Os conflitos, as chuvas e as secas em consequ\u00eancia dos efeitos do El Ni\u00f1o fizeram aumentar “dramaticamente” o n\u00famero de pessoas com fome na \u00c1frica Oriental (32,1 milh\u00f5es), afetando sobretudo a Eti\u00f3pia, informa na quinta-feira (12) relat\u00f3rio da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas (ONU).<\/p>\n
“Devido ao El Ni\u00f1o, a previs\u00e3o \u00e9 de que a inseguran\u00e7a alimentar piore nos pr\u00f3ximos meses, especialmente na Eti\u00f3pia”, atingida por uma seca severa, diz o documento, do Gabinete da ONU para a Coordena\u00e7\u00e3o dos Assuntos Humanit\u00e1rios (Ocha).<\/p>\n
O El Ni\u00f1o, fen\u00f4meno clim\u00e1tico global que afeta periodicamente o planeta, dever\u00e1 durar pelo menos at\u00e9 o in\u00edcio de 2016.<\/p>\n
“No in\u00edcio de 2016, \u00e9 esperado que o n\u00famero de pessoas afetadas pela inseguran\u00e7a alimentar e necessitadas de assist\u00eancia humanit\u00e1ria suba para 32,1 milh\u00f5es”, revela o relat\u00f3rio, acrescentando que mais 2 milh\u00f5es podem ser v\u00edtimas de cheias e inunda\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
Desde maio deste ano, acrescenta o documento do Ocha, o total de pessoas afetadas subiu de 18,5 milh\u00f5es para 25,3 milh\u00f5es, temendo-se que, em janeiro de 2016, possa chegar a 32,1 milh\u00f5es.<\/p>\n
Enquanto pa\u00edses como o Sud\u00e3o, a Eritreia, Eti\u00f3pia e o Djibuti podem ser alvo de seca “extrema”, outros, como o Qu\u00eania, a Som\u00e1lia e Uganda, correm “s\u00e9rios riscos” de cheias e inunda\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
O relat\u00f3rio mostra que mais de 90 mil pessoas do Sul da Som\u00e1lia j\u00e1 foram afetadas por semanas de chuvas torrenciais, obrigando mais da metade a abandonar a \u00e1rea em que vivem.<\/p>\n
Na vizinha Eti\u00f3pia, o El Ni\u00f1o n\u00e3o permitiu a ocorr\u00eancia das chuvas de ver\u00e3o necess\u00e1rias para aumentar as colheitas de cereais, deixando 8,2 milh\u00f5es de pessoas dependentes de ajuda alimentar, o dobro das que precisavam seis meses antes. A ONU receia que esses n\u00fameros possam subir significativamente.<\/p>\n
O El Ni\u00f1o \u00e9 desencadeado pelo aquecimento da temperatura da \u00e1gua no Oceano Pac\u00edfico e pode provocar, ao mesmo tempo, chuvas torrenciais em uma parte do planeta e secas severas em outras.<\/p>\n
Na Eti\u00f3pia, de acordo com o relat\u00f3rio, que cita dados do Fundo das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Inf\u00e2ncia (Unicef), mais de 350 mil crian\u00e7as est\u00e3o em risco e muitas poder\u00e3o morrer de fome, doen\u00e7a ou pela falta de \u00e1gua pot\u00e1vel se n\u00e3o receberem assist\u00eancia ainda neste ano para a m\u00e1 nutri\u00e7\u00e3o severa.<\/p>\n
“O El Ni\u00f1o pode levar a um aumento significativo de doen\u00e7as, como a mal\u00e1ria, dengue, diarreia e c\u00f3lera, as principais causas de morte entre as crian\u00e7as” na Eti\u00f3pia e em outros pa\u00edses africanos, alertou o Unicef.<\/p>\n
Por outro lado, a guerra civil no Golfo de Aden e no I\u00eamen, que tem gerado uma crise de refugiados para a Som\u00e1lia e o Djibuti, o conflito no Sud\u00e3o do Sul e a viol\u00eancia no Burundi t\u00eam ajudado a agravar ainda mais a situa\u00e7\u00e3o, aumentando o n\u00famero de refugiados.<\/p>\n
A ONU lembra ainda a situa\u00e7\u00e3o no Sud\u00e3o do Sul, em que a guerra civil, que dura dois anos, j\u00e1 deixou 40 mil pessoas em situa\u00e7\u00e3o de fome extrema, com dezenas sob o risco de chegar \u00e0 mesma situa\u00e7\u00e3o. (Fonte: Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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