{"id":122510,"date":"2016-01-14T00:00:26","date_gmt":"2016-01-14T02:00:26","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=122510"},"modified":"2016-01-13T18:34:13","modified_gmt":"2016-01-13T20:34:13","slug":"outros-2-insetos-causam-febre-com-sintomas-da-dengue-diz-fiocruz","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/01\/14\/122510-outros-2-insetos-causam-febre-com-sintomas-da-dengue-diz-fiocruz.html","title":{"rendered":"Outros 2 insetos causam febre com sintomas da dengue, diz Fiocruz"},"content":{"rendered":"
Dois insetos que causam febres tropicais podem estar colaborando para gerar diagn\u00f3sticos equivocados de doen\u00e7as end\u00eamicas no Amazonas. A Febre Oropouche e a Febre Mayaro s\u00e3o pesquisadas pela Funda\u00e7\u00e3o Osvaldo Cruz (Fiocruz), em Manaus, que aponta que as duas doen\u00e7as apresentam sintomas similares aos da dengue, zika e chikungunya. De acordo com o virologista da funda\u00e7\u00e3o, 50% dos casos suspeitos de dengue, por exemplo, podem ser, na verdade, uma das duas febres.<\/p>\n
O transmissor da Febre Oropouche \u00e9 o ceratopogonidae, conhecido com maruim, meruim, mosquito p\u00f3lvora, polvinhas, dentre outros nomes. Ele \u00e9 comum em \u00e1reas de florestas e tem f\u00e1cil reprodu\u00e7\u00e3o. O combate \u00e9 praticamente imposs\u00edvel, pois na fase adulta ele atinge o tamanho m\u00e1ximo de 3 mil\u00edmetros.<\/p>\n
A febre Mayaro \u00e9 transmitida pelo mosquito Haemagogus janthinomys<\/em>, que tamb\u00e9m causa febre amarela. Assim como o maruim, ele se reproduz em \u00e1reas de floresta e tem o combate dif\u00edcil por conta do tamanho.<\/p>\n Segundo o doutor em virologia e vice-presidente da Fiocruz, Felipe Naveca, apesar de o transmissor n\u00e3o ser o Aedes aegypti<\/em>, as febres causam dores no corpo, na cabe\u00e7a e podem facilmente ser confundidas com dengue, zika ou chikungunya.<\/p>\n “Desde 2010 n\u00f3s temos um projeto que desenvolveu um diagn\u00f3stico para Febre Oropouche e Febre Mayaro, que s\u00e3o dois arbov\u00edrus aqui da regi\u00e3o Amaz\u00f4nica, relacionados a surtos espor\u00e1dicos mas n\u00e3o com a mesma propor\u00e7\u00e3o de dengue, e agora zika e chikungunya”, disse Naveca.<\/p>\n Segundo o pesquisador, j\u00e1 foram publicados trabalhos sobre casos de Oropouche em Manaus, em conjunto com a Funda\u00e7\u00e3o de Medicina Tropical (FMT). “Temos trabalhado nessa expectativa de que muitos casos passam diagnosticados como dengue, mas na verdade s\u00e3o causados por outros arbov\u00edrus, dentre eles, o Oropouche que tem surtos espor\u00e1dicos no Amazonas”, explica.<\/p>\n O virologista informou ainda que o v\u00edrus existe desde a d\u00e9cada de 1950. “Pode ter muito mais casos do que a gente imagina porque n\u00e3o tinha as ferramentas espec\u00edficas de pesquisa. As pessoas acham que tudo \u00e9 dengue, mas na verdade 50% desses casos com suspeita de dengue podem ser a Febre Oropouche ou Mayaro”, aponta o virologista.<\/p>\n De acordo com Naveca, os moradores dos munic\u00edpios do Amazonas est\u00e3o mais expostos aos v\u00edrus porque vivem em contato com a floresta, assim como moradores da capital que moram pr\u00f3ximo a \u00e1reas com grande concentra\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores. “A literatura mostra diversos surtos aqui no Amazonas, especialmente no interior do estado, mas ainda n\u00e3o temos as \u00e1reas de risco no Amazonas detalhada. Tem um ou outro estudo detalhado, mas precisa de um estudo cont\u00ednuo, que \u00e9 o que pretendemos fazer”, ressalta o pesquisador.<\/p>\n Sintomas<\/strong> – Os sintomas entre todas as febres s\u00e3o parecidos, conforme a pesquisa. Dores no corpo, nos olhos e febre est\u00e3o em todos os casos. “H\u00e1 relatos que na febre Oropouche h\u00e1 uma forte sensibilidade \u00e0 luz, mas n\u00e3o \u00e9 em 100% dos casos. O m\u00e9dico vai diagnosticar a partir da hist\u00f3ria da doen\u00e7a. Essa pessoa esteve em \u00e1rea end\u00eamicas para dengue? Ela esteve em \u00e1rea de floresta? Tudo isso \u00e9 utilizado para fechar o diagn\u00f3stico quando voc\u00ea n\u00e3o tem ferramenta laboratorial, mas mesmo dengue, Chikungunya e Zika, que s\u00e3o transmitidos em ambientes urbanos, s\u00e3o dif\u00edceis de obter um diagn\u00f3stico s\u00f3 com o atendimento cl\u00ednico”, destaca.<\/p>\n “Mayaro e Chikungunya s\u00e3o v\u00edrus da mesma fam\u00edlia, ent\u00e3o os sintomas s\u00e3o parecidos. Por\u00e9m o Mayaro causa artralgia, ou seja, muita dor nas articula\u00e7\u00f5es, enquanto os outros causam mialgia, que \u00e9 dor muscular. Tanto Mayaro quanto Chinkungunya t\u00eam os sintomas com maior dura\u00e7\u00e3o que os outros. H\u00e1 relatos com dois anos de dura\u00e7\u00e3o ap\u00f3s o diagn\u00f3stico. Mayaro n\u00e3o tem nenhum relato de morte, Chikungunya n\u00e3o tem no Amazonas, mas h\u00e1 relatos em outros estados. Os sintomas costumam ser mais fortes em crian\u00e7as e idosos. Nos casos mais graves das febres, os v\u00edrus podem causar encefalite”, afirma Naveca.