{"id":110081,"date":"2014-10-31T00:00:43","date_gmt":"2014-10-31T02:00:43","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=110081"},"modified":"2014-10-30T23:47:09","modified_gmt":"2014-10-31T01:47:09","slug":"thomas-lovejoy-destaca-desafios-para-a-conservacao-na-amazonia","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/10\/31\/110081-thomas-lovejoy-destaca-desafios-para-a-conservacao-na-amazonia.html","title":{"rendered":"Thomas Lovejoy destaca desafios para a conserva\u00e7\u00e3o na Amaz\u00f4nia"},"content":{"rendered":"
O pesquisador norte-americano Thomas Lovejoy, respons\u00e1vel pela populariza\u00e7\u00e3o do termo \u201cdiversidade biol\u00f3gica\u201d, falou sobre desafios para o desenvolvimento e para a conserva\u00e7\u00e3o na regi\u00e3o amaz\u00f4nica no simp\u00f3sio FAPESP-U.S. Collaborative Research on the Amazon, organizado pela FAPESP em parceria com o Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos e com o Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center for Scholars, nos dias 28 e 29 de outubro, em Washington.<\/p>\n
\u201cOlhando para a frente, penso que um dos maiores desafios para o desenvolvimento sustent\u00e1vel em todos os tempos ser\u00e1 avan\u00e7ar na dire\u00e7\u00e3o do planejamento e do gerenciamento integrado na Amaz\u00f4nia\u201d, disse o professor da Universidade George Mason que recebeu em 2012 o Blue Planet Prize, considerado o \u201cNobel do Meio Ambiente\u201d.<\/p>\n
\u201cH\u00e1 muito tempo me preocupo com a Amaz\u00f4nia, onde estive pela primeira vez em 1965, em uma \u00e9poca em que o conhecimento sobre os sistemas f\u00edsicos, qu\u00edmicos e biol\u00f3gicos sobre a regi\u00e3o era t\u00e3o limitado que se achava que o El Ni\u00f1o fosse um fen\u00f4meno limitado ao leste do Pac\u00edfico\u201d, disse.<\/p>\n
\u201c\u00c9 claro que a Amaz\u00f4nia sempre foi esse reposit\u00f3rio incr\u00edvel de diversidade biol\u00f3gica, provavelmente o maior em todo o planeta. E isso \u00e9 algo valioso de todas as formas poss\u00edveis. Mas acho que tamb\u00e9m temos de pensar na regi\u00e3o como uma biblioteca fundamental para as ci\u00eancias da vida. Cada uma de suas esp\u00e9cies tem um valor extraordin\u00e1rio e pode representar uma solu\u00e7\u00e3o para algum tipo de problema\u201d, disse Lovejoy.<\/p>\n
\u201cA regi\u00e3o amaz\u00f4nica representa a maior por\u00e7\u00e3o da biblioteca das ci\u00eancias da vida em todo o mundo, mas representa muitas outras coisas tamb\u00e9m. Os pesquisadores palestrantes neste simp\u00f3sio falaram sobre a import\u00e2ncia da Amaz\u00f4nia no clima do ambiente, regional ou global, por exemplo. E eu penso muito sobre de que formas podemos avan\u00e7ar a no\u00e7\u00e3o de como gerenciar a Amaz\u00f4nia como um sistema. E isso \u00e9 um desafio enorme, pois se trata de um sistema que envolve oito pa\u00edses diferentes. Por isso, ser\u00e1 preciso ter tanto um planejamento integrado como um gerenciamento integrado\u201d, disse.<\/p>\n
Lovejoy tamb\u00e9m destacou que n\u00e3o se pode pensar nos desafios para a preserva\u00e7\u00e3o na regi\u00e3o amaz\u00f4nica sem levar em conta o papel fundamental das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas globais. E, segundo ele, muitos ainda ignoram esse problema real.<\/p>\n
\u201cAo pensar em como muitas pessoas encaram as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas globais me vem a compara\u00e7\u00e3o com um furac\u00e3o. Quando um furac\u00e3o come\u00e7a a se formar, ele \u00e9 apenas uma esp\u00e9cie de depress\u00e3o em algum lugar no Atl\u00e2ntico e aqueles que ouvem sobre ele acabam deixando para l\u00e1. Ent\u00e3o, o furac\u00e3o vai ficando mais forte e passa a aparecer na televis\u00e3o com mais frequ\u00eancia. O tempo passa at\u00e9 que chega a manh\u00e3 em que as pessoas olham para cima, surpresas ao notar que o c\u00e9u est\u00e1 com uma cor muito estranha. S\u00f3 ent\u00e3o percebem que algo realmente importante vai acontecer. Do ponto de vista global, estamos nesse mesmo est\u00e1gio com rela\u00e7\u00e3o \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. Podemos agir rapidamente e tentar limit\u00e1-las a um n\u00edvel em que seja poss\u00edvel lidar com elas ou podemos simplesmente deixar que fujam de nosso alcance para sempre\u201d, disse Lovejoy.<\/p>\n
\u201cMeu sonho quixotesco \u00e9 aplicar em escala planet\u00e1ria as li\u00e7\u00f5es que a Amaz\u00f4nia nos oferece. E essas li\u00e7\u00f5es podem ser resumidas na no\u00e7\u00e3o de que o planeta n\u00e3o funciona apenas como um sistema f\u00edsico, mas sim como um sistema f\u00edsico e biol\u00f3gico. Quando essa no\u00e7\u00e3o estiver mais difundida, poderemos passar a ver uma intera\u00e7\u00e3o muito mais respeitosa entre a humanidade e a natureza. E isso tem um aspecto maravilhoso, que \u00e9 o fato de que todos podem dar a sua contribui\u00e7\u00e3o. N\u00e3o podemos pensar nas mudan\u00e7as clim\u00e1ticas como algo sobre o qual n\u00e3o se pode fazer nada, porque o fato \u00e9 que podemos fazer sim\u201d, disse. (Fonte: Ag\u00eancia FAPESP)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"