{"id":124094,"date":"2016-03-23T00:08:10","date_gmt":"2016-03-23T03:08:10","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=124094"},"modified":"2016-03-23T00:08:10","modified_gmt":"2016-03-23T03:08:10","slug":"agua-do-mar-pode-dar-seguranca-hidrica-para-grandes-cidades-diz-diretor-da-ana","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/03\/23\/124094-agua-do-mar-pode-dar-seguranca-hidrica-para-grandes-cidades-diz-diretor-da-ana.html","title":{"rendered":"\u00c1gua do mar pode dar seguran\u00e7a h\u00eddrica para grandes cidades, diz diretor da ANA"},"content":{"rendered":"
O diretor-presidente da Ag\u00eancia Nacional de \u00c1guas (ANA), Vicente Andreu, disse que \u00e9 preciso considerar a dessaliniza\u00e7\u00e3o da \u00e1gua do mar como fonte alternativa para a seguran\u00e7a h\u00eddrica das grandes cidades brasileiras, mesmo sendo uma tecnologia cara. Andreu participou do semin\u00e1rio organizado pela ANA para o Dia Mundial da \u00c1gua, celebrado na ter\u00e7a-feira (22).<\/p>\n
A quantidade de \u00e1gua no mundo \u00e9 finita, mas renov\u00e1vel, por\u00e9m, segundo Andreu, al\u00e9m do aumento cont\u00ednuo da demanda nas cidades e na agricultura, em v\u00e1rios aspectos a \u00e1gua est\u00e1 sendo degradada, portanto depois n\u00e3o pode ser utilizada. \u201cEssas alternativas, como reuso, capta\u00e7\u00e3o de \u00e1gua de chuva, ado\u00e7\u00e3o de tecnologia nas edifica\u00e7\u00f5es e, inclusive, a dessaliniza\u00e7\u00e3o, colocariam \u00e1gua nova no sistema no sentido de tentar equilibrar essa equa\u00e7\u00e3o que hoje \u00e9 desfavor\u00e1vel para a \u00e1gua\u201d, disse.<\/p>\n
O Brasil j\u00e1 utiliza a tecnologia de dessaliniza\u00e7\u00e3o da \u00e1gua do mar. Um exemplo \u00e9 o Arquip\u00e9logo de Fernando de Noronha que tem sua \u00e1gua obtida desta forma.<\/p>\n
H\u00e1bitos de consumo<\/strong> – Andreu explicou que n\u00e3o \u00e9 mais poss\u00edvel fazer previs\u00f5es hidrol\u00f3gicas consistentes como no passado e que \u00e9 preciso admitir a fragilidade do sistema h\u00eddrico diante de eventos extremos. \u201cAs s\u00e9ries hist\u00f3ricas nos trazem informa\u00e7\u00f5es, mas \u00e9 preciso traduzir isso em medidas t\u00e9cnicas adequadas, seja pelo nosso conhecimento, seja dialogando com outras \u00e1reas do conhecimento\u201d.<\/p>\n A mudan\u00e7a de h\u00e1bitos de consumo da popula\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m s\u00e3o fundamentais para o diretor-presidente da ANA. \u201cAs crises t\u00eam sinalizado para a sociedade que n\u00e3o podemos manter padr\u00f5es de consumo que s\u00e3o incompat\u00edveis com a trajet\u00f3ria de oferta de \u00e1gua e polui\u00e7\u00e3o. Essa mudan\u00e7a \u00e9 absolutamente vital\u201d, disse.<\/p>\n Andreu explicou que as cidades s\u00e3o respons\u00e1veis por cerca de 12% a 16% do consumo de \u00e1gua do pa\u00eds. \u201cIsso pode parecer pouco, mas os h\u00e1bitos que as pessoas adotam v\u00e3o se manifestar em v\u00e1rios aspectos. Se a pessoa economiza \u00e1gua, ela vai cobrar da ind\u00fastria e da agricultura para que elas economizem \u00e1gua. E vai cobrar at\u00e9 dos pol\u00edticos para que a \u00e1gua entre como agenda relevante. N\u00e3o pode ser s\u00f3 uma agenda de crise\u201d.<\/p>\n Gest\u00e3o da \u00e1gua<\/strong> – Para o presidente da ANA, \u00e9 imprescind\u00edvel tamb\u00e9m fazer o gerenciamento correto dos recursos h\u00eddricos, coordenando os diversos usos e tomando medidas regulat\u00f3rias e disciplinat\u00f3rias, para evitar os conflitos em momentos de crise.<\/p>\n Al\u00e9m de uma melhor regula\u00e7\u00e3o, Andreu defendeu a melhoria da infraestrutura, como a constru\u00e7\u00e3o de reservat\u00f3rios de \u00e1gua. \u201cO Brasil construiu, durante muito tempo, importantes reservat\u00f3rios, mas por v\u00e1rias raz\u00f5es deixou de construir. Eles s\u00e3o o melhor mecanismo para enfrentar cheias e secas\u201d, explicou.<\/p>\n O presidente da ANA disse ainda que \u00e9 preciso fortalecer o sistema de gest\u00e3o, como os comit\u00eas de bacia e os conselhos estuais para que, em momentos de crise, a Justi\u00e7a n\u00e3o precise intervir. Ele deu como exemplo a crise h\u00eddrica que atingiu o Sudeste, entre 2014 e 2015, e colocou a \u00e1gua da bacia do Rio Para\u00edba do Sul no centro de uma disputa entre os estados de S\u00e3o Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.