{"id":112535,"date":"2015-01-30T00:00:56","date_gmt":"2015-01-30T02:00:56","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=112535"},"modified":"2015-01-29T20:42:01","modified_gmt":"2015-01-29T22:42:01","slug":"comissao-entregara-sugestoes-ao-governo-para-resguardar-fungicidas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2015\/01\/30\/112535-comissao-entregara-sugestoes-ao-governo-para-resguardar-fungicidas.html","title":{"rendered":"Comiss\u00e3o entregar\u00e1 sugest\u00f5es ao governo para resguardar fungicidas"},"content":{"rendered":"
Diante da preocupa\u00e7\u00e3o com a perda de efici\u00eancia de fungicidas para o combate dos fungos que causam a Ferrugem Asi\u00e1tica em lavouras de soja no Brasil, a Comiss\u00e3o de Defesa Sanit\u00e1ria Vegetal de Mato Grosso realizou reuni\u00e3o no dia 27, em Cuiab\u00e1 (MT). A finalidade foi construir um documento com sugest\u00f5es baseadas em constata\u00e7\u00f5es de t\u00e9cnicos e pesquisadores sobre a necessidade de preserva\u00e7\u00e3o dos fungicidas que j\u00e1 existem e apresent\u00e1-lo ao governo do estado, demonstrando a preocupa\u00e7\u00e3o com o cultivo de soja sobre soja ou “soja safrinha”. A ata da reuni\u00e3o est\u00e1 sendo elaborada e ainda n\u00e3o foi entregue ao governo para an\u00e1lise.<\/p>\n
Para a ocasi\u00e3o, foram convocados representantes de institui\u00e7\u00f5es de pesquisa, do Minist\u00e9rio da Agricultura, de associa\u00e7\u00f5es que representam os produtores rurais e produtores de sementes. Foram convidados para a discuss\u00e3o o presidente do Instituto de Defesa Agropecu\u00e1ria do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), Guilherme Nolasco, e o secret\u00e1rio adjunto de agricultura, Alexandre Possebon.<\/p>\n
A pesquisadora da Embrapa Soja, Cl\u00e1udia Godoy, explica que quando se faz um n\u00famero elevado de aplica\u00e7\u00f5es no cultivo de soja sobre soja, come\u00e7a-se a safra fazendo de duas a quatro aplica\u00e7\u00f5es, partindo para uma situa\u00e7\u00e3o de seis a oito aplica\u00e7\u00f5es. O fungo, ent\u00e3o, migra de uma \u00e1rea para outra e esse alto n\u00famero de aplica\u00e7\u00f5es favorece a press\u00e3o de sele\u00e7\u00e3o para resist\u00eancia. \u201cEnt\u00e3o toda a discuss\u00e3o \u00e9 em fun\u00e7\u00e3o desse aumento do aparecimento de isolados resistentes, em fun\u00e7\u00e3o do excesso de aplica\u00e7\u00f5es que s\u00e3o feitas nessa soja, e na soja subsequente tamb\u00e9m\u201d, diz.<\/p>\n
Ela destaca que dois grupos de fungicidas, os triaz\u00f3is e as estrobilurinas, j\u00e1 mostraram uma queda na efici\u00eancia. O objetivo \u00e9 tentar evitar a perda do \u00faltimo modo de a\u00e7\u00e3o que existe hoje no mercado para o controle da Ferrugem. A pesquisadora alerta que pode-se chegar a um cen\u00e1rio de n\u00e3o haver produtos para controle da doen\u00e7a. \u201c\u00c9 uma das doen\u00e7as mais agressivas da cultura. E pode reduzir at\u00e9 100% de produtividade. Ent\u00e3o, temos que tentar manter esses produtos para que consigamos manter os patamares atuais de produtividade de soja\u201d, ressalta.<\/p>\n
Na opini\u00e3o do fitopatologista Jos\u00e9 Tadashi, uma das formas de se diminuir a incid\u00eancia de Ferrugem pode ser a concentra\u00e7\u00e3o da semeadura. Sendo assim, considera acertado o t\u00e9rmino do vazio sanit\u00e1rio no dia 30 de setembro, como \u00e9 atualmente, pois quem semeia em setembro, quando n\u00e3o est\u00e1 chovendo em Mato Grosso, tem que irrigar a lavoura no in\u00edcio do cultivo. Isso multiplica a Ferrugem antecipadamente, prejudicando a grande maioria das lavouras que ser\u00e3o semeadas a partir do momento que chover, em outubro.<\/p>\n
\u201cSe todo mundo puder plantar a partir do momento que come\u00e7ar a chover, n\u00f3s vamos conseguir aplicar fungicida mais ou menos na mesma \u00e9poca e vamos dificultar a sobreviv\u00eancia de uma eventual ra\u00e7a nova tolerante ao fungicida\u201d, opina.<\/p>\n
Segundo o presidente da Comiss\u00e3o, Wanderlei Dias Guerra, para preservar os fungicidas que j\u00e1 existem, n\u00e3o pode ser cultivado soja sobre soja. \u201cTem que ter um limite de plantio em sequ\u00eancia, mesmo para a produ\u00e7\u00e3o de sementes\u201d, afirma.<\/p>\n
