{"id":124723,"date":"2016-04-26T00:00:10","date_gmt":"2016-04-26T03:00:10","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=124723"},"modified":"2016-04-25T21:55:04","modified_gmt":"2016-04-26T00:55:04","slug":"alerta-de-especialistas-no-japao-sobre-grande-terremoto-causa-apreensao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/04\/26\/124723-alerta-de-especialistas-no-japao-sobre-grande-terremoto-causa-apreensao.html","title":{"rendered":"Alerta de especialistas no Jap\u00e3o sobre ‘grande terremoto’ causa apreens\u00e3o"},"content":{"rendered":"

Cinco anos ap\u00f3s o terremoto de 9.0 graus que provocou um tsunami e deixou mais de 15 mil mortos no nordeste do Jap\u00e3o, uma s\u00e9rie de fortes tremores registrada desde o \u00faltimo dia 14 no sudoeste do pa\u00eds reacendeu temores de que uma trag\u00e9dia como a de 2011 possa se repetir em breve.<\/p>\n

Os dois abalos s\u00edsmicos mais fortes da semana passada, de 6,5 e 7,3 graus, deixaram at\u00e9 agora 42 mortos na prov\u00edncia de Kumamoto. Al\u00e9m disso, perto de 250 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por causa do risco de desabamento em consequ\u00eancia da s\u00e9rie de r\u00e9plicas.<\/p>\n

Mais de 600 tremores foram registrados at\u00e9 agora na regi\u00e3o e a terra continua se mexendo. Esses n\u00fameros s\u00e3o impressionantes, pois representam quase metade dos terremotos registrados anualmente no pa\u00eds.<\/p>\n

O Jap\u00e3o est\u00e1 localizado sobre tr\u00eas placas tect\u00f4nicas: Eurasiana, das Filipinas e do Pac\u00edfico. Cada uma delas foi formada a partir de “colagens” de placas mais antigas e, por isso, sua forma\u00e7\u00e3o \u00e9 cheia de irregularidades, chamadas de falhas.<\/p>\n

O terremoto ocorre justamente quando essas falhas se “acomodam”.<\/p>\n

O medo, segundo tem divulgado a m\u00eddia japonesa, \u00e9 de que esses fortes tremores na regi\u00e3o sudoeste desencadeiem o assentamento de outras falhas e vire um efeito domin\u00f3, subindo pelo arquip\u00e9lago.<\/p>\n

“Em ambas extremidades da falha \u00e9 poss\u00edvel que haja deforma\u00e7\u00e3o por causa da sua movimenta\u00e7\u00e3o inicial concentrada, o que acaba incentivando outras falhas pr\u00f3ximas a se movimentarem”, explicou \u00e0 BBC Brasil o pesquisador e professor de sismologia Naoshi Hirata, do Instituto de Pesquisas de Terremotos da Universidade de T\u00f3quio.<\/p>\n

Para alguns cientistas, os recentes terremotos em Kumamoto podem estar ligados a uma falha geol\u00f3gica que se prolonga atrav\u00e9s do arquip\u00e9lago.<\/p>\n

Um relat\u00f3rio assinado por especialistas da Universidade de Kyoto e divulgado pela imprensa diz que que fortes terremotos poderiam ocorrer em torno de uma grande falha que se estende do sudoeste do pa\u00eds at\u00e9 pr\u00f3ximo \u00e0 T\u00f3quio.<\/p>\n

Os especialistas acreditam que os novos tremores sejam um sinal dessa movimenta\u00e7\u00e3o. Os \u00faltimos tremores foram registrados em uma \u00e1rea que abrange tr\u00eas prov\u00edncias ao norte de Kumamoto e partes da regi\u00e3o mais central do pa\u00eds.<\/p>\n

Por\u00e9m, para Hirata, esses abalos s\u00edsmicos intensos no sudoeste do Jap\u00e3o n\u00e3o devem desencadear os temidos e fortes terremotos esperados para as regi\u00f5es mais pr\u00f3