<\/p>\n \u201cN\u00e3o fosse a sabedoria e valoriza\u00e7\u00e3o do comit\u00ea de bacia, estar\u00edamos diante de uma solu\u00e7\u00e3o pelo Judici\u00e1rio em rela\u00e7\u00e3o ao dom\u00ednio da \u00e1gua. Precisamos de um agente que resolva isso e que assuma da tomada de decis\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de conflito. O que temos na legisla\u00e7\u00e3o n\u00e3o d\u00e1 conta de solu\u00e7\u00e3o no tempo exigido e na imparcialidade t\u00e9cnica necess\u00e1ria\u201d, disse o diretor-presidente da ANA.<\/p>\n Para Andreu, \u00e9 fundamental definir antecipadamente, com a participa\u00e7\u00e3o dos interessados, os marcos regulat\u00f3rios e as condi\u00e7\u00f5es de opera\u00e7\u00e3o dos reservat\u00f3rios estrat\u00e9gicos para o pa\u00eds.<\/p>\n Crise h\u00eddrica<\/strong> – Sobre a situa\u00e7\u00e3o h\u00eddrica atual, Andreu explicou que para os moradores das cidades do Sudeste, a chuva est\u00e1 sinalizando que a crise acabou, \u201cmuito embora n\u00e3o tenha acabado\u201d. \u201cA \u00e1gua que existe nos reservat\u00f3rios \u00e9 o segundo pior da hist\u00f3ria, se parar de chover, as circunst\u00e2ncias do Sudeste pode retornar com bastante gravidade\u201d, disse.<\/p>\n No Semi\u00e1rido, a crise continua. \u201cAs chuvas chegaram de maneira irregular, n\u00e3o h\u00e1 perspectivas e em v\u00e1rios reservat\u00f3rios, como em Campina Grande, Recife, Fortaleza e Natal, os sinais s\u00e3o que as pessoas precisam continuam mantendo h\u00e1bito com restri\u00e7\u00e3o de consumo para que possamos atravessar esse per\u00edodo at\u00e9 quando a chuva chegar e n\u00e3o sabemos quando ela vai chegar\u201d, explicou.<\/p>\n \u00c1gua e emprego<\/strong> – Durante o semin\u00e1rio da ANA, a Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Educa\u00e7\u00e3o, a Ci\u00eancia e a Cultura (Unesco), em nome da ONU \u00c1gua, lan\u00e7ou a edi\u00e7\u00e3o de 2016 do Relat\u00f3rio Mundial das Na\u00e7\u00f5es Unidas para o Desenvolvimento de Recursos H\u00eddricos. Com o tema \u00c1gua e o Emprego, ele mostra que a escassez de \u00e1gua pode limitar o crescimento econ\u00f4mico mundial e a cria\u00e7\u00e3o de empregos nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas.<\/p>\n Segundo a oficial do Programa Mundial das Na\u00e7\u00f5es Unidas em Avalia\u00e7\u00e3o dos Recurso H\u00eddricos da Unesco na It\u00e1lia, Angela Ortigara, metade da \u00e1gua do planeta \u00e9 utilizada em oito grandes setores dependentes de recursos h\u00eddricos e naturais: agricultura, silvicultura, pesca, energia, manufatura intensiva de recursos, reciclagem, constru\u00e7\u00e3o e transporte. Tr\u00eas de cada quatro empregos de toda a for\u00e7a de trabalho global s\u00e3o forte ou moderadamente dependentes da \u00e1gua.<\/p>\n Colheitadeiras<\/strong> – \u201cOs problemas de escassez levam \u00e0 diminui\u00e7\u00e3o da produtividade agr\u00edcola, \u00e0 perda de empregos e ao \u00eaxodo rural\u201d, disse Angela, explicando que isso resulta no incha\u00e7o das cidades pelo mundo, no aumento da inseguran\u00e7a alimentar, assentamentos informais, desemprego e instabilidade pol\u00edtica.<\/p>\n A cria\u00e7\u00e3o de oportunidades de emprego em atividades de mitiga\u00e7\u00e3o e adapta\u00e7\u00e3o e o mercado emergente de pagamentos por servi\u00e7os ambientais pode oferecer \u00e0s popula\u00e7\u00f5es a oportunidade de aumentar a renda e implementar pr\u00e1ticas de restaura\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o, segundo o relat\u00f3rio.<\/p>\n O pr\u00f3prio uso de recursos h\u00eddricos alternativos criar\u00e1 novos empregos no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias e na implementa\u00e7\u00e3o de seus resultados. \u201cAs maiores potencialidade de emprego est\u00e3o relacionadas com a economia verde. H\u00e1 todo um trabalho para capacitar os empres\u00e1rios para essa transi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica\u201d. (Fonte: Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" A quantidade de \u00e1gua no mundo \u00e9 finita, mas renov\u00e1vel, por\u00e9m, al\u00e9m do aumento cont\u00ednuo da demanda nas cidades e na agricultura, em v\u00e1rios aspectos a \u00e1gua est\u00e1 sendo degradada, portanto depois n\u00e3o pode ser utilizada. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[262,261],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/124094"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=124094"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/124094\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=124094"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=124094"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=124094"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}