{"id":118579,"date":"2015-08-31T00:00:01","date_gmt":"2015-08-31T03:00:01","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=118579"},"modified":"2015-08-30T22:45:28","modified_gmt":"2015-08-31T01:45:28","slug":"projeto-tamar-comemora-35-anos-com-nova-geracao-de-tartarugas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2015\/08\/31\/118579-projeto-tamar-comemora-35-anos-com-nova-geracao-de-tartarugas.html","title":{"rendered":"Projeto Tamar comemora 35 anos com nova gera\u00e7\u00e3o de tartarugas"},"content":{"rendered":"
Uma nova gera\u00e7\u00e3o de tartarugas marinhas adultas passou a ocupar as praias e ilhas brasileiras nos \u00faltimos cinco anos. De acordo com dados analisados pelo Projeto Tamar, criado h\u00e1 35 anos para proteger as esp\u00e9cies que passam pelo Brasil, de 2010 a 2015, houve crescimento de 86,7% no n\u00famero de filhotes nascidos em rela\u00e7\u00e3o ao quinqu\u00eanio anterior.<\/p>\n
\u201cEstamos festejando o aparecimento dessa nova gera\u00e7\u00e3o em idade reprodutiva. Isso praticamente dobrou a popula\u00e7\u00e3o de tartarugas marinhas no Brasil\u201d, disse o coordenador-geral e um dos fundadores do projeto, o ocean\u00f3grafo Guy Marcovaldi. Segundo ele, os n\u00fameros comprovam o in\u00edcio da recupera\u00e7\u00e3o dessas esp\u00e9cies, mas n\u00e3o significam que a amea\u00e7a de extin\u00e7\u00e3o acabou. \u201cQuando o Tamar completar 70 anos, teremos um n\u00famero bom, porque ser\u00e1 segunda gera\u00e7\u00e3o de tartarugas, uma sobre a outra.\u201d<\/p>\n
De acordo com o pesquisador, quando o projeto come\u00e7ou, a tartaruga era um prato de comida, e a matan\u00e7a de f\u00eameas e o consumo dos ovos tinham praticamente interrompido o ciclo de vida desses animais. No primeiro ano de atividade, em 1980, o Tamar ajudou a salvar 2 mil tartarugas. Na temporada de desovas de 2013-2014, foram mais de 2 milh\u00f5es de filhotes protegidos.<\/p>\n
Estima-se que 7.350 tartarugas f\u00eameas estiveram em processo de reprodu\u00e7\u00e3o no Brasil no \u00faltimo ano. Marcovaldi explica que as tartarugas s\u00e3o animais de vida longa e demoram 30 anos para atingir a idade adulta. Por isso, os resultados de trabalhos de conserva\u00e7\u00e3o demoram a aparecer.<\/p>\n
Nos \u00faltimos 35 anos, o Tamar protegeu mais de 20 milh\u00f5es de filhotes. \u201cMas, por fatores naturais, apenas um ou dois em cada mil sobrevivem no mar\u201d, explica Marcovaldi. No Brasil, as principais amea\u00e7as \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o das tartarugas s\u00e3o as redes de pesca, os anz\u00f3is e a polui\u00e7\u00e3o dos oceanos.<\/p>\n
Marcovaldi destaca que o esfor\u00e7o de prote\u00e7\u00e3o dessas esp\u00e9cies precisa ser mundial, pois s\u00e3o animais que viajam por longas dist\u00e2ncias. \u201cAs nossas tartarugas migram para a \u00c1frica, Oceania, Am\u00e9rica do Norte e \u00c1sia. Ent\u00e3o, como num trabalho do Itamaraty, essas popula\u00e7\u00f5es precisam ser reconhecidas como amea\u00e7adas por todos os pa\u00edses que compartilham essas esp\u00e9cies com o Brasil.\u201d<\/p>\n
Das sete esp\u00e9cies de tartarugas marinhas existentes no mundo, o Tamar pesquisa e protege as cinco que v\u00eam ao Brasil, todas amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o: a cabe\u00e7uda, de pente, verde, oliva e de couro. Segundo o coordenador-geral do Tamar, a esp\u00e9cie mais vulner\u00e1vel no Brasil \u00e9 a tartaruga-de-couro, que vive no Esp\u00edrito Santo. \u201cMas, em termos mundiais, a pior \u00e9 a tartaruga-pente, que tem o casco extra\u00eddo para fazer j\u00f3ias. At\u00e9 hoje os japoneses continuam insistindo nessa pr\u00e1tica\u201d, lamenta.<\/p>\n
Al\u00e9m de monitorar a postura dos ovos, os cientistas do projeto observam o comportamento e coletam material biol\u00f3gico para an\u00e1lise gen\u00e9tica das tartarugas. Tanto nas \u00e1reas de desova como nas de alimenta\u00e7\u00e3o, animais s\u00e3o marcados com transmissores de metal nas nadadeiras que permitem o estudo do deslocamento e dos h\u00e1bitos, bem como de dados sobre crescimento e taxa de sobreviv\u00eancia.<\/p>\n
