{"id":122216,"date":"2016-01-04T00:00:30","date_gmt":"2016-01-04T02:00:30","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=122216"},"modified":"2016-01-03T20:13:51","modified_gmt":"2016-01-03T22:13:51","slug":"festa-celebra-a-abertura-da-pesca-do-mapara-peixe-apreciado-no-pa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/01\/04\/122216-festa-celebra-a-abertura-da-pesca-do-mapara-peixe-apreciado-no-pa.html","title":{"rendered":"Festa celebra a abertura da pesca do mapar\u00e1, peixe apreciado no PA"},"content":{"rendered":"
A pescaria do peixe mapar\u00e1 \u00e9 um evento grandioso que atrai milhares de pessoas para a regi\u00e3o das ilhas do baixo Tocantins, no Par\u00e1. As fam\u00edlias de ribeirinhos trabalham nos preparativos para esperado dia de abertura da pesca.<\/p>\n
Na Ilha de Sarac\u00e1, rio Tocantins, Par\u00e1, todos os anos, no \u00faltimo dia de fevereiro, alguns moradores se re\u00fanem para planejar a abertura da pesca, que ocorre no dia seguinte.<\/p>\n
Terminada a reuni\u00e3o de trabalho, as mulheres entram em cena cantando o o siri\u00e1, um tipo de m\u00fasica tradicional dessa regi\u00e3o do Par\u00e1. No centro da roda ficam objetos ligados aos principais produtos das ilhas: uma peneira, usada para coar a\u00e7a\u00ed; a armadilha, para pegar camar\u00e3o; e uma rede de pesca.<\/p>\n
Enquanto a cantoria continua no barrac\u00e3o, outro grupo j\u00e1 come\u00e7a a embarcar o material que ser\u00e1 usado pra captura do mapar\u00e1.<\/p>\n
O pescador Raimundo Ferreira explica que a rede precisa ser forte porque um certo visitante pode aparecer no meio dos peixes. \u201cA rede sendo fina, se o boto pegar, ele rasga\u201d, diz.<\/p>\n
Em seguida, j\u00e1 na igrejinha, ocorre uma cerim\u00f4nia cat\u00f3lica. O objetivo \u00e9 pedir prote\u00e7\u00e3o, fartura na pesca e respeito a natureza. A l\u00edder da comunidade Maria de Jesus comanda o encontro. A m\u00fasica que encerra o encontro foi criada pelos pr\u00f3prios ribeirinhos.<\/p>\n
No primeiro de mar\u00e7o, dia da abertura da pesca, o sol vai raiando pregui\u00e7oso e o pessoal de Sarac\u00e1 j\u00e1 est\u00e1 na ativa. O trabalho de pesca come\u00e7a com um servi\u00e7o complicado: procurar os cardumes de mapar\u00e1 na imensid\u00e3o do rio. Para isso, os pescadores contam com uma equipe especializada, comandada pelo taleiro, personagem fundamental dessa atividade.<\/p>\n
Experiente, o pescador Jos\u00e9 Barra, o seu Zequinha, vai na frente da canoa mergulhando a vara comprida, chamada de tala. O trabalho precisa ser feito com muito cuidado. Enquanto os taleiros tentam localizar os cardumes de mapar\u00e1, os outros pescadores do grupo ficam no aguardo, prontos para entrar em a\u00e7\u00e3o. A espera pode levar horas.<\/p>\n
De repente, a calmaria se transforma em agita\u00e7\u00e3o. Esse momento \u00e9 decisivo. Os taleiros j\u00e1 deram o sinal, os cardumes j\u00e1 foram localizados e o grupo segue em fila para fazer o bloqueio do mapar\u00e1.<\/p>\n
O bloqueio, ou borqueio, como dizem na regi\u00e3o, nada mais \u00e9 do que cercar o cardume no rio. A rede \u00e9 lan\u00e7ada por dois barcos que v\u00e3o fazendo um grande c\u00edrculo. Quando os dois grupos se encontram, os ribeirinhos amarram as pontas da rede e o cercado est\u00e1 pronto. Com o mapar\u00e1 preso, os pescadores v\u00e3o fechando o c\u00edrculo e, aos poucos, deixando o peixe com menos espa\u00e7o.<\/p>\n
O servi\u00e7o precisa do apoio de um time de mergulhadores. Al\u00e9m das boias em cima, a rede tem chumbo na parte de baixo. O bloqueio \u00e9 normalmente feito em \u00e1reas onde a profundidade do rio n\u00e3o passa de dez metros. Conforme o trabalho avan\u00e7a, v\u00e1rios barcos turistas e moradores da regi\u00e3o se aproximam do bloqueio.<\/p>\n
Aos poucos, o bloqueio vai mudando de forma e o volume de curiosos aumenta. \u00c9 tanto barco e tanta gente tirando foto que a pol\u00edcia precisa ser acionada para evitar acidentes.<\/p>\n
Uma hora e meia depois do in\u00edcio do bloqueio, finalmente o trabalho vai chegando ao fim com a rede mais apertada e os barcos em volta. Em instantes, \u00e9 poss\u00edvel ver os peixes. Para retirar o cardume do rio, alguns dos pescadores entram no cercado e enchem os cestos.<\/p>\n
O trabalho \u00e9 pesado e leva tempo. A produ\u00e7\u00e3o do dia, com mais de uma tonelada de peixe, \u00e9 despejada em um barco da comunidade. Com tanto mapar\u00e1, muitos visitantes ficam ouri\u00e7ados e fazem de tudo para conseguir um pouco. A doa\u00e7\u00e3o, em pequena quantidade, faz parte da tradi\u00e7\u00e3o. Mas a pol\u00edcia continua presente para evitar exageros.<\/p>\n
A agita\u00e7\u00e3o da abertura da pesca se repete, ao mesmo tempo, em v\u00e1rios pontos do rio Tocantins. Terminado o bloqueio, os barquinhos retornam para a ilha de Sarac\u00e1. O mapar\u00e1 \u00e9 dividido entre os pescadores e os membros da associa\u00e7\u00e3o de pesca. Cada fam\u00edlia da ilha tamb\u00e9m recebe um pouco de peixe para consumo pr\u00f3prio.<\/p>\n
O pessoal de Sarac\u00e1 faz o bloqueio do mapar\u00e1 umas duas ou tr\u00eas vezes por m\u00eas. O trabalho \u00e9 realizado sempre fora do per\u00edodo do defeso e com redes autorizadas por lei, evitando, por exemplo, o uso de malha fina para n\u00e3o pegar peixe pequeno. O mapar\u00e1 costuma ser vendido numa faixa de R$ 7 a R$ 10 o quilo. Os compradores s\u00e3o atravessadores, que normalmente, revendem o peixe mesmo na regi\u00e3o.<\/p>\n
Com o peixe na brasa e uma boa conversa, as fam\u00edlias de Sarac\u00e1 comemoram o in\u00edcio de mais uma temporada de pesca do mapar\u00e1, uma fonte de renda e alimento para milhares de pessoas nas ilhas do baixo Tocantins. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Evento envolve comunidade ribeirinha das Ilhas do Baixo Tocantins. Mapar\u00e1 \u00e9 fonte de renda e alimento para milhares de pessoas da regi\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[11,264],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/122216"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=122216"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/122216\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=122216"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=122216"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=122216"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}