<\/p>\n Diagn\u00f3stico<\/strong> – Os exames tradicionais n\u00e3o diagnosticam o Oropouche e Mayaro. O diagn\u00f3stico pode ser obtido pela Fiocruz, que analisa as amostras negativas para dengue e mal\u00e1ria enviadas pelo Servi\u00e7os de Pronto-Atendimentos (SPA) e pelo Tropical. Os crit\u00e9rios m\u00e9dicos de exclus\u00e3o passam a suspeitar de umas das duas febres virais. A funda\u00e7\u00e3o n\u00e3o faz atendimento \u00e0 popula\u00e7\u00e3o, mas atua em parceria com a doutora Regina Figueiredo, da FMT, que estuda casos febris no interior do estado.<\/p>\n O pesquisador destaca que todas as febres s\u00e3o mais f\u00e1ceis de diagnosticar no in\u00edcio dos sintomas at\u00e9 o quinto dia, porque h\u00e1 mais ferramentas nas amostras que contribuem para a pesquisa. Ap\u00f3s o quinto dia o v\u00edrus vai ficando fraco e o diagn\u00f3stico correto mais dif\u00edcil.<\/p>\n “O diagn\u00f3stico \u00e9 feito com um teste molecular, que \u00e9 a detec\u00e7\u00e3o do material gen\u00e9tico do v\u00edrus. Por isso temos que trabalhar at\u00e9 o quinto dia. O custo do exame \u00e9 alto, ent\u00e3o precisamos ter um n\u00famero de amostras para analisar e o resultado sai em tr\u00eas ou quatro horas. O tratamento n\u00e3o muda, n\u00e3o h\u00e1 uma droga espec\u00edfica para o tratamento de nenhuma delas, ent\u00e3o a pesquisa consiste no diagn\u00f3stico correto para a gente saber o tamanho do problema”, afirma.<\/p>\n Amostras dos exames realizados em 2015 est\u00e3o sendo levantadas para apontar quantos realmente foram dengue e quantos s\u00e3o de outras doen\u00e7as. Para o pesquisador, como zika e chikungunya s\u00e3o mais recentes no pa\u00eds, \u00e9 mais prov\u00e1vel que se tenha no Amazonas mais casos de Mayaro e Oropouche. Estamos em estudo, o zika, por exemplo, achava- se que era um v\u00edrus brando, at\u00e9 come\u00e7ar a aparecer v\u00e1rios casos, ter morte e microcefalia. Tudo depende do n\u00famero de casos que v\u00e3o aparecendo.<\/p>\n Combate<\/strong> – Ainda n\u00e3o h\u00e1 pesquisa para vacina porque o objetivo do estudo \u00e9 mostrar que nem tudo \u00e9 dengue, e pelo alto custo da produ\u00e7\u00e3o de uma vacina, a pesquisa ainda n\u00e3o foi desenvolvida. Ele cita que dengue mesmo com todos os surtos ocorridos agora que se tem uma vacina, no entanto as respostas \u00e0 vacina ainda s\u00e3o desconhecidas.<\/p>\n O pesquisador da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP), Eurico Arruda, disse ao G1 que h\u00e1 alguns estudos em andamento para a elabora\u00e7\u00e3o de uma vacina, no entanto, as pesquisa ainda est\u00e1 em fase de bancada de laboratorial, com testes em ratos e camundongos, sem nenhuma utiliza\u00e7\u00e3o em humanos.<\/p>\n O repelente \u00e9 o meio mais eficaz de combate aos transmissores. “N\u00e3o tem como combater porque n\u00e3o se pode colocar veneno na floresta sen\u00e3o gera um desequil\u00edbrio, ent\u00e3o o que se pode fazer \u00e9 criar barreiras, no caso, repelentes, telas nas janelas, mosquiteiros. Temos poucos relatos de casos e estamos estudando” conclui.<\/p>\n Segundo a diretora presidente da Funda\u00e7\u00e3o de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Gra\u00e7a Alecrim, n\u00e3o h\u00e1 registro de casos notificados da doen\u00e7a no Amazonas, h\u00e1 v\u00e1rios anos. A diretora explica que n\u00e3o existe um tratamento espec\u00edfico por se tratar de uma doen\u00e7a viral e que, portanto, s\u00f3 \u00e9 poss\u00edvel combater os sintomas, por meio do uso de medicamento receitado por um m\u00e9dico.<\/p>\n O diagn\u00f3stico \u00e9 feito atrav\u00e9s de exames laboratoriais. A diretora ressalta que o Amazonas est\u00e1 preparado para diagnosticar e tratar a doen\u00e7a. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Febres Oropouche e Mayaro confundem diagn\u00f3sticos no Amazonas. Fiocruz diz que 50% dos casos de dengue podem ser febres tropicais. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[88,18,75],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/122510"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=122510"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/122510\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=122510"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=122510"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=122510"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}