A passagem do tuf\u00e3o Hagupit matou ao menos duas pessoas nas Filipinas, informa a imprensa local neste domingo (7). A tormenta, com ventos sustentados de 140 km\/h e rajadas de at\u00e9 170 km\/h, for\u00e7ou meio milh\u00e3o de pessoas a abandonarem suas casas.<\/p>\n
Segundo a rede de televis\u00e3o “ANC”, as v\u00edtimas morreram de hipotermia, e s\u00e3o uma menina de 1 ano e um idoso, de 65 anos, ambos moradores da cidade de Estancia, na prov\u00edncia de Ilo\u00edlo, no centro do pa\u00eds.
\nO tuf\u00e3o, que tocou terra no s\u00e1bado \u00e0 noite na cidade de Dolores, na prov\u00edncia de Samar Oriental (leste), se desloca em dire\u00e7\u00e3o noroeste a 15 km\/h.<\/p>\n
Embora a intensidade da tempestade tenha reduzido, e os ventos diminu\u00edram de 185 km\/h para 140 km\/h nas \u00faltimas 24 horas, o Conselho Nacional de Gest\u00e3o e Redu\u00e7\u00e3o de Risco de Desastres advertiu que o fen\u00f4meno ainda \u00e9 perigoso e os cidad\u00e3os devem manter as precau\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
Pelo menos 520 mil pessoas est\u00e3o em mais de 1.160 acampamentos.<\/p>\n
O Minist\u00e9rio de Bem-estar Social e Desenvolvimento informou que o centro de opera\u00e7\u00f5es de assist\u00eancia est\u00e1 em funcionamento e v\u00e1rios caminh\u00f5es carregados de alimentos e ajuda humanit\u00e1ria est\u00e3o preparados.<\/p>\n
Segundo a ag\u00eancia Reuters, com a tempestade, a eletricidade foi cortada na maior parte da ilha central filipina de Samar e nas proximidades da prov\u00edncia de Leyte, incluindo Tacloban City, considerado o marco zero do devastador supertuf\u00e3o Haiyan no ano passado.<\/p>\n
O Hagupit foi classificado como tempestade de categoria 3, dois pontos abaixo do “super tuf\u00e3o”, mas ainda assim pode desencadear uma enorme destrui\u00e7\u00e3o com chuvas torrenciais e ondas com picos de at\u00e9 4,5 metros, disse o servi\u00e7o meteorol\u00f3gico.<\/p>\n
\u00c9 o segundo ano consecutivo que esse tipo de fen\u00f4meno atinge as Filipinas durante a realiza\u00e7\u00e3o da Confer\u00eancia do Clima da ONU, a COP 20. Ambientalistas reunidos em Lima, no Peru, fizeram apelos por medidas que possam frear as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas do mundo, e evitar outros desastres no pa\u00eds.<\/p>\n
Em 2013, durante a c\u00fapula de Vars\u00f3via, o Haiyan afetou o pa\u00eds asi\u00e1tico. Na \u00e9poca, o negociador-chefe da delega\u00e7\u00e3o das Filipinas, Yeb Sano, estava preocupado \u00e0 espera de not\u00edcias de parentes e implorou por medidas de combate \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n
Desta vez, na COP 20, o apelo veio do ambientalista filipino Voltaire Alferez, da organiza\u00e7\u00e3o Aksyon Klima (A\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica, em filipino). \u201cH\u00e1 um ano, est\u00e1vamos vendo a calamidade criada pelo tuf\u00e3o. Agora, estamos em situa\u00e7\u00e3o similar. As Filipinas mal se recuperaram\u201d, disse ele.<\/p>\n
Alferez afirmou que esse tipo de padr\u00e3o meteorol\u00f3gico est\u00e1 se repetindo ano ap\u00f3s ano naquela regi\u00e3o e que \u00e9 preciso agilizar a cria\u00e7\u00e3o de um novo acordo global para reduzir as emiss\u00f5es de gases-estufa.<\/p>\n
O excesso de gases como o di\u00f3xido de carbono (CO2), emitido pela queima de combust\u00edveis f\u00f3sseis, aumenta a temperatura do planeta e provoca altera\u00e7\u00f5es como chuvas em excesso, degelo dos polos e mais tempestades grandiosas, e mortais, como o Hagupit.<\/p>\n
\u201cTemos que concentrar nossa aten\u00e7\u00e3o em um acordo ambicioso para assegurar que o mundo n\u00e3o ultrapasse os 2\u00baC de aumento na temperatura\u201d, explicou.<\/p>\n
O presidente da confer\u00eancia, o ministro do Meio Ambiente, Manuel Pulgar Vidal, disse ao G1 que esse tuf\u00e3o nas Filipinas “ressalta o n\u00edvel de urg\u00eancia e ambi\u00e7\u00e3o” para responder \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas.<\/p>\n
O encontro entre diplomatas e cientistas ocorre em Lima at\u00e9 o dia 12 de dezembro e quer obter o rascunho inicial de um acordo que obrigue as na\u00e7\u00f5es a diminuir suas emiss\u00f5es a partir de 2020. Com isso, ser\u00e1 poss\u00edvel evitar altera\u00e7\u00f5es no clima que culminem em desastres naturais.<\/p>\n
At\u00e9 este s\u00e1bado (6), ainda n\u00e3o havia uma pr\u00e9via do texto que ser\u00e1 discutido na pr\u00f3xima semana por ministros do Meio Ambiente, durante o Segmento de Alto N\u00edvel.<\/p>\n
Pa\u00eds foi o mais prejudicado por desastres<\/strong> – Levantamento divulgado nesta semana na COP 20 havia apontado que as Filipinas foram o pa\u00eds mais afetado por desastres naturais em 2013, devido \u00e0 passagem do supertuf\u00e3o Haiyan, que matou ao menos 6 mil pessoas e causou perdas equivalentes a US$ 13 bilh\u00f5es na economia.<\/p>\n Os dados fazem parte do \u00cdndice de Risco Clim\u00e1tico Global, da organiza\u00e7\u00e3o Germanwatch, que chega este ano \u00e0 d\u00e9cima edi\u00e7\u00e3o e avaliou 182 pa\u00edses.<\/p>\n Entre 15 e 20 tuf\u00f5es passam todos os anos pelas Filipinas durante a temporada chuvosa, que come\u00e7a no geral em junho e termina em novembro.<\/p>\n O Haiyan no ano passado causou 6.300 mortos, mais de 1.000 desaparecidos, milh\u00f5es de afetados e perdas multimilion\u00e1rias. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" A tormenta tem ventos sustentados de 140 km\/h e rajadas de at\u00e9 170 km\/h. Fen\u00f4meno for\u00e7ou meio milh\u00e3o de pessoas a abandonarem suas casas.
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