{"id":118209,"date":"2015-08-18T00:00:24","date_gmt":"2015-08-18T03:00:24","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=118209"},"modified":"2015-08-17T22:59:36","modified_gmt":"2015-08-18T01:59:36","slug":"projeto-pretende-avancar-o-conhecimento-sobre-explosoes-solares","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2015\/08\/18\/118209-projeto-pretende-avancar-o-conhecimento-sobre-explosoes-solares.html","title":{"rendered":"Projeto pretende avan\u00e7ar o conhecimento sobre explos\u00f5es solares"},"content":{"rendered":"
Um cons\u00f3rcio integrado por sete universidades e institui\u00e7\u00f5es de pesquisa europeias vem se dedicando, nos \u00faltimos dois anos, a estudar a F\u00edsica das explos\u00f5es solares \u2013 considerada como os eventos mais intensos de libera\u00e7\u00e3o de energia no Sistema Solar.<\/p>\n
Denominado F-CHROMA \u2013 sigla, em ingl\u00eas, de Flare Chromospheres: observations, models and archives \u2013, o projeto \u00e9 financiado pelo S\u00e9timo Programa-Quadro da Comiss\u00e3o Europeia (FP7) e tem a participa\u00e7\u00e3o do pesquisador Paulo Sim\u00f5es, p\u00f3s-doutorando na Escola de F\u00edsica e Astronomia, da University of Glasgow, da Esc\u00f3cia.<\/p>\n
\u00danico representante brasileiro no projeto, Sim\u00f5es realizou, com Bolsas da FAPESP, inicia\u00e7\u00e3o cient\u00edfica e p\u00f3s-doutorado na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), al\u00e9m de mestrado e doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).<\/p>\n
O pesquisador esteve no in\u00edcio de agosto na UPM, onde participou de um col\u00f3quio sobre explos\u00f5es solares na cromosfera solar a convite do Centro de R\u00e1dio Astronomia e Astrof\u00edsica Mackenzie (CRAAM).<\/p>\n
\u201cO objetivo principal do projeto F-CHROMA \u00e9 aumentar o conhecimento sobre a F\u00edsica das explos\u00f5es solares, confrontando as teorias e modelos atuais com observa\u00e7\u00f5es de alt\u00edssima resolu\u00e7\u00e3o\u201d, disse Sim\u00f5es \u00e0 Ag\u00eancia FAPESP.<\/p>\n
As explos\u00f5es solares s\u00e3o erup\u00e7\u00f5es repentinas na superf\u00edcie do Sol caracterizadas pela libera\u00e7\u00e3o de grandes quantidades de radia\u00e7\u00e3o e que podem ser causadas por mudan\u00e7as locais no campo eletromagn\u00e9tico solar. Esses eventos influenciam o clima espacial e interferem, por exemplo, na transmiss\u00e3o de dados por sat\u00e9lites.<\/p>\n
Explos\u00f5es solares de m\u00e9dio porte podem liberar energia equivalente a 100 milh\u00f5es de megatons de TNT em apenas alguns minutos \u2013 10 mil vezes mais forte do que todas as armas nucleares estocadas no planeta \u2013, que em sua maioria \u00e9 transformada, em \u00faltima an\u00e1lise, em radia\u00e7\u00e3o eletromagn\u00e9tica.<\/p>\n
Essa radia\u00e7\u00e3o eletromagn\u00e9tica \u00e9 emitida, principalmente, em uma camada fina da atmosfera do Sol, chamada cromosfera. Regi\u00e3o de transi\u00e7\u00e3o entre a fotosfera \u2013 a camada externa vis\u00edvel do Sol \u2013 e a coroa solar \u2013 a atmosfera superior da estrela \u2013, a cromosfera \u00e9 apontada como a principal regi\u00e3o de dissipa\u00e7\u00e3o e radia\u00e7\u00e3o eletromagn\u00e9tica.<\/p>\n
\u201cHoje, a teoria corrente sugere que el\u00e9trons s\u00e3o acelerados em alguma regi\u00e3o na coroa solar e que essas part\u00edculas viajam ao longo do campo magn\u00e9tico solar e chegam \u00e0 cromosfera\u201d, disse Sim\u00f5es.<\/p>\n
\u201cAo chegar, os el\u00e9trons colidem com outras part\u00edculas que j\u00e1 estavam na cromosfera, como pr\u00f3tons e outros el\u00e9trons, e depositam energia, alterando as condi\u00e7\u00f5es da cromosfera\u201d, detalhou.<\/p>\n
A meta dos pesquisadores \u00e9 tentar entender como a cromosfera responde \u00e0 entrada dessa energia durante as explos\u00f5es solares, em termos de mudan\u00e7as de temperatura, de densidade e da ioniza\u00e7\u00e3o (eletrifica\u00e7\u00e3o) de elementos presentes nela, como, principalmente, hidrog\u00eanio e h\u00e9lio.<\/p>\n
\u201cQueremos entender melhor quais s\u00e3o as condi\u00e7\u00f5es iniciais de uma explos\u00e3o solar, al\u00e9m de como o evento evolui e o que ocorre com a cromosfera durante a entrada de energia e a sa\u00edda da radia\u00e7\u00e3o eletromagn\u00e9tica gerada por uma explos\u00e3o solar\u201d, disse Sim\u00f5es.<\/p>\n
\u201cIsso pode contribuir para aumentar o conhecimento sobre como a energia de uma explos\u00e3o solar \u00e9 armazenada, liberada e convertida em outras formas.\u201d<\/p>\n
