{"id":123307,"date":"2016-02-16T00:00:52","date_gmt":"2016-02-16T02:00:52","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=123307"},"modified":"2016-02-14T22:48:15","modified_gmt":"2016-02-15T00:48:15","slug":"iniciativa-evita-extincao-do-mico-leao-preto","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/02\/16\/123307-iniciativa-evita-extincao-do-mico-leao-preto.html","title":{"rendered":"Iniciativa evita extin\u00e7\u00e3o do mico-le\u00e3o-preto"},"content":{"rendered":"

Durante 65 anos, acreditou-se que o mico-le\u00e3o-preto, Leontopithecus chrysopygus<\/em>, estivesse completamente extinto, na natureza e em cativeiro. Depois de mais de seis d\u00e9cadas, para alegria de bi\u00f3logos e ambientalistas, em 1970 foram avistados alguns poucos desses primatas em seu habitat primitivo, as florestas de Mata Atl\u00e2ntica remanescentes do Pontal do Paranapanema, em S\u00e3o Paulo. Em fun\u00e7\u00e3o das atividades desenvolvidas pelos pesquisadores do Instituto de Pesquisas Ecol\u00f3gicas (IP\u00ca), por mais de 32 anos, estima-se que existam, atualmente, cerca de 1,6 mil animais vivendo, livres, nas florestas do Paranapanema e em outras partes da Mata Atl\u00e2ntica.<\/p>\n

O Instituto IP\u00ca, organiza\u00e7\u00e3o da sociedade civil mantida por meio de doa\u00e7\u00f5es, surgiu no ano de 1992 exatamente em fun\u00e7\u00e3o do Projeto de Conserva\u00e7\u00e3o do Mico-le\u00e3o-preto, iniciativa do pesquisador Cl\u00e1udio Valladares P\u00e1dua. \u201cComo n\u00e3o existia nenhuma informa\u00e7\u00e3o sobre a esp\u00e9cie, Cl\u00e1udio iniciou as pesquisas de campo. Foi quando come\u00e7ou a se desenvolver um modelo de atua\u00e7\u00e3o para salvar esse primata da extin\u00e7\u00e3o\u201d, relata a bi\u00f3loga Gabriela Cabral Rezende, coordenadora de Projetos do agora Programa de Conserva\u00e7\u00e3o do Mico-le\u00e3o-preto. Por esse trabalho, o IP\u00ca ficou entre os finalistas do Pr\u00eamio Nacional de Biodiversidade, lan\u00e7ado em 2015 pelo Minist\u00e9rio do Meio Ambiente e pelo Instituto Chico Mendes de Conserva\u00e7\u00e3o da Biodiversidade (ICMBio).<\/p>\n

Categoria favor\u00e1vel <\/strong>– Como resultado dos esfor\u00e7os da equipe do IP\u00ca, o mico-le\u00e3o-preto deixou a categoria de criticamente em perigo, em 2008, passando \u00e0 classifica\u00e7\u00e3o de em perigo devido ao aumento no n\u00famero de indiv\u00edduos e \u00e0s a\u00e7\u00f5es de prote\u00e7\u00e3o a ele dispensadas, embora Gabriela Rezende alerte para a necessidade de se melhorar a prote\u00e7\u00e3o do habitat e a restaura\u00e7\u00e3o da conectividade entre os fragmentos de Mata Atl\u00e2ntica.<\/p>\n

Hoje, devido \u00e0s iniciativas do Programa de Conserva\u00e7\u00e3o do Mico-le\u00e3o-preto, este mico est\u00e1 inserido em uma categoria mais favor\u00e1vel. Gabriela Rezende refor\u00e7a que a maior amea\u00e7a \u00e0 sobreviv\u00eancia da esp\u00e9cie \u00e9 a fragmenta\u00e7\u00e3o das florestas. Este fato provoca o isolamento e decl\u00ednio das popula\u00e7\u00f5es restantes, resultado da degrada\u00e7\u00e3o do seu habitat.<\/p>\n

A bi\u00f3loga do Instituto esclarece que as iniciativas do IP\u00ca visam garantir popula\u00e7\u00f5es vi\u00e1veis de mico-le\u00e3o-preto, no longo prazo, em toda a sua \u00e1rea de distribui\u00e7\u00e3o, com maior disponibilidade, conectividade, qualidade e prote\u00e7\u00e3o do habitat, envolvendo, para isso, tamb\u00e9m a comunidade local na conserva\u00e7\u00e3o do animal. Gabriela garante: \u201cFelizmente, o trabalho de mais de tr\u00eas d\u00e9cadas com o mico-le\u00e3o-preto culminou na redu\u00e7\u00e3o do grau de amea\u00e7a \u00e0 esp\u00e9cie\u201d.<\/p>\n