Ele informa que, na \u00faltima reuni\u00e3o da comiss\u00e3o do ano passado, em outubro, a comiss\u00e3o j\u00e1 havia considerado ideal que o per\u00edodo do vazio sanit\u00e1rio fosse de 15 de abril a 15 de setembro para proibir tal pr\u00e1tica. \u201cMas agora a decis\u00e3o cabe ao governo estadual analisar qual ser\u00e1 a medida tomada para se proteger a produ\u00e7\u00e3o de soja no estado e se a data do vazio sanit\u00e1rio ser\u00e1 alterada\u201d, comenta.<\/p>\n
O per\u00edodo do vazio sanit\u00e1rio vigente para a cultura da soja em Mato Grosso foi estabelecido pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa conjunta Sedraf\/Indea-MT n\u00ba 011\/2014, publicada no dia 30 de dezembro no Di\u00e1rio Oficial do estado. A partir de ent\u00e3o, o novo per\u00edodo passou a ser de 1\u00ba de junho a 30 de setembro, totalizando 122 dias, o que permite o cultivo de soja safrinha tanto comercialmente quanto para produ\u00e7\u00e3o de sementes.<\/p>\n
Para o presidente da Associa\u00e7\u00e3o dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Carlos Augustin, a preocupa\u00e7\u00e3o com a perda de efici\u00eancia dos fungicidas deve ser maior do que com a produ\u00e7\u00e3o de sementes durante a safrinha. \u201cA cultura da soja em Mato Grosso est\u00e1 em risco porque os fungicidas podem perder efici\u00eancia e, sem soja, n\u00e3o h\u00e1 semente de soja. Um representante da Andef [Associa\u00e7\u00e3o Nacional de Defesa Vegetal] esteve na reuni\u00e3o e disse que para os pr\u00f3ximos cinco anos n\u00e3o h\u00e1 perspectiva de que surjam novos fungicidas\u201d, analisa.<\/p>\n
O produtor e presidente do Sindicato Rural de Sinop, Ant\u00f4nio Galvan, que tamb\u00e9m participou da reuni\u00e3o, acredita que deve ser vista com preocupa\u00e7\u00e3o a perda de efici\u00eancia dos fungicidas e a resist\u00eancia dos fungos que causam a Ferrugem Asi\u00e1tica. No entanto, em sua opini\u00e3o, a cadeia produtiva de soja deveria ser discutida como um todo pela comiss\u00e3o. \u201cTemos resist\u00eancia a ervas, no caso dos herbicidas; temos um problema muito grave hoje quanto ao controle de mosca branca, que s\u00e3o os inseticidas; lagartas que n\u00e3o eram problema para nossa atividade agr\u00edcola at\u00e9 quatro, cinco anos atr\u00e1s e hoje est\u00e1 sendo um problema ser\u00edssimo\u201d, ressalta.<\/p>\n
Com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 soja safrinha, Galvan diz que as quest\u00f5es agron\u00f4micas t\u00eam que ser levadas em conta, mas tamb\u00e9m deve-se considerar a experi\u00eancia dos produtores. \u201cEu mesmo, com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 soja comercial de safrinha, sou contra; j\u00e1 testamos, j\u00e1 fizemos, n\u00e3o \u00e9 vi\u00e1vel. Agora, para o produtor salvar sua pr\u00f3pria semente, ela \u00e9 extremamente vi\u00e1vel\u201d, afirma.<\/p>\n
Na opini\u00e3o do presidente da Comiss\u00e3o, Wanderlei Dias Guerra, a tend\u00eancia \u00e9 que se chegue a um consenso sobre a restri\u00e7\u00e3o da soja sobre soja, cujo cultivo pode agravar a perda de efici\u00eancia dos fungicidas pelo seu uso excessivo no campo. \u201cSe quisermos preservar a lavoura principal, aquela que vai de setembro at\u00e9 mar\u00e7o, n\u00f3s temos que limitar o plantio de soja sobre soja. Isso \u00e9 fundamental, porque n\u00f3s n\u00e3o temos ferramentas para fazer frente a uma segunda produ\u00e7\u00e3o, n\u00f3s n\u00e3o temos tecnologia\u201d, destaca. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Perda de efici\u00eancia de fungicidas contra Ferrugem Asi\u00e1tica \u00e9 preocupa\u00e7\u00e3o. Pesquisadores de soja compartilham preocupa\u00e7\u00e3o com Governo do Mato Grosso. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[58,178],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/112535"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=112535"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/112535\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=112535"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=112535"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=112535"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}