Uma empresa de biotecnologia fundada nos Estados Unidos com a ajuda de um pesquisador brasileiro foi vendida neste m\u00eas para a Roche por US$ 425 milh\u00f5es (pouco mais de R$ 1,5 bilh\u00e3o no c\u00e2mbio atual).<\/p>\n
A GeneWEAVE Biosciences foi cofundada por Leonardo Maestri Teixeira junto com outro amigo durante o per\u00edodo em que estava na Universidade de Cornellpara desenvolver o doutorado.<\/p>\n
Teixeira foi bolsista da Coordena\u00e7\u00e3o de Aperfei\u00e7oamento de Pessoal de N\u00edvel Superior (Capes), \u00f3rg\u00e3o vinculado ao Minist\u00e9rio da Educa\u00e7\u00e3o (MEC). De acordo com a Capes, a ideia da empresa surgiu em uma disciplina sobre empreendedorismo e acabou executada paralelamente \u00e0s atividades do bolsista.<\/p>\n
“T\u00ednhamos que trabalhar um plano de neg\u00f3cios conceitual em cima de uma ideia. Discutimos sobre diversas ideias, at\u00e9 resolvermos buscar um problema de pa\u00edses em desenvolvimento como o Brasil”, explicou.<\/p>\n
O diagn\u00f3stico da tuberculose foi o primeiro foco, depois alterado para infec\u00e7\u00e3o hospitalar.<\/p>\n
“Buscamos uma solu\u00e7\u00e3o para a erradica\u00e7\u00e3o da tuberculose, focando no diagn\u00f3stico. Da\u00ed surgiu o conceito da tecnologia, que posteriormente patenteamos e aprovamos um projeto para o desenvolvimento da prova de conceito da ideia que tivemos”, relatou o brasileiro para a Capes.<\/p>\n
Diante dos primeiros bons resultados, Teixeira partiu para obter recursos em competi\u00e7\u00f5es para empreendedores. Com os pr\u00eamios em dinheiro conquistado nessas “disputas de plano de neg\u00f3cio”, a equipe foi ampliada e o foco, alterado.<\/p>\n
“Para conseguirmos capital semente, mudamos o foco do nosso kit de diagn\u00f3stico de tuberculose para infec\u00e7\u00e3o hospitalar, j\u00e1 que este era um problema dos EUA, e consequentemente facilitaria a capta\u00e7\u00e3o de recursos”, disse.<\/p>\n
Investimento e retorno<\/strong> – Entre 2010 e 2014, a empresa captou US$ 25,2 milh\u00f5es de d\u00f3lares junto a investidores. Por isso, Teixeira lembra que na venda da empresa, como ocorre com a maioria das start-ups, os investidores ficar\u00e3o com boa parte do valor da venda.<\/p>\n “(…) Sofri uma grande dilui\u00e7\u00e3o durante os investimentos, o que \u00e9 normal em uma empresa que recebe recursos de capital de risco. E que estes investidores ficam com a maior parte do retorno da venda. Isto \u00e9 normal, j\u00e1 que o risco de capital \u00e9 todo deles. Enfatizo isto para os que n\u00e3o s\u00e3o familiarizados com estes neg\u00f3cios acharem que fiquei bilion\u00e1rio”, disse.<\/p>\n Segundo o pesquisador, a venda da GeneWEAVE sempre foi uma das hip\u00f3teses consideradas pelo grupo. “Desde 2014 j\u00e1 temos alguns equipamentos em teste em alguns hospitais, e come\u00e7amos a apresentar os resultados em algumas feiras setoriais, j\u00e1 no intuito de divulgar o produto e a empresa para uma poss\u00edvel venda, que ocorreu no in\u00edcio de agosto”, contou Leonardo.<\/p>\n “A aquisi\u00e7\u00e3o teve um aporte inicial de apenas 40% do valor, ficando o restante dependendo dos resultados e metas negociadas. Ou seja, apenas come\u00e7ou. Nosso objetivo \u00e9 realmente ver o produto em todos os hospitais, salvando milhares de vidas por ano, j\u00e1 que esta foi a proposta inicial”, explica.<\/p>\n Em nota, a Roche justificou a aquisi\u00e7\u00e3o para seus investidores afirmando que a GeneWEAVE tem uma solu\u00e7\u00e3o inovadora para diagn\u00f3stico molecular que identifica rapidamente organismos resistentes e avalia sensibilidade aos antibi\u00f3ticos diretamente a partir das amostras cl\u00ednicas, sem processos complicados e demorados.<\/p>\n O produto desenvolvido pela empresa fundada pelo brasileiro foi considerado um “novo paradigma” pela Roche.<\/p>\n Trabalho paralelo<\/strong> – Apesar de a ideia do projeto ter surgido durante uma disciplina, todo o desenvolvimento ocorreu sem tratar do mesmo tema espec\u00edfico do doutorado, realizado entre os anos de 2004 e 2008.<\/p>\n “O trabalho da tecnologia da GeneWEAVE foi feito em paralelo por exig\u00eancia do meu orientador, j\u00e1 que o desejo de trabalhar em algum projeto para iniciar uma empresa surgiu em uma disciplina de empreendedorismo”, explicou.<\/p>\n Teixeira resssalta que o trabalho da disciplina n\u00e3o tinha rela\u00e7\u00e3o espec\u00edfica com o trabalho de conclus\u00e3o da tese. “O projeto da empresa, assim como o modelo de neg\u00f3cios inicial foi elaborado nesta disciplina, ainda sem trabalho de bancada. Por incr\u00edvel que pare\u00e7a, n\u00f3s dois ficamos com uma p\u00e9ssima nota nesta disciplina, na verdade a pior do meu hist\u00f3rico!”, lembra bem-humorado.<\/p>\n A trajet\u00f3ria acad\u00eamica da Teixeira foi marcada pelo foco na pesquisa, com apoio da Capes. “Durante a minha gradua\u00e7\u00e3o em Ci\u00eancia e Tecnologia de Latic\u00ednios na UFV tive bolsa de inicia\u00e7\u00e3o cient\u00edfica e, posteriormente com bolsa da Capes, fiz meu mestrado em Microbiologia Agr\u00edcola nesta mesma institui\u00e7\u00e3o.”<\/p>\n De volta ao Brasil, Teixeira acredita que o conhecimento obtido no exterior est\u00e1 sendo revertido para o pa\u00eds. “Hoje sou diretor-presidente de um instituto (Instituto de Tecnologia e Pesquisa – em Sergipe), que \u00e9 uma refer\u00eancia nas \u00e1reas de atua\u00e7\u00e3o, com mais de 60 pesquisadores doutores, muitos deles com bolsa de produtividade em pesquisa.” (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Brasileiro fez doutorado na Universidade de Cornell nos Estados Unidos. Ele fundou empresa que faz kit r\u00e1pido de diagn\u00f3stico bacteriano. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[101],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/118558"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=118558"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/118558\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=118558"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=118558"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=118558"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}