{"id":105923,"date":"2014-06-05T00:00:42","date_gmt":"2014-06-05T03:00:42","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=105923"},"modified":"2014-06-04T21:26:10","modified_gmt":"2014-06-05T00:26:10","slug":"reino-unido-vai-usar-ar-liquido-para-estocar-energia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/06\/05\/105923-reino-unido-vai-usar-ar-liquido-para-estocar-energia.html","title":{"rendered":"Reino Unido vai usar ar l\u00edquido para estocar energia"},"content":{"rendered":"

O Reino Unido vai utilizar ar l\u00edquido para estocar energia proveniente de fontes renov\u00e1veis (solar e e\u00f3lica). O m\u00e9todo, j\u00e1 testado em planta-piloto, dever\u00e1 entrar em escala comercial em 2018.<\/p>\n

Segundo os respons\u00e1veis pelo projeto, a proposta \u00e9 contribuir para a supera\u00e7\u00e3o de altos e baixos no abastecimento provocados pela intermit\u00eancia das fontes renov\u00e1veis. Estocada em ar l\u00edquido, a energia estaria dispon\u00edvel para o consumo mesmo em dias nublados ou de calmaria.<\/p>\n

O projeto foi explicado pelo professor Richard Williams, pr\u00f3-reitor e diretor da Faculdade de Engenharia e Ci\u00eancias F\u00edsicas da University of Birmingham, no Reino Unido, em palestra na FAPESP, durante o evento \u201cUK-Brazil interaction meeting on cooperation in future energy system innovation\u201d, realizado para promover a coopera\u00e7\u00e3o cient\u00edfica entre pesquisadores brasileiros e brit\u00e2nicos na inova\u00e7\u00e3o de sistemas de energia.<\/p>\n

\u201cUma planta-piloto de 350 quilowatts (kW) encontra-se em funcionamento, conectada \u00e0 rede el\u00e9trica do Reino Unido, h\u00e1 tr\u00eas anos. Essa unidade est\u00e1 sendo, agora, transferida para a University of Birmingham como uma plataforma de testes. E o governo disponibilizou um financiamento de \u00a3 8 milh\u00f5es para que uma unidade de demonstra\u00e7\u00e3o, de 5 megawatts (MW), esteja operacional em meados de 2015. Tudo isso para que tenhamos a op\u00e7\u00e3o comercial da estocagem de energia em ar l\u00edquido at\u00e9 2018\u201d, disse Williams \u00e0 Ag\u00eancia FAPESP.<\/p>\n

O princ\u00edpio f\u00edsico do processo \u00e9 relativamente simples. Setecentos e dez litros de ar, resfriados a menos 196 graus Celsius, d\u00e3o origem a um litro de ar l\u00edquido. Esse ar l\u00edquido pode ser estocado e, posteriormente, quando entra em contato com uma fonte t\u00e9rmica, volta a se expandir. A expans\u00e3o do ar \u00e9 utilizada, ent\u00e3o, para movimentar uma turbina, convertendo a energia mec\u00e2nica em energia el\u00e9trica.<\/p>\n

A liquefa\u00e7\u00e3o do ar \u00e9 uma forma de estocar a energia proveniente de fontes intermitentes, como a solar e a e\u00f3lica, assegurando que a rede n\u00e3o sofra decr\u00e9scimo de fornecimento nos momentos de menor insola\u00e7\u00e3o ou de redu\u00e7\u00e3o no regime dos ventos.<\/p>\n

De acordo com Williams, dessa forma, otimizando a utiliza\u00e7\u00e3o de fontes renov\u00e1veis, a estocagem criog\u00eanica (que utiliza temperaturas muito baixas) passa a ser uma importante pe\u00e7a na pol\u00edtica brit\u00e2nica de descarboniza\u00e7\u00e3o da matriz energ\u00e9tica.<\/p>\n

O Climate Change Act, aprovado pelo Parlamento brit\u00e2nico em 2008, estabelece a redu\u00e7\u00e3o de 80% nas emiss\u00f5es de g\u00e1s carb\u00f4nico (CO2) at\u00e9 2050. E as Renewables Obligations determinam que os provedores de energia el\u00e9trica licenciados no Reino Unido forne\u00e7am uma propor\u00e7\u00e3o crescente de eletricidade gerada a partir de fontes renov\u00e1veis, fixando a banda de 15% para 2020.<\/p>\n