Resgate de primatas –<\/strong> Esse trabalho de tr\u00eas d\u00e9cadas teve in\u00edcio em 1983, quando a constru\u00e7\u00e3o da hidrel\u00e9trica Rosana alagaria 10% da principal \u00e1rea de ocorr\u00eancia da esp\u00e9cie, no Pontal do Paranapanema (SP). Com isso, foi necess\u00e1rio resgatar os primatas e exemplares de outras esp\u00e9cies e lev\u00e1-los para outras \u00e1reas de Mata Atl\u00e2ntica, trabalho capitaneado pelo bi\u00f3logo Cl\u00e1udio Valladares P\u00e1dua.<\/p>\n

\u201cFoi esta a\u00e7\u00e3o que motivou, h\u00e1 33 anos, o surgimento, inicialmente, do Projeto de Conserva\u00e7\u00e3o do Mico-le\u00e3o-preto (PCMLP) como sendo um projeto de resgate dos animais que viviam na \u00e1rea a ser alagada\u201d, conta Gabriela Rezende. Durante o resgate, foram retirados da \u00e1rea oito grupos com cerca de cinco animais em cada um. Eram poucos, por isso a preocupa\u00e7\u00e3o com a sobreviv\u00eancia da esp\u00e9cie era justificada.<\/p>\n

Gabriela Rezende explica que, \u00e0 \u00e9poca, o mico-le\u00e3o-preto era uma das esp\u00e9cies de primatas mais raras e amea\u00e7adas do mundo. \u201cE, atualmente, sua situa\u00e7\u00e3o ainda \u00e9 preocupante\u201d, alerta a bi\u00f3loga do IP\u00ca, pois a esp\u00e9cie integrava o Red Data Book, o livro vermelho das esp\u00e9cies amea\u00e7adas, editado pela da Uni\u00e3o Internacional para a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza e dos Recursos Naturais (UICN), constando como criticamente amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Educa\u00e7\u00e3o ambiental <\/strong>– Nos anos 1980, estimava-se que existiam cerca de 100 indiv\u00edduos vivendo na natureza. Era preciso, al\u00e9m das pesquisas, investir, tamb\u00e9m, em educa\u00e7\u00e3o ambiental, conserva\u00e7\u00e3o do habitat, cria\u00e7\u00e3o de Unidades de Conserva\u00e7\u00e3o e restaura\u00e7\u00e3o florestal, com plantio de corredores conectados aos fragmentos de floresta remanescentes.<\/p>\n

As pesquisas permitiram a identifica\u00e7\u00e3o de popula\u00e7\u00f5es de mico-le\u00e3o-preto em outras partes de S\u00e3o Paulo, como na regi\u00e3o central e no sudoeste do estado, al\u00e9m da bacia do rio Paranapanema. Com base numa pesquisa desenvolvida pelo IP\u00ca identificando os fragmentos priorit\u00e1rios para a conserva\u00e7\u00e3o desse mico e da Mata Atl\u00e2ntica, surgiu a Esta\u00e7\u00e3o Ecol\u00f3gica Mico-le\u00e3o-preto, institu\u00edda pelo Instituto Chico Mendes de Conserva\u00e7\u00e3o da Biodiversidade (ICMBio).<\/p>\n

Devido \u00e0 sua import\u00e2ncia, o mico-le\u00e3o-preto \u00e9, hoje, oficialmente, esp\u00e9cie s\u00edmbolo do estado de S\u00e3o Paulo, \u201crefor\u00e7ando a relev\u00e2ncia deste primata para a conserva\u00e7\u00e3o da Mata Atl\u00e2ntica como um todo\u201d, recorda Gabriela Rezende. (Fonte: MMA)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Na d\u00e9cada de 1970 eles foram considerados extintos; hoje s\u00e3o cerca de 1,6 mil indiv\u00edduos na Mata Atl\u00e2ntica gra\u00e7as \u00e0s a\u00e7\u00f5es de conserva\u00e7\u00e3o. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[61,66],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/123307"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=123307"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/123307\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=123307"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=123307"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=123307"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}