{"id":114203,"date":"2015-03-31T00:00:41","date_gmt":"2015-03-31T03:00:41","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=114203"},"modified":"2015-03-30T09:40:36","modified_gmt":"2015-03-30T12:40:36","slug":"inpe-desenvolve-metodologia-para-mapear-risco-de-deslizamento-de-terra","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2015\/03\/31\/114203-inpe-desenvolve-metodologia-para-mapear-risco-de-deslizamento-de-terra.html","title":{"rendered":"Inpe desenvolve metodologia para mapear risco de deslizamento de terra"},"content":{"rendered":"

Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desenvolveram uma metodologia para mapear \u00e1reas suscet\u00edveis a deslizamentos de terra em munic\u00edpios brasileiros a partir de dados e softwares de dom\u00ednio p\u00fablico.<\/p>\n

Desenvolvida no \u00e2mbito do Projeto Tem\u00e1tico \u201cAssessment of impacts and vulnerability to climate change in Brazil and strategies for adaptation option\u201d, realizado com apoio da FAPESP, a metodologia foi descrita em um artigo publicado na revista Natural Hazards and Earth System Sciences.<\/p>\n

\u201cA ideia de usar dados e softwares livres foi para possibilitar que a metodologia possa ser utilizada de forma pr\u00e1tica e confi\u00e1vel por gestores p\u00fablicos de munic\u00edpios brasileiros que ainda n\u00e3o possuem mapeamentos de \u00e1reas suscet\u00edveis a deslizamentos de terra e que muitas vezes sofrem com esse tipo de problema\u201d, disse Pedro Ivo Camarinha, doutorando no Inpe e um dos autores da metodologia, \u00e0 Ag\u00eancia FAPESP.<\/p>\n

A metodologia utiliza um sistema de processamento de informa\u00e7\u00f5es georreferenciadas chamado Spring, desenvolvido pelo Inpe e disponibilizado gratuitamente na internet, al\u00e9m de um banco de dados geomorfom\u00e9tricos do Brasil, denominado Topodata, tamb\u00e9m criado pelo Inpe a partir de dados da miss\u00e3o Shuttle Radar Topography Mission (SRTM).<\/p>\n

Realizada em fevereiro de 2000 pelo \u00f4nibus espacial Endeavour, da ag\u00eancia espacial americana (Nasa), a SRTM teve o objetivo de obter a mais completa base de dados topogr\u00e1ficos digitais e de alta resolu\u00e7\u00e3o da Terra por meio de um sistema de radar.<\/p>\n

\u201cO Topodata conseguiu melhorar a resolu\u00e7\u00e3o dos dados de topografia fornecidos pela SRTM \u2013 que era de 90 metros \u2013 para toda a Am\u00e9rica do Sul e, especialmente para o Brasil, oferecendo ao usu\u00e1rio uma s\u00e9rie de dados topogr\u00e1ficos com resolu\u00e7\u00e3o espacial de 30 metros\u201d, disse Camarinha.<\/p>\n

\u201cIsso colabora para elabora\u00e7\u00e3o de mapas de suscetibilidade a deslizamentos de terra de munic\u00edpios brasileiros com resolu\u00e7\u00e3o aceit\u00e1vel\u201d, avaliou.<\/p>\n

Serra do Mar<\/strong> – A fim de avaliar sua confiabilidade, a metodologia foi usada inicialmente para estimar a suscetibilidade e riscos de deslizamento de terra nos munic\u00edpios de Caraguatatuba, Ubatuba, Santos e Cubat\u00e3o, situados na regi\u00e3o da Serra do Mar, no litoral paulista.<\/p>\n

De import\u00e2ncia estrat\u00e9gica para a economia do estado e do pa\u00eds em raz\u00e3o de concentrar portos, estradas, oleodutos e gaseodutos, al\u00e9m de serem centros tur\u00edsticos, os quatro munic\u00edpios registram frequentemente desastres naturais envolvendo deslizamentos de terra devido, entre outros fatores, \u00e0s caracter\u00edsticas geof\u00edsicas e ao crescimento populacional desordenado, que levou \u00e0 ocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1reas pr\u00f3ximas a encostas e morros.<\/p>\n

Por essas raz\u00f5es, essas quatro cidades t\u00eam sido consideradas priorit\u00e1rias nos mapeamentos de \u00e1reas de risco de deslizamentos feitos pelo Servi\u00e7o Geol\u00f3gico do Brasil (CPRM) \u2013 o \u00f3rg\u00e3o oficial de assessoramento dos munic\u00edpios e da Defesa Civil na gest\u00e3o de riscos de desastres naturais.<\/p>\n

\u201cOs munic\u00edpios de Caraguatatuba, Ubatuba, Santos e Cubat\u00e3o j\u00e1 contam com um mapeamento de \u00e1reas suscet\u00edveis a deslizamentos de terra, elaborado pelo CPRM, devido a seus hist\u00f3ricos de desastres naturais relacionados a esse tipo de processo geol\u00f3gico\u201d, disse Camarinha.<\/p>\n

