{"id":108347,"date":"2014-08-30T00:00:08","date_gmt":"2014-08-30T03:00:08","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=108347"},"modified":"2014-08-29T21:34:03","modified_gmt":"2014-08-30T00:34:03","slug":"lobos-marinhos-possiveis-vetores-da-tuberculose-nas-americas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/08\/30\/108347-lobos-marinhos-possiveis-vetores-da-tuberculose-nas-americas.html","title":{"rendered":"Lobos-marinhos: poss\u00edveis vetores da tuberculose nas Am\u00e9ricas"},"content":{"rendered":"
Os lobos-marinhos podem ter introduzido a tuberculose nas Am\u00e9ricas s\u00e9culos antes de Crist\u00f3v\u00e3o Colombo pisar no continente, afirmam cientistas.<\/p>\n
Um novo estudo desafia a teoria de que foram os europeus que introduziram a tuberculose no Novo Mundo, onde a doen\u00e7a matou milh\u00f5es de ind\u00edgenas americanos, assim como a tosse coqueluche, a var\u00edola e a gripe.<\/p>\n
Vinte milh\u00f5es de seres humanos viviam nas Am\u00e9ricas antes da chegada dos europeus, e 95% morreram de doen\u00e7as, para as quais n\u00e3o tinham imunidade.<\/p>\n
No entanto, os \u00faltimos dados revelam que a tuberculose “pode ter desempenhado um papel na morte de ind\u00edgenas americanos, antes da chegada dos europeus”, segundo a Funda\u00e7\u00e3o Nacional de Ci\u00eancia dos Estados Unidos (NSF, na sigla em ingl\u00eas), que ajudou a financiar a pesquisa.<\/p>\n
Uma equipe de especialistas internacionais analisou o DNA das bact\u00e9rias em tr\u00eas esqueletos humanos que datam de mil anos, encontrados no Peru, e descobriram um tipo de tuberculose similar a cepas que atualmente afetam focas, lobos e le\u00f5es-marinhos.<\/p>\n
A descoberta revelou “uma via de entrada plaus\u00edvel, embora inesperada, no Novo Mundo”, escreveram os autores do estudo.<\/p>\n
Isto indica que os lobos-marinhos podem ter se contagiado de animais hospedeiros na \u00c1frica, onde a doen\u00e7a aparentemente se originou, e que chegaram nadando pelo Atl\u00e2ntico at\u00e9 a Am\u00e9rica do Sul.<\/p>\n
Os mam\u00edferos provavelmente foram comidos por habitantes do litoral, que por sua vez contaminaram outros com a bact\u00e9ria, acrescentou o estudo, publicado semana passada na revista “Nature”.<\/p>\n
“A fonte da tuberculose no Novo Mundo foi, durante muito tempo, uma interroga\u00e7\u00e3o para os cientistas”, afirmou, em um comunicado, a diretora do programa de Biologia Antropol\u00f3gica da NSF, Elizabeth Tran.<\/p>\n
“Este estudo traz provas importantes de que os mam\u00edferos marinhos s\u00e3o os poss\u00edveis culpados”, completou.<\/p>\n
A an\u00e1lise tamb\u00e9m revelou que a tuberculose na forma como a conhecemos hoje \u00e9 muito mais recente do que se pensou inicialmente e pode ter se desenvolvido na \u00c1frica h\u00e1 6.000 anos.<\/p>\n
O estudo d\u00e1 respostas a uma certa quantidade de questionamentos sobre a tuberculose nas Am\u00e9ricas.<\/p>\n
Geneticamente, cepas modernas de tuberculose do Novo Mundo est\u00e3o estreitamente relacionadas com as europeias, o que levou \u00e0 conclus\u00e3o de que os europeus introduziram a doen\u00e7a ap\u00f3s o primeiro contato do navegador genov\u00eas Crist\u00f3v\u00e3o Colombo com os amer\u00edndios, em 1492.<\/p>\n
No entanto, h\u00e1 provas arqueol\u00f3gicas em esqueletos e m\u00famias de tuberculose presente s\u00e9culos antes.<\/p>\n
Alguns sugeriram que a doen\u00e7a pode ter se disseminado entre os primeiros humanos da \u00c1frica, antes de a ponte terrestre do estreito de Bering inundar entre a Sib\u00e9ria e o Alasca, no final da \u00faltima glacia\u00e7\u00e3o, h\u00e1 11.700 anos.<\/p>\n
Mas isso n\u00e3o chega a explicar a semelhan\u00e7a gen\u00e9tica com as cepas europeias, ou o fato de que a tuberculose provavelmente \u00e9 uma doen\u00e7a mais recente.<\/p>\n
O \u00faltimo estudo sobre o tema concluiu que o bacilo da tuberculose, encontrado em tr\u00eas esqueletos, era diferente das cepas atualmente presentes nas Am\u00e9ricas.<\/p>\n
Embora tenha sido trazida pelos mam\u00edferos marinhos, a doen\u00e7a aparentemente foi substitu\u00edda por cepas europeias.<\/p>\n
“A conex\u00e3o com lobos e le\u00f5es-marinhos \u00e9 importante para explicar como esse pat\u00f3geno adaptado aos mam\u00edferos que se desenvolveu na \u00c1frica h\u00e1 6.000 anos pode ter chegado ao Peru 5.000 anos depois”, disse o coautor Johannes Krause, da Universidade de Tubinga, na Alemanha.<\/p>\n
“Uma introdu\u00e7\u00e3o por via marinha parece ser a forma mais prov\u00e1vel de a doen\u00e7a ter alcan\u00e7ado os seres humanos nas Am\u00e9ricas milhares de anos depois da inunda\u00e7\u00e3o da ponte de terra de Bering, quando n\u00e3o eram mais poss\u00edveis movimentos terrestres para as Am\u00e9ricas”, continuou.<\/p>\n
Mais de 8,6 milh\u00f5es de pessoas tiveram tuberculose em 2012, segundo a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade (OMS), e 1,3 milh\u00e3o morreu dessa doen\u00e7a, a primeira causa de morte entre pacientes infectados com HIV.<\/p>\n
As cepas que subexistem nos lobos-marinhos ainda podem afetar os seres humanos, embora isso ocorra raramente, afirmaram os pesquisadores. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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