{"id":104919,"date":"2014-05-02T00:00:02","date_gmt":"2014-05-02T03:00:02","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=104919"},"modified":"2014-05-01T22:15:06","modified_gmt":"2014-05-02T01:15:06","slug":"produtos-naturais-auxiliam-no-tratamento-de-doencas-inflamatorias-intestinais","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/05\/02\/104919-produtos-naturais-auxiliam-no-tratamento-de-doencas-inflamatorias-intestinais.html","title":{"rendered":"Produtos naturais auxiliam no tratamento de doen\u00e7as inflamat\u00f3rias intestinais"},"content":{"rendered":"
Uma pesquisa realizada no Instituto de Bioci\u00eancias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu (SP), constatou a efici\u00eancia de produtos naturais derivados da flora brasileira no tratamento das doen\u00e7as inflamat\u00f3rias intestinais (DII), como a retocolite ulcerativa e a doen\u00e7a de Crohn. O estudo apresenta ainda novos marcadores moleculares que podem ampliar a compreens\u00e3o que se tem dessas doen\u00e7as, cuja etiologia ainda \u00e9 desconhecida.<\/p>\n
\u201cTrata-se de um projeto que consideramos audacioso por estudar tanto a doen\u00e7a em si, priorizando alvos moleculares da a\u00e7\u00e3o de f\u00e1rmacos cl\u00e1ssicos, como alvos farmacol\u00f3gicos para novos produtos, como as cumarinas naturais e algumas plantas medicinais\u201d, disse Luiz Claudio Di Stasi, respons\u00e1vel pela pesquisa \u201cDoen\u00e7a inflamat\u00f3ria intestinal (DII): novos marcadores moleculares e atividade anti-inflamat\u00f3ria intestinal de f\u00e1rmacos e produtos de origem vegetal\u201d, realizada com apoio da FAPESP.<\/p>\n
Entre os principais resultados est\u00e1 a descoberta de que uma dieta com farinha de banana nanica verde pode impedir a inflama\u00e7\u00e3o intestinal em roedores.<\/p>\n
\u201cConsideramos a import\u00e2ncia da microbiota intestinal na prote\u00e7\u00e3o contra o processo inflamat\u00f3rio para propor o estudo de alguns produtos naturais adicionados \u00e0 dieta, que reunissem a capacidade de modular a microbiota intestinal previamente e agissem na preven\u00e7\u00e3o das recidivas dos sintomas da retocolite ulcerativa e da doen\u00e7a de Crohn\u201d, disse Di Stasi.<\/p>\n
O grupo coordenado pelo pesquisador estudou v\u00e1rios agentes prebi\u00f3ticos \u2013 fibras que servem de \u201calimento\u201d para as bact\u00e9rias intestinais ben\u00e9ficas, ajudando a organizar a flora intestinal \u2013, como a polidextrose e as fibras da banana nanica (Musa spp AAA) verde, do jatob\u00e1-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa) e da taboa (Typha angustifolia).<\/p>\n
O extrato da casca do caule do jatob\u00e1-do-cerrado e a farinha da polpa da fruta apresentaram a\u00e7\u00e3o anti-inflamat\u00f3ria em ratos com inflama\u00e7\u00e3o intestinal induzida por \u00e1cido trinitrobenzeno sulf\u00f4nico (TNBS). De acordo com os resultados publicados no Journal of Ethnopharmacology, \u201cos efeitos farmacol\u00f3gicos est\u00e3o relacionados \u00e0 presen\u00e7a de compostos antioxidantes no extrato, como flavonoides, taninos condensados e terpenos na casca e na polpa de frutos de jatob\u00e1-do-cerrado\u201d.<\/p>\n
O projeto tamb\u00e9m estudou v\u00e1rias concentra\u00e7\u00f5es da farinha produzida com o caule da taboa, planta aqu\u00e1tica muito comum no Brasil, t\u00edpica de brejos, manguezais e v\u00e1rzeas. Verificou-se que, quando a farinha comp\u00f5e 10% da dieta, h\u00e1 uma redu\u00e7\u00e3o na les\u00e3o provocada por DII, com efeitos nas ader\u00eancias de \u00f3rg\u00e3os adjacentes e na diarreia.<\/p>\n
Esses efeitos est\u00e3o relacionados \u00e0 inibi\u00e7\u00e3o de marcadores bioqu\u00edmicos de inflama\u00e7\u00e3o col\u00f4nica, como a atividade das enzimas mieloperoxidase, liberada em resposta a invas\u00f5es microbianas, e fosfatase alcalina, que inibe o crescimento de bact\u00e9rias intestinais que estimulam a inflama\u00e7\u00e3o e impedem a transloca\u00e7\u00e3o de microrganismos para a corrente sangu\u00ednea, al\u00e9m de uma atenua\u00e7\u00e3o das atividades da glutationa, um antioxidante hidrossol\u00favel.<\/p>\n
