Os ventos que est\u00e3o varrendo o Oceano Ant\u00e1rtico s\u00e3o os mais fortes do \u00faltimo mil\u00eanio, alimentados pelas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e pelas taxas crescentes de di\u00f3xido de carbono na atmosfera, revelaram cientistas nesta segunda-feira (12).<\/p>\n
Os ventos do Oceano Ant\u00e1rtico, que aterrorizaram gera\u00e7\u00f5es de marinheiros, est\u00e3o “mais fortes hoje do que nunca nos \u00faltimos mil anos”, afirma o estudo da Australian National University (ANU).<\/p>\n
“O fortalecimento desses ventos foi particularmente claro nos \u00faltimos 70 anos e, combinando nossas observa\u00e7\u00f5es com os modelos clim\u00e1ticos, podemos vincular claramente o fen\u00f4meno ao aumento dos gases de efeito estufa”, afirma Nerilie Abram, co-autora do estudo publicado na revista Nature Climate Change.<\/p>\n
Os ventos do oeste, que evitam a costa oriental da Ant\u00e1rtica circundando-a, levam mais ar frio \u00e0 medida que se intensificam, privando a Austr\u00e1lia – que enfrenta um aumento constante das temperaturas, com secas e inc\u00eandios – de preciosas chuvas.<\/p>\n
“A Ant\u00e1rtica desafia a tend\u00eancia. Todos os continentes esquentam e o \u00c1rtico \u00e9 onde isso acontece mais r\u00e1pido”, alerta a cientista.<\/p>\n
Para chegar as suas conclus\u00f5es, os pesquisadores extra\u00edram amostras de gelo na Ant\u00e1rtica, analisaram o crescimento de \u00e1rvores na Am\u00e9rica do Sul e a evolu\u00e7\u00e3o das \u00e1guas dos lagos neste continente.<\/p>\n
Os dados foram analisados pelo supercomputador Raijin da ANU.<\/p>\n
A evolu\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica \u00e9, no entanto, contrastada na Ant\u00e1rtica, fruto da influ\u00eancia complexa entre os ventos e as correntes.<\/p>\n
Enquanto o centro da Ant\u00e1rtica continua sendo frio, os ventos do oeste esquentam a pen\u00ednsula a um ritmo preocupante, transformando o ecossistema local com, por exemplo, uma forte diminui\u00e7\u00e3o das popula\u00e7\u00f5es de pinguins-de-ad\u00e9lia.<\/p>\n
A atividade humana \u00e9 essencialmente respons\u00e1vel por estas mudan\u00e7as, explica Steven Phipps, da Universidade de Nova Gales do Sul.<\/p>\n
A partir dos anos 1970, a situa\u00e7\u00e3o foi agravada pelo aumento do buraco da camada de oz\u00f4nio devido aos clorofluorcarbonos (CFC) utilizados na ind\u00fastria.<\/p>\n
“Inclusive na hip\u00f3tese de um cen\u00e1rio (de impacto clim\u00e1tico) m\u00e9dio, a tend\u00eancia continuar\u00e1 no s\u00e9culo XXI”, adverte Steven Phipps. (Fonte: UOL)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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