{"id":110058,"date":"2014-10-31T00:00:37","date_gmt":"2014-10-31T02:00:37","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=110058"},"modified":"2014-10-30T20:36:39","modified_gmt":"2014-10-30T22:36:39","slug":"novo-estudo-liga-desmatamento-da-amazonia-a-seca-no-pais","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/10\/31\/110058-novo-estudo-liga-desmatamento-da-amazonia-a-seca-no-pais.html","title":{"rendered":"Novo estudo liga desmatamento da Amaz\u00f4nia a seca no pa\u00eds"},"content":{"rendered":"

O pesquisador Ant\u00f4nio Nobre, do Centro de Ci\u00eancia do Sistema Terrestre (CCST), bra\u00e7o do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) analisou mais de 200 artigos cient\u00edficos sobre a Amaz\u00f4nia e sua rela\u00e7\u00e3o com o clima e as chuvas no Brasil, e concluiu que o desmatamento dessa regi\u00e3o influencia a falta de \u00e1gua sentida nas regi\u00f5es mais populosas do pa\u00eds, incluindo o Sudeste.<\/p>\n

A diminui\u00e7\u00e3o da quantidade de \u00e1rvores no bioma impede o fluxo de umidade entre o Norte e o Sul do pa\u00eds, aponta o estudo divulgado nesta quinta-feira (30).<\/p>\n

O relat\u00f3rio \u201cO Futuro Clim\u00e1tico da Amaz\u00f4nia\u201d, encomendado pela Articula\u00e7\u00e3o Regional Amaz\u00f4nia, rede composta por v\u00e1rias associa\u00e7\u00f5es sul-americanas, tenta explicar as poss\u00edveis causas e efeitos da bagun\u00e7a clim\u00e1tica recente e apresenta solu\u00e7\u00f5es que minimizariam os impactos negativos dessas altera\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

De acordo com o pesquisador, a falta de precipita\u00e7\u00e3o, sentida principalmente no Sudeste, em especial no estado de S\u00e3o Paulo, seria consequ\u00eancia indireta do desflorestamento amaz\u00f4nico. Desde o in\u00edcio da d\u00e9cada de 1970 at\u00e9 2013, a explora\u00e7\u00e3o madeireira e o desmatamento gradual retiraram do bioma 762.979 km\u00b2 de floresta, \u00e1rea equivalente a duas Alemanhas. Os dados referem-se ao desmate total (chamado de corte raso).<\/p>\n

A retirada da cobertura vegetal interrompe o fluxo de umidade do solo para a atmosfera. Desta forma, os \u201crios voadores\u201d, nome dado a grandes nuvens de umidade, respons\u00e1veis pelas chuvas, que s\u00e3o transportadas pelos ventos desde a Amaz\u00f4nia at\u00e9 o Centro-Oeste, Sul e Sudeste brasileiros, n\u00e3o \u201cseguem viagem\u201d, causando a escassez h\u00eddrica.<\/p>\n

\u201cA esta\u00e7\u00e3o seca est\u00e1 se estendendo por maior tempo nas regi\u00f5es mais desmatadas e as nuvens de chuva dos rios a\u00e9reos n\u00e3o est\u00e3o chegando, a partir da floresta ainda existente, em \u00e1reas que anteriormente chegavam. Esse efeito tem conex\u00e3o direta com o desmatamento\u201d, disse Nobre ao G1. “As regi\u00f5es mais desmatadas s\u00e3o a sa\u00edda dos rios a\u00e9reos da Amaz\u00f4nia para o resto da Am\u00e9rica do Sul Meridional”, complementou.<\/p>\n

Segundo a investiga\u00e7\u00e3o, por dia, a Amaz\u00f4nia libera na atmosfera 20 trilh\u00f5es de litros de \u00e1gua transpirada. Nobre compara a for\u00e7a das \u00e1rvores aos g\u00eaiseres, nascentes termais que lan\u00e7am periodicamente jatos de \u00e1gua quente para o alto. Essa transpira\u00e7\u00e3o, segundo o estudo, torna ainda mais valiosa a floresta (al\u00e9m da sua vasta biodiversidade).<\/p>\n

Tend\u00eancia de mais desmatamento<\/strong> – Uma das solu\u00e7\u00f5es apresentadas pela pesquisa para evitar a descontinuidade no fluxo de umidade, e, desta forma, reduzir o agravamento da seca no Brasil, \u00e9 zerar o desmatamento na Amaz\u00f4nia. No entanto, isso parece longe de acontecer.<\/p>\n

Levantamento apresentado este m\u00eas pela organiza\u00e7\u00e3o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaz\u00f4nia (Imazon) apontou aumento de 191% no desmate da floresta em agosto e setembro de 2014, em rela\u00e7\u00e3o ao mesmo bimestre de 2013.<\/p>\n

Apesar de o dado ser paralelo ao divulgado pelo governo, que usa os sistemas Deter e Prodes, as informa\u00e7\u00f5es mais atualizadas do pr\u00f3prio Deter, referentes a junho e julho, apontaram aumento de 195% na perda de vegeta\u00e7\u00e3o na compara\u00e7\u00e3o desses per\u00edodos entre 2014 e 2013.<\/p>\n

Outro ponto alarmante \u00e9 que o Brasil n\u00e3o assinou na C\u00fapula do Clima, realizada pelas Na\u00e7\u00f5es Unidas em setembro, um acordo criado para reduzir pela metade a perda de florestas at\u00e9 2020 e zer\u00e1-la at\u00e9 2030.<\/p>\n

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse na ocasi\u00e3o que o pa\u00eds n\u00e3o foi \u201cconvidado a se engajar no processo de prepara\u00e7\u00e3o\u201d da declara\u00e7\u00e3o. Em vez disso, segundo ela, o pa\u00eds recebeu uma c\u00f3pia do texto da ONU, que pediu para aprov\u00e1-lo sem a permiss\u00e3o de sugerir qualquer altera\u00e7\u00e3o. O Itamaraty acrescentou que o documento n\u00e3o \u00e9 da ONU, mas dos pa\u00edses que o assinaram, e que o texto necessitava de melhorias, por isso o Brasil optou por n\u00e3o assinar.<\/p>\n

Nobre acredita que o governo brasileiro, ao n\u00e3o assinar a declara\u00e7\u00e3o das florestas, desconhecia os termos presentes no atual relat\u00f3rio e tem \u201ca esperan\u00e7a de que tais argumentos ser\u00e3o absorvidos pelos negociadores”.<\/p>\n

No trabalho, ele cita outras solu\u00e7\u00f5es para reverter a situa\u00e7\u00e3o de crise na Amaz\u00f4nia e suas consequ\u00eancias dr\u00e1sticas: popularizar os fatos cient\u00edficos que explicam a import\u00e2ncia do bioma para o clima; reduzir as queimadas que atingem a regi\u00e3o; recuperar as \u00e1reas desmatadas com replantio de novas florestas; e contar com “esfor\u00e7os de guerra” do governo e da sociedade para financiar a\u00e7\u00f5es de preserva\u00e7\u00e3o e conter o avan\u00e7o da degrada\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u201cO diagn\u00f3stico \u00e9 muito s\u00e9rio, as amea\u00e7as s\u00e3o reais e as solu\u00e7\u00f5es ainda est\u00e3o ao alcance para reverter este quadro\u201d, finaliza o pesquisador. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Cientista sugere desmate zero e reflorestamento contra escassez h\u00eddrica. Em 40 anos, Amaz\u00f4nia perdeu \u00e1rea equivalente a duas Alemanhas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,54,75,26],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/110058"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=110058"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/110058\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=110058"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=110058"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=110058"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}