\u201cA farinha do caule da taboa demonstrou ser t\u00e3o eficaz quanto a prednisolona, f\u00e1rmaco do grupo dos anti-inflamat\u00f3rios esteroidais utilizado atualmente no tratamento de DII, com a vantagem de n\u00e3o apresentar efeitos adversos e colaterais\u201d, destacou Di Stasi. Os estudos com a planta foram descritos em artigo publicado na BMC Complementary and Alternative Medicine.<\/p>\n
Em outro grupo de experimentos, o projeto estudou diferentes cumarinas naturais isoladas e, entre os resultados, destacam-se os obtidos com a 4-metil-esculetina, princ\u00edpio ativo presente nas folhas e ra\u00edzes de diversas esp\u00e9cies de plantas, entre as quais as do g\u00eanero Mikania, que incluem diferentes plantas conhecidas no Brasil como guaco.<\/p>\n
A pesquisa, publicada nos peri\u00f3dicos cient\u00edficos Chemico-Biological Interactions e European Journal of Inflammation, demonstrou que a 4-metil-esculetina produz efeitos semelhantes aos da prednisolona, e seus efeitos protetores est\u00e3o relacionados \u00e0 capacidade de reduzir o estresse oxidativo do c\u00f3lon e inibir a produ\u00e7\u00e3o de citocinas pr\u00f3-inflamat\u00f3rias. A administra\u00e7\u00e3o de metil-esculetina nos modelos da pesquisa exerceu tanto efeitos preventivos quanto curativos, de acordo com o pesquisador.<\/p>\n
Novos marcadores<\/strong> – Como as causas das DII ainda n\u00e3o s\u00e3o claras, uma maior compreens\u00e3o dos mecanismos que regulam a integridade da barreira intestinal e de sua fun\u00e7\u00e3o pode ajudar a entender o modo de a\u00e7\u00e3o dos medicamentos atuais usados para tratamento.<\/p>\n Diante disso, o trabalho tamb\u00e9m estudou como a express\u00e3o da enzima heparanase, do complexo proteico NF-kB, do gene hipoxantina fosforibosiltransferase (HPRT) e da prote\u00edna HSP70 afeta a inflama\u00e7\u00e3o intestinal induzida por TNBS em ratos e os efeitos anti-inflamat\u00f3rios dos medicamentos alop\u00e1ticos sulfassalazina, prednisolona e azatioprina, possibilitando o entendimento de novos modos de a\u00e7\u00e3o desses f\u00e1rmacos.<\/p>\n \u201cNossos resultados indicam que a heparanase, o NF-kB, a HSP70 e o gene HPRT s\u00e3o alvos farmacol\u00f3gicos que devem ser considerados nos estudos de novos medicamentos para tratar a inflama\u00e7\u00e3o intestinal, sendo alvos moleculares importantes que explicam alguns dos aspectos da etiopatogenia das DII\u201d, avaliou Di Stasi.<\/p>\n Os pesquisadores pretendem, agora, estudar algumas esp\u00e9cies de plantas aliment\u00edcias da Amaz\u00f4nia como potenciais produtos prebi\u00f3ticos, que podem ser usados como substrato de fermenta\u00e7\u00e3o da flora ben\u00e9fica do intestino com consequente aumento dessas bact\u00e9rias e de seus metab\u00f3litos, que possuem atividade imunomoduladora e anti-inflamat\u00f3ria.<\/p>\n A ideia, de acordo com Di Stasi, \u00e9 possibilitar a produ\u00e7\u00e3o de alimentos funcionais, \u201cagregando valor a esses produtos, que j\u00e1 possuem apelo cient\u00edfico e comercial, e ampliando as possibilidades de preven\u00e7\u00e3o por meio de sua incorpora\u00e7\u00e3o a uma dieta preventiva de recidivas dessas doen\u00e7as\u201d.<\/p>\n O grupo tamb\u00e9m pretende aprofundar as pesquisas com as esp\u00e9cies j\u00e1 estudadas e com as da Amaz\u00f4nia para avaliar se a microflora intestinal foi modulada, assim como seus metab\u00f3litos, al\u00e9m de realizar estudos de sinergismos com f\u00e1rmacos envolvendo as esp\u00e9cies mais promissoras, apontando novos alvos moleculares, obtendo dados que podem continuar auxiliando na elucida\u00e7\u00e3o da etiologia das DII e indicando novas estrat\u00e9gias de tratamento e preven\u00e7\u00e3o. (Fonte: Ag\u00eancia FAPESP)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Em experimentos com ratos, pesquisadores da Unesp de Botucatu verificam efeito ben\u00e9fico do jatob\u00e1-do-cerrado e da taboa. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[36,75,103],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/104919"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=104919"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/104919\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=104919"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=104919"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=104919"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}