Marcovaldi estima que cerca de 50 mil tartarugas foram marcadas desde que o projeto come\u00e7ou. Os dados constam no Sistema de Informa\u00e7\u00e3o sobre Tartarugas Marinhas e ajudam a melhorar as estrat\u00e9gias de recupera\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies. \u201cCostumo dizer que sa\u00edmos da terceira divis\u00e3o na conserva\u00e7\u00e3o e pesquisa das tartarugas, no in\u00edcio da d\u00e9cada de 80, e hoje estamos entre os cinco primeiros colocados no mundo, na primeira divis\u00e3o de tartarugas marinhas do mundo, disputando com Austr\u00e1lia, Costa Rica, Estados Unidos e M\u00e9xico.\u201d<\/p>\n
Gera\u00e7\u00e3o de empregos e financiamento<\/strong> – O Projeto Tamar atua em 25 localidades ao longo de mais de 1.100 quil\u00f4metros de praias, em \u00e1reas de alimenta\u00e7\u00e3o, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas da Bahia, de Sergipe, Pernambuco, do Rio Grande do Norte, Cear\u00e1, Esp\u00edrito Santo, Rio de Janeiro, de S\u00e3o Paulo e Santa Catarina.<\/p>\n De acordo com Marcovaldi, mais de 1.800 pessoas trabalham no projeto, que prioriza a coloca\u00e7\u00e3o de pessoas da regi\u00e3o, em especial as de classe baixa e que trocaram a pr\u00e1tica de matar tartarugas por viver da imagem delas. \u201cN\u00f3s chamamos de uso n\u00e3o letal, quando as pessoas param de vender carne e ovos de tartarugas, mas continuam vivendo delas, mas sem matar. Por exemplo, fabricando camisetas, vendendo artesanato e imagens de tartarugas.\u201d<\/p>\n O projeto tamb\u00e9m capacita cerca de 200 estagi\u00e1rios de universidades brasileiras e estrangeiras nas \u00e1reas de Biologia, Engenharia de Pesca, Medicina Veterin\u00e1ria e Oceanografia por ano.<\/p>\n O Tamar tem nove centros de visita\u00e7\u00e3o nas regi\u00f5es litor\u00e2neas com potencial tur\u00edstico. De acordo com o Formul\u00e1rio de Visita\u00e7\u00e3o Anual, do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), os centros da Bahia e de Santa Catarina est\u00e3o entre os museus mais visitados do Brasil.<\/p>\n \u201cNo ranking de museus mais visitados do pa\u00eds, o Projeto Tamar encabe\u00e7a a lista em quase todas as regi\u00f5es brasileiras onde temos centros para visita\u00e7\u00e3o. S\u00f3 perdemos para museus famosos de S\u00e3o Paulo e para o Cristo Redentor, no Rio\u201d, afirma Marcovaldi.<\/p>\n Os centros t\u00eam tanques e aqu\u00e1rios, pain\u00e9is informativos, espa\u00e7o para exposi\u00e7\u00f5es e palestras e lojas para venda de produtos e respondem por parte relevante do or\u00e7amento do projeto. \u201cA primeira fonte de renda do Tamar vem da produ\u00e7\u00e3o e venda dos produtos da marca, respons\u00e1vel por cerca de 40% dos recursos do projeto\u201d, conta Marcovaldi, que n\u00e3o revela o or\u00e7amento anual do projeto.<\/p>\n O Projeto Tamar \u00e9 uma coopera\u00e7\u00e3o entre o Centro Tamar, do Instituto Chico Mendes de Conserva\u00e7\u00e3o da Biodiversidade (ICMBio), e a Funda\u00e7\u00e3o Pr\u00f3-Tamar, institui\u00e7\u00e3o privada sem fins lucrativos. A Petrobras \u00e9 a patrocinadora oficial do projeto h\u00e1 33 anos. O valor do contrato atual com a estatal, vigente de dezembro de 2014 a dezembro de 2017, \u00e9 de R$ 10.846.777,06. Pelo patroc\u00ednio, a Petrobras repassou R$ 1,88 milh\u00e3o em 2014 e R$ 1,15 milh\u00e3o, at\u00e9 agosto deste ano. Recentemente, o Bradesco tamb\u00e9m tornou-se patrocinador do projeto.<\/p>\n O restante dos recursos vem dos governos federal e estaduais e municipais onde o Tamar atua. \u201cO projeto hoje \u00e9 uma coisa do Brasil. J\u00e1 \u00e9 do DNA da nossa sociedade, e gra\u00e7as a isso ele funciona bem\u201c, afirmou Macovaldi. (Fonte: Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" De acordo com dados analisados pelo Projeto Tamar, criado h\u00e1 35 anos para proteger as esp\u00e9cies que passam pelo Brasil, de 2010 a 2015, houve crescimento de 86,7% no n\u00famero de filhotes nascidos em rela\u00e7\u00e3o ao quinqu\u00eanio anterior. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[66],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/118579"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=118579"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/118579\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=118579"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=118579"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=118579"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}