{"id":110890,"date":"2014-11-29T00:00:10","date_gmt":"2014-11-29T02:00:10","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=110890"},"modified":"2014-11-28T23:14:13","modified_gmt":"2014-11-29T01:14:13","slug":"abertura-de-barragens-pode-ter-causado-agua-preta-no-rio-tiete-diz-ong","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2014\/11\/29\/110890-abertura-de-barragens-pode-ter-causado-agua-preta-no-rio-tiete-diz-ong.html","title":{"rendered":"Abertura de barragens pode ter causado \u00e1gua preta no rio Tiet\u00ea, diz ONG"},"content":{"rendered":"

A abertura de barragens na Grande S\u00e3o Paulo \u00e9 apontada pela ONG SOS Mata Atl\u00e2ntica, pela Prefeitura de Salto e por um pesquisador do Cepta (Centro Nacional de Pesquisa e Conserva\u00e7\u00e3o de Peixes Tropicais), ligado ao Minist\u00e9rio do Meio Ambiente, como o fator respons\u00e1vel pela mancha negra e pela mortandade de peixes registrada nesta quinta-feira (27) no trecho do rio Tiet\u00ea, que corta a cidade de Salto, no interior de S\u00e3o Paulo. O diagn\u00f3stico contesta a informa\u00e7\u00e3o da Cetesb de que a grande quantidade de chuvas seria respons\u00e1vel pelos fen\u00f4menos. As institui\u00e7\u00f5es tamb\u00e9m criticam o fato de o parecer da companhia ter sido divulgado antes que laudos atestassem a causa do problema.<\/p>\n

De acordo com nota divulgada pela Cetesb, a mancha negra e a morte de peixes ocorreu devido a um “fen\u00f4meno natural, decorrente das fortes chuvas que promoveram o carreamento de res\u00edduos dispostos no solo, em corpos d’\u00e1gua afluentes e no pr\u00f3prio leito do rio pela correnteza”. “Trata-se de um processo recorrente quando ocorrem chuvas intensas, especialmente ap\u00f3s longos per\u00edodos de estiagem”, informou a companhia. A Cetesb confirmou nesta sexta o parecer.<\/p>\n

Nesta sexta-feira (28), um dia depois de registrar \u00e1gua com tonalidade preta, o rio Tiet\u00ea apresentou colora\u00e7\u00e3o marrom no mesmo trecho da cidade de Salto, al\u00e9m de espuma em v\u00e1rios pontos do manancial durante a manh\u00e3.<\/p>\n

De acordo com a ambientalista Malu Ribeiro, que integra a ONG SOS Mata Atl\u00e2ntica, a mancha indica que houve transfer\u00eancia de sedimentos presentes em outros trechos do rio, especialmente da Grande S\u00e3o Paulo. “Esses sedimentos geralmente ficam em barragens, s\u00e3o acumulados durante muitos anos. O que provavelmente ocorreu \u00e9 que uma s\u00e9rie de barragens foram abertas para evitar alagamentos e esses sedimentos sa\u00edram da capital e foram rumo ao interior”, disse.<\/p>\n

O secret\u00e1rio do Meio Ambiente de Salto, Jo\u00e3o De Conti Neto, concorda e afirma que teve acesso a informa\u00e7\u00f5es que apontariam a abertura das barragens instaladas ao longo do rio. “Abriram as comportas e essa sujeira de d\u00e9cadas chegou at\u00e9 n\u00f3s”, afirmou.<\/p>\n

Simplista<\/strong> – J\u00e1 de acordo com Paulo S\u00e9rgio Ceccarelli, pesquisador e bi\u00f3logo do Cepta (Centro Nacional de Pesquisa e Conserva\u00e7\u00e3o de Peixes Tropicais), a posi\u00e7\u00e3o da Cetesb deveria ter sido divulgada somente ap\u00f3s a realiza\u00e7\u00e3o de laudos para determinar a causa da morte dos peixes. “\u00c9 muito simplista dizer que os peixes morreram por conta da queda de oxig\u00eanio causada pelas chuvas. H\u00e1 uma s\u00e9rie de fatores que podem causar a morte e a queda da oxigena\u00e7\u00e3o, inclusive produtos qu\u00edmicos e metais pesados”, diz.<\/p>\n

Apesar disso, o especialista afirmou que a mortandade de peixes em pequena escala, pode ser considerada normal com as primeiras chuvas. “O mateterial se acumula na beira dos rios e riachos e, quando chove, esse material se mistura \u00e0 \u00e1gua e consome oxig\u00eanio, causando mortes. A mancha negra que vi em Salto tem essa caracter\u00edstica, mas n\u00e3o \u00e9 rotineira. O que deixa a gente revoltado \u00e9 n\u00e3o ter sido feita uma an\u00e1lise da composi\u00e7\u00e3o daquela mancha negra para determinar sua composi\u00e7\u00e3o. E nem an\u00e1lise dos peixes mortos”, completa.<\/p>\n

Barragens<\/strong> – A vers\u00e3o da ONG e da Prefeitura de Salto, se confirmada, n\u00e3o seria a primeira oportunidade na qual a abertura de barragens causou mortandade de peixes no Tiet\u00ea. H\u00e1 12 anos, a abertura das comportas das barragens de Santana de Parna\u00edba e de Pirapora do Bom Jesus, administradas pela EMAE (Empresa Metropolitana de \u00c1guas e Energia), causou os mesmos problemas. Na ocasi\u00e3o, o Minist\u00e9rio P\u00fablico autuou a empresa, que pagou multa.<\/p>\n

Procurada, a Cetesb manteve a informa\u00e7\u00e3o, divulgada na nota de quinta-feira, responsabilizando as fortes chuvas pela ocorr\u00eancia e acrescentou que “por volta das 22h” de quinta, “a quantidade de s\u00f3lidos sediment\u00e1veis nas \u00e1guas do Rio Tiet\u00ea em Salto era de 75ml a 80ml por litro de amostra de \u00e1gua coletada”, quantidade que “representa menos de 10% dos 900 ml de s\u00f3lidos sediment\u00e1veis constatados em epis\u00f3dio anterior verificado em Salto h\u00e1 alguns anos. Esse dado refor\u00e7a a posi\u00e7\u00e3o inicial da Companhia que trata-se de um processo recorrente, consequ\u00eancia das fortes chuvas”. Na mesma nota, entretanto, a Cetesb reconhece que, no fim da tarde de quinta-feira, a situa\u00e7\u00e3o do manancial j\u00e1 apresentava melhoras em rela\u00e7\u00e3o ao per\u00edodo mais intenso da mancha, que foi durante a manh\u00e3.<\/p>\n

J\u00e1 a EMAE informou, em nota, que “a opera\u00e7\u00e3o das barragens sob sua responsabilidade \u00e9 feita de acordo com as regras vigentes para o controle das vaz\u00f5es”. (Fonte: UOL)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O diagn\u00f3stico contesta a informa\u00e7\u00e3o da Cetesb de que a grande quantidade de chuvas seria respons\u00e1vel pelos fen\u00f4menos. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[22,200],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/110890"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=110890"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/110890\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=110890"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=110890"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=110890"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}