Ao comparar o levantamento de suscetibilidade a deslizamento de terra feito com a metodologia desenvolvida pelo Inpe com o levantamento de \u00e1reas de risco de deslizamento realizado pelo CPRM nesses quatro munic\u00edpios, os pesquisadores constataram que a metodologia \u00e9 bastante eficiente.<\/p>\n

Al\u00e9m de \u00e1reas de risco de deslizamentos de terra j\u00e1 identificadas pelo CPRM em campo, a metodologia indicou que h\u00e1 regi\u00f5es com suscetibilidade alta e muito alta nos quatro munic\u00edpios situadas, em sua maioria, em \u00e1reas de expans\u00e3o urbana.<\/p>\n

\u201cA metodologia que desenvolvemos foi capaz de identificar com consider\u00e1vel precis\u00e3o onde est\u00e3o localizadas as \u00e1reas de risco de deslizamento de terra nos quatro munic\u00edpios analisados\u201d, afirmou Camarinha.<\/p>\n

\u201cEla pode ser usada tanto em cidades que j\u00e1 possuem mapeamento de suscetibilidade a deslizamento de terra para refor\u00e7ar e nortear as an\u00e1lises feitas in loco pelo CPRM, como tamb\u00e9m por munic\u00edpios que ainda n\u00e3o t\u00eam esse tipo de levantamento\u201d, afirmou.<\/p>\n

Levantamento nacional<\/strong> – De acordo com a The International Emergency Disasters Database (EM-DAT) \u2013 uma base de dados de desastres ocorridos em todo o mundo desde 1900 \u2013, no per\u00edodo de 1900 a 2013 foram registrados 150 grandes desastres naturais no Brasil, que afetaram 71 milh\u00f5es de pessoas, causaram mais de 10 mil mortes e perdas estimadas em US$ 16 bilh\u00f5es.<\/p>\n

Devido ao aumento da frequ\u00eancia e intensidade de desastres naturais relacionados a deslizamentos de terra nas cidades brasileiras nas \u00faltimas duas d\u00e9cadas \u2013 especialmente nas regi\u00f5es Sudeste e Sul do pa\u00eds \u2013, o CPRM come\u00e7ou a realizar a partir de 2013, por solicita\u00e7\u00e3o do governo federal, um mapeamento de suscetibilidade, perigo e risco em 821 munic\u00edpios considerados priorit\u00e1rios por registrarem o maior n\u00famero de ocorr\u00eancias.<\/p>\n

O trabalho vem avan\u00e7ando nos \u00faltimos anos, mas ainda h\u00e1 uma s\u00e9rie de munic\u00edpios priorit\u00e1rios que ainda n\u00e3o possuem esse tipo de mapeamento, apontou Camarinha.<\/p>\n

\u201cAl\u00e9m desses munic\u00edpios considerados priorit\u00e1rios, h\u00e1 uma s\u00e9rie de outros onde tamb\u00e9m ocorrem deslizamentos de terra, mas com menor frequ\u00eancia e intensidade\u201d, afirmou.<\/p>\n

\u201cPara esses casos, a metodologia que desenvolvemos pode auxiliar a Defesa Civil e secretarias municipais que tratam de riscos de desastres naturais a fazer um planejamento urbano melhor, como tamb\u00e9m identificar \u00e1reas de risco a deslizamentos de terra\u201d, avaliou<\/p>\n

Al\u00e9m de Caraguatatuba, Ubatuba, Santos e Cubat\u00e3o, ap\u00f3s ser validada, a metodologia tamb\u00e9m foi usada para avaliar a suscetibilidade a deslizamento de terra em cerca de outros 60 munic\u00edpios paulistas, situados na Baixada Santista, Litoral Norte, regi\u00e3o metropolitana de Campinas, Serra da Mantiqueira e no Vale do Para\u00edba.<\/p>\n

Os pesquisadores tamb\u00e9m est\u00e3o avaliando a possibilidade de adaptar a metodologia para analisar \u00e1reas de risco suscet\u00edveis \u00e0 inunda\u00e7\u00e3o, que representa o tipo de desastre natural mais frequente (58% do total) e que causa maior n\u00famero de \u00f3bitos no Brasil, seguido por deslizamentos de terra (15,6%), segundo o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, elaborado pelo Centro Universit\u00e1rio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).\t(Fonte: Ag\u00eancia FAPESP)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Sistema usa dados e softwares livres e pode auxiliar munic\u00edpios que ainda n\u00e3o possuem levantamentos de regi\u00f5es vulner\u00e1veis. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[200,93],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/114203"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=114203"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/114203\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=114203"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=114203"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=114203"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}