhar a casa deles. Hoje, foram colher a\u00e7a\u00ed. Tem dias que saem daqui para pescar mais em cima. Aqui j\u00e1 n\u00e3o podemos pescar, a \u00e1gua est\u00e1 contaminada. Todo dia aparece peixe morto\u201d, ressalta Marilene.<\/p>\n
J\u00e1 Cleusa Reis Silva mora h\u00e1 25 anos em S\u00e3o Carlos. Ela fez do local de trabalho, um restaurante flutuante, a sua moradia. A cozinheira conta que quando a \u00e1gua come\u00e7ou subir, todos abandonaram o trabalho para tentar salvar as coisas. \u201cForam tr\u00eas dias de muito desespero. A cada hora voc\u00ea via que a \u00e1gua estava mais alta. A gente n\u00e3o conseguia nem ajudar outras pessoas\u201d, lembra.<\/p>\n
Cleusa diz ainda que a maior cheia que ela tinha passado tinha sido em 1997, quando o n\u00edvel do Rio Madeira atingiu 17,52 metros. Mas, \u00e0 \u00e9poca, o rio n\u00e3o alagou todo o distrito. \u201cConhe\u00e7o gente em S\u00e3o Carlos que perdeu tudo. N\u00e3o deu tempo de salvar nada. Fiquei sabendo de uma mulher que construiu a casa dela, pintou, colocou cer\u00e2mica e antes de entrar, o rio tomou conta. Coitada. Perdeu tudo\u201d, lamenta.<\/p>\n
Os moradores dizem que n\u00e3o tem problemas de viver no flutuante. \u00c9 preciso apenas ter cuidado com bichos pe\u00e7onhentos, como cobras, que fazem constantes visitas aos moradores. “A vida aqui \u00e9 simples, mas \u00e9 boa. A gente passa aperto, mas n\u00e3o tem como largar tudo. Vai pra onde? Vamos esperar o rio baixar. \u00c9 aqui a nossa vida”, finaliza Marilene Montenegro. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Quase 7 mil pessoas foram retiradas de S\u00e3o Carlos, distrito alagado pelo rio. Rio Madeira subiu e alcan\u00e7ou a marca de 19,68 metros na sexta-feira (28).
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