Delega\u00e7\u00f5es de todo o mundo voltar\u00e3o nesta segunda-feira a Bonn, na Alemanha, para uma \u00faltima semana de negocia\u00e7\u00f5es antes da Confer\u00eancia do Clima de Paris (COP21), com o intuito de reduzir a dist\u00e2ncia que as separa de um acordo para limitar o aquecimento global. <\/p>\n
“O fato de fundo, o que me parece essencial e me torna otimista, \u00e9 que quase todo mundo aceitou o fato de que o pre\u00e7o da ina\u00e7\u00e3o \u00e9 mais elevado que o custo de uma interven\u00e7\u00e3o decidida agora”, declarou na quinta-feira o secret\u00e1rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, que se mostrou preocupado com a lentid\u00e3o do processo de negocia\u00e7\u00e3o. <\/p>\n
O desafio n\u00e3o tem precedentes: ratificar por consenso o princ\u00edpio de uma transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica a n\u00edvel mundial para afastar-se das energias f\u00f3sseis. Um passo que sup\u00f5e afrontar v\u00e1rios interesses industriais e estatais. <\/p>\n
Os 195 pa\u00edses que negociam o futuro acordo encaram outro obst\u00e1culo: garantir financiamento para as na\u00e7\u00f5es em desenvolvimento, sobretudo os mais pobres, com o intuito de ajud\u00e1-los a preferir as energias limpas e a adaptar-se \u00e0s consequ\u00eancias do aquecimento global (infraestruturas, seguran\u00e7a alimentar, abastecimento de \u00e1gua, etc.). <\/p>\n
Diante de uma alta na temperatura m\u00e9dia do planeta de 0,8\u00baC desde a era pr\u00e9-industrial – que j\u00e1 se traduz por uma redu\u00e7\u00e3o das geleiras e uma acidifica\u00e7\u00e3o dos oceanos – a comunidade internacional quer limitar o aquecimento global em 2\u00baC para evitar impactos dram\u00e1ticos. <\/p>\n
Quase 150 pa\u00edses, que representam cerca de 90% das emiss\u00f5es mundiais de gases de efeito estufa, publicaram seus objetivos para reduzir este n\u00famero. Mas este compromisso s\u00f3 limitariam a alta das temperaturas a 3\u00baC. <\/p>\n
“Continuamos longe dos 2\u00baC, os pa\u00edses ter\u00e3o que revisar suas propostas de hoje a 2020, data da entrada em vigor do futuro acordo de Paris”, garantiu Celia Gautier, da rede A\u00e7\u00e3o Clima, um conjunto de 900 ONGs.<\/p>\n
– Bons sinais da China -Eti\u00f3pia, Marrocos ou Costa Rica t\u00eam objetivos considerados ambiciosos, ao contr\u00e1rio dos “maus alunos”: Canad\u00e1, Austr\u00e1lia, R\u00fassia, Jap\u00e3o ou Turquia, e os pa\u00edses do Golfo que ainda n\u00e3o anunciaram objetivos p\u00f3s-2020. <\/p>\n
A situa\u00e7\u00e3o mudou desde a confer\u00eancia de Copenhague em 2009, e a China, primeiro emissor mundial de gases de efeito estufa (25%), “faz sua parte do trabalho e envia bons sinais”, com um desenvolvimento massivo de energias renov\u00e1veis e investimentos, afirmam as ONGs. <\/p>\n
Embora o esfor\u00e7o global continue sendo insuficiente, Laurence Tubiana, a negociadora francesa, considera que foi iniciado um movimento de fundo. Ter tanto objetivos nacionais, que implicam uma previs\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o e do consumo de energia futuros \u00e9 “in\u00e9dito”, segundo ela. <\/p>\n
Paralelamente aos compromissos de casa pa\u00eds, o texto debatido em Bonn, sede da Conven\u00e7\u00e3o-Quadro das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Mudan\u00e7as do Clima, tenta estabelecer um marco geral. <\/p>\n
Trata-se de incluir o aumento de 2\u00baC num objetivo a longo prazo para avan\u00e7ar rumo \u00e0 descarboniza\u00e7\u00e3o da economia, e prever mecanismos para revistar com regularidade os compromissos dos pa\u00edses e conseguir financiamento para os pa\u00edses mais pobres. (Fonte: UOL)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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