De acordo com o pesquisador, o material da atmosfera solar, assim como de 99% do universo vis\u00edvel, \u00e9 composto por um g\u00e1s eletrificado \u2013 ou plasma \u2013 que leva \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de um campo magn\u00e9tico.<\/p>\n
Ao estudar a libera\u00e7\u00e3o de energia e radia\u00e7\u00e3o em explos\u00f5es solares tamb\u00e9m \u00e9 poss\u00edvel conhecer melhor o funcionamento de plasmas astrof\u00edsicos e processos de alta energia associados a diversos objetos astrof\u00edsicos, como quasares, apontou.<\/p>\n
\u201cO Sol \u00e9 um laborat\u00f3rio de plasma. Ao estud\u00e1-lo, \u00e9 poss\u00edvel entender melhor como o plasma e um campo magn\u00e9tico se comportam ou como \u00e9 transferida energia de uma regi\u00e3o para outra, entre diversas outras quest\u00f5es\u201d, disse Sim\u00f5es.<\/p>\n
O conhecimento sobre a atividade do Sol tamb\u00e9m pode ser aplicado para estudar outros objetos astron\u00f4micos, como as estrelas, e auxiliar na busca de exoplanetas habit\u00e1veis (planetas que orbitam uma estrela, que n\u00e3o o Sol).<\/p>\n
Tamb\u00e9m s\u00e3o observadas explos\u00f5es em outras estrelas, com maior intensidade do que as que acontecem no Sol, mas ainda n\u00e3o se sabe por que isso ocorre, disse Sim\u00f5es.<\/p>\n
\u201cA maior parte dos aspectos relacionados \u00e0 F\u00edsica das explos\u00f5es solares pode ser usada para estudar outros objetos astron\u00f4micos\u201d, disse o pesquisador.<\/p>\n
Primeiros resultados<\/strong> – A fim de estudar as explos\u00f5es solares, os pesquisadores participantes do projeto F-CHROMA est\u00e3o combinando dados de observa\u00e7\u00f5es por sat\u00e9lite e terrestres com modelagem te\u00f3rica e computacional avan\u00e7ada.<\/p>\n Algumas das observa\u00e7\u00f5es solares terrestres est\u00e3o sendo feitas por meio de telesc\u00f3pios \u00f3pticos, como o Dunn Solar Telescope (DST), instalado no Novo M\u00e9xico, nos Estados Unidos, e o Swedish Solar Telescope (SST), nas Ilhas Can\u00e1rias, na Espanha.<\/p>\n J\u00e1 as observa\u00e7\u00f5es no espa\u00e7o est\u00e3o sendo feitas por meio de sondas n\u00e3o tripuladas como a Solar Dynamics Observatory (SDO), lan\u00e7ada no in\u00edcio de 2010, e a Interface Region Imaging Spectrograph (IRIS), lan\u00e7ada em junho de 2013 \u2013 ambas pertencentes \u00e0 ag\u00eancia espacial norte-americana, a Nasa.<\/p>\n Por meio de dados coletados de um instrumento embarcado na SDO, o Atmospheric Imaging Assembly (AIA) \u2013 que fornece observa\u00e7\u00f5es cont\u00ednuas da coroa solar e da cromosfera na regi\u00e3o do ultravioleta \u2013, e do sat\u00e9lite Reuven Ramaty High Energy Solar Spectroscopic Imager (RHESSI), tamb\u00e9m da Nasa, o pesquisador e outros colaboradores do projeto observaram que, no in\u00edcio das explos\u00f5es solares, o plasma de uma regi\u00e3o entre a baixa coroa solar e o topo da cromosfera registra uma alt\u00edssima temperatura, que varia de 6 a 12 milh\u00f5es de graus.<\/p>\n \u201cEssa hip\u00f3tese j\u00e1 havia sido sugerida por outros pesquisadores no in\u00edcio da d\u00e9cada de 1990, mas n\u00e3o havia dados suficientes de observa\u00e7\u00f5es para comprov\u00e1-la. E agora mostramos que, de fato, o plasma dessa regi\u00e3o fica muito quente no in\u00edcio das explos\u00f5es solares\u201d, disse Sim\u00f5es.<\/p>\n Os resultados do F-CHROMA dever\u00e3o ser usados em grandes projetos futuros de observa\u00e7\u00f5es solares, como o telesc\u00f3pio solar Daniel K. Inouye, previsto para entrar em opera\u00e7\u00e3o em 2019, no Hava\u00ed, e da sonda solar Orbiter, da ag\u00eancia espacial europeia \u2013 a ESA \u2013, prevista para ser lan\u00e7ada no espa\u00e7o em 2018 e que dever\u00e1 ser uma das primeiras a chegar mais pr\u00f3ximo do Sol. (Fonte: Ag\u00eancia FAPESP)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" P\u00f3s-doutorando na University of Glasgow, da Esc\u00f3cia, ex-bolsista da FAPESP \u00e9 o \u00fanico representante brasileiro no cons\u00f3rcio de pesquisa integrado por sete institui\u00e7\u00f5es europeias. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[36],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/118209"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=118209"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/118209\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=118209"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=118209"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=118209"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}