O Zool\u00f3gico de Buenos Aires trabalha na melhoria da jaula de Sandra, uma orangotango que provocou uma aut\u00eantica batalha judicial entre a institui\u00e7\u00e3o e uma associa\u00e7\u00e3o que defende a mudan\u00e7a do animal a um “santu\u00e1rio” e que alcan\u00e7ou seu reconhecimento como “sujeito n\u00e3o humano”.<\/p>\n
Um porta-voz do zoo, que fica em Palermo, explicou na quarta-feira que j\u00e1 est\u00e1 em andamento a reforma do espa\u00e7o onde Sandra vive no quesito “enriquecimento ambiental” a partir de sugest\u00f5es dadas por veterin\u00e1rios h\u00e1 um m\u00eas, pouco antes de a Justi\u00e7a dar a uma organiza\u00e7\u00e3o de defesa dos animais a representa\u00e7\u00e3o dos direitos da orangotango.<\/p>\n
A orangotango se tornou protagonista de uma batalha judicial entre o zool\u00f3gico portenho e a Associa\u00e7\u00e3o de Funcion\u00e1rios e Advogados pelo Direito dos Animais (Afada) em novembro do ano passado, quando a entidade conseguiu que a Justi\u00e7a argentina desse um “habeas corpus” que reconhecia os direitos de Sandra como “sujeito n\u00e3o humano”.<\/p>\n
O objetivo \u00e9 que Sandra possa viver em um “santu\u00e1rio”, possivelmente no Brasil, em regime de semiliberdade com exemplares de sua esp\u00e9cie, j\u00e1 que, segundo a associa\u00e7\u00e3o, o primata est\u00e1 “deprimido” e “privado ilegalmente de sua liberdade”.<\/p>\n
A C\u00e2mara de Cassa\u00e7\u00e3o Penal derivou a causa \u00e0 procuradoria, que a arquivou ao considerar que n\u00e3o existia crime de maus-tratos animal e a Afada n\u00e3o podia ser considerada parte querelante em representa\u00e7\u00e3o do animal porque n\u00e3o era a “diretamente ofendida pelo delito”.<\/p>\n
No entanto, em 29 de abril, o juiz Gustavo Letner decidiu a favor da Afada, \u00e0 qual permitiu constituir-se como parte querelante no processo penal por considerar a Sandra uma “incapaz de fato” e cuja representa\u00e7\u00e3o legal “sucede necess\u00e1ria e for\u00e7osa” porque seu bem-estar “poderia encontrar-se vulnerado pelos maus-tratos”.<\/p>\n
Conforme destacou em entrevista \u00e0 Efe o presidente da associa\u00e7\u00e3o, Pablo Buompadre, se trata de uma “decis\u00e3o hist\u00f3rica” que, al\u00e9m disso, define Sandra de forma expressa, pela primeira vez, como um “ser senciente”, ou seja, capaz de sentir.<\/p>\n
Quanto \u00e0s reformas no espa\u00e7o destinado ao animal, Buompadre considera que n\u00e3o h\u00e1 diferen\u00e7a entre estrar enjaulada em uma “cidade barulhenta ou um santu\u00e1rio”.<\/p>\n
“Por mais que melhorem o acondicionamento, n\u00e3o deixa de ser uma jaula”, disse ele, antes de ressaltar que Sandra “n\u00e3o pode se sentir \u00e0 vontade” depois de mais de 20 anos fechada, sozinha e em um estado de estresse permanente. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"