{"id":114365,"date":"2015-04-06T00:25:10","date_gmt":"2015-04-06T03:25:10","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=114365"},"modified":"2015-04-06T00:26:19","modified_gmt":"2015-04-06T03:26:19","slug":"salmao-que-pode-alcancar-tamanho-de-humano-esta-sob-ameaca","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2015\/04\/06\/114365-salmao-que-pode-alcancar-tamanho-de-humano-esta-sob-ameaca.html","title":{"rendered":"Salm\u00e3o que pode alcan\u00e7ar tamanho de humano est\u00e1 sob amea\u00e7a"},"content":{"rendered":"
No rio Dan\u00fabio, o salm\u00e3o chegava a alcan\u00e7ar o tamanho de um ser humano e viver 30 anos. Mas o \u00faltimo polo de pesca dessa esp\u00e9cie, localizado nos B\u00e1lc\u00e3s, no leste da Europa, est\u00e1 amea\u00e7ado pela constru\u00e7\u00e3o de represas.<\/p>\n
“Ele \u00e9 muito r\u00e1pido, esguio e elegante. Al\u00e9m de muito bonito”, diz o ambientalista Ulrich Eichelmann<\/p>\n
A descri\u00e7\u00e3o, que poderia ser de um carro, \u00e9 na verdade atribu\u00edda ao peixe – chamado de Hucho Hucho em latim, Huchen em alem\u00e3o e conhecido como salm\u00e3o do Dan\u00fabio porque houve uma \u00e9poca em que a esp\u00e9cie era comum na bacia do rio, que atravessa o continente europeu.<\/p>\n
Hoje, seu principal ref\u00fagio \u00e9 a pen\u00ednsula balc\u00e2nica (regi\u00e3o onde est\u00e3o pa\u00edses como B\u00f3snia, S\u00e9rvia e Hungria), em c\u00f3rregos e rios que correm pelas montanhas e vales entre a Eslov\u00eania e Montenegro. Agora, h\u00e1 campanha em curso para salvar os salm\u00f5es na regi\u00e3o.<\/p>\n
“N\u00f3s, europeus, protestamos indignados contra a extin\u00e7\u00e3o dos \u00faltimos tigres na \u00c1sia e exigimos esfor\u00e7os para salv\u00e1-los”, diz Eichelmann, dentro da floresta pr\u00f3xima ao rio esloveno Sava. “Mas parecemos cegos \u00e0 amea\u00e7a aos nossos pr\u00f3prios ‘tigres’ – o salm\u00e3o do Dan\u00fabio.”<\/p>\n
\u00c0 frente dele, um homem carrega cinco esp\u00e9cimes do peixe, de tr\u00eas anos de idade, cada um com cerca de 40 cm de comprimento, se contorcendo dentro de um balde, pouco antes de serem devolvidos \u00e0 natureza selvagem. Levados ao rio, os peixes rapidamente mergulham e correm em zigue-zague pela \u00e1gua.<\/p>\n
“Esse peixe \u00e9 um bom indicativo da sa\u00fade dos nossos rios”, explica Steven Weiss, cientista americano baseado na \u00c1ustria e coautor de um novo estudo advertindo que a constru\u00e7\u00e3o de novas represas pode destruir grande parte da esp\u00e9cie.<\/p>\n
Isso porque, para manter sua popula\u00e7\u00e3o em n\u00famero sustent\u00e1vel, os peixes necessitam de muito espa\u00e7o, \u00e1gua que corra com rapidez e um habitat bem espec\u00edfico para a desova.<\/p>\n
Na regi\u00e3o do Dan\u00fabio em Wachau, na \u00c1ustria, o pescador e vinicultor Josef Fischer cultiva milhares de salm\u00f5es por ano, em tanques constru\u00eddos em meio \u00e0s vin\u00edcolas.<\/p>\n
Fischer diz que h\u00e1 dez anos n\u00e3o tem coragem de comer o peixe. “Gosto demais deles.” Nos tanques, os peixes s\u00e3o divididos conforme sua idade. A “estrela” de Fischer \u00e9 uma f\u00eamea, que ele carrega cuidadosamente at\u00e9 um cont\u00eainer azul, para ent\u00e3o sed\u00e1-la e massage\u00e1-la diversas vezes, estimulando a produ\u00e7\u00e3o de seus ovos.<\/p>\n
O objetivo era conseguir que ela expelisse seus ovos, para trazer ent\u00e3o um grande macho de outro tanque para fertiliz\u00e1-los. Nesse dia, por\u00e9m, Fischer n\u00e3o teve sorte: nenhum ovo.<\/p>\n
Ele diz que voltar\u00e1 a tentar no ano que vem. “Por enquanto, tenho o peixes bastante aqui.” No total, ele estima ter 10 mil esp\u00e9cimes. V\u00e1rios deles s\u00e3o liberados por Fischer no Dan\u00fabio, para repopular o rio com essa esp\u00e9cie nobre que, em tempos mais \u00e1ureos, migrava em grandes n\u00fameros.<\/p>\n
Desde os anos 1950 e 1960, por\u00e9m, a constru\u00e7\u00e3o de represas destruiu muitos pontos de desova e transformou o rio em uma sucess\u00e3o de lagos.<\/p>\n
De volta ao rio Sava, na Eslov\u00eania, Steven Weiss explica como o salm\u00e3o se reproduz na natureza selvagem: a f\u00eamea encontra um trecho do leito do rio que ela gosta; com um macho, ela faz uma dan\u00e7a em que ambos varrem finos gr\u00e3os de cascalho para formar um ninho para seus ovos. Quando ela expele os ovos, o macho os fertiliza.<\/p>\n
Quando o processo acaba, a f\u00eamea joga uma fina camada de areia sobre os ovos. Um m\u00eas depois, nascem os pequenos peixinhos, que tentam povoar as \u00e1guas dos B\u00e1lc\u00e3s. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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