\u201cO ar l\u00edquido para armazenamento de energia torna-se mais eficiente acima de 10MW, de modo que n\u00e3o \u00e9 apropriado para uso em edif\u00edcios isolados, mas bastante adequado na escala que vai do bairro ou do parque industrial \u00e0 cidade. J\u00e1 no \u00e2mbito dos transportes, uma possibilidade \u00e9 seu emprego em solu\u00e7\u00f5es de tecnologia h\u00edbrida, para aumentar a efici\u00eancia de motores diesel, em caminh\u00f5es ou balsas de curto percurso, por exemplo\u201d, disse Williams.<\/p>\n

Aumento na efici\u00eancia<\/strong> – Considerando-se os dois ciclos, de resfriamento e reaquecimento do ar, a efici\u00eancia esperada para o processo, na etapa de demonstra\u00e7\u00e3o, \u00e9 da ordem de 60%, contou o pr\u00f3-reitor da University of Birmingham.<\/p>\n

\u201cMas a efici\u00eancia pode ser aumentada para 80% ou mais com a utiliza\u00e7\u00e3o de calor residual no ciclo expansivo. Outra forma de aumentar ainda mais a efici\u00eancia \u00e9 conjugar as unidades produtoras de ar l\u00edquido com terminais de g\u00e1s natural liquefeito, de modo a aproveitar o frio residual produzido nesses terminais durante a fase de reconvers\u00e3o do g\u00e1s ao estado gasoso\u201d, explicou.<\/p>\n

Segundo Williams, os impactos ambientais diretos do processo dever\u00e3o ser muito baixos. \u201cPara o armazenamento de energia, o dispositivo apenas captura e esgota o ar. E, quando a estocagem criog\u00eanica \u00e9 utilizada em motores, o material trocado com o meio \u00e9 novamente o ar\u201d, disse.<\/p>\n

\u201cComo a temperatura de funcionamento desses motores \u00e9 menor do que a da combust\u00e3o interna convencional, os componentes podem ser fabricados com pl\u00e1sticos em vez de metais, reduzindo a energia incorporada\u201d, argumentou.<\/p>\n

Eleita \u201cuniversidade do ano\u201d pelos peri\u00f3dicos The Times e The Sunday Times, a University of Birmingham tem entre suas prioridades atuais a cria\u00e7\u00e3o de solu\u00e7\u00f5es inovadoras a partir do conceito de sustentabilidade.<\/p>\n

Por isso, somou-se a outras quatro universidades brit\u00e2nicas (Hull, Leeds, Sheffield e York) para formar o Centre for Low Carbon Futures (Centro para Futuros de Baixo Carbono), que re\u00fane engenheiros, cientistas naturais e cientistas sociais focados em alternativas energ\u00e9ticas e mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, em interface com governo, empresas e entidades da sociedade civil.<\/p>\n

O Birmingham Centre for Cryogenic Energy Storage (Centro de Armazenamento de Energia Criog\u00eanica da University of Birmingham), criado em associa\u00e7\u00e3o com a University of Hull, \u00e9 parte dessa iniciativa.<\/p>\n

A University of Birmingham mant\u00e9m acordo de coopera\u00e7\u00e3o com a FAPESP para apoiar projetos de pesquisas colaborativas entre o Estado de S\u00e3o Paulo e o Reino Unido. Duas chamadas de propostas j\u00e1 foram lan\u00e7adas no \u00e2mbito do acordo. Na primeira chamada, sete propostas foram selecionadas. (Fonte: Ag\u00eancia FAPESP)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Processo dever\u00e1 otimizar utiliza\u00e7\u00e3o de fontes renov\u00e1veis como a solar e a e\u00f3lica, reduzindo os efeitos de sua intermit\u00eancia no abastecimento da rede el\u00e9trica. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[35,53],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/105923"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=105923"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/105923\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=105923"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=105923"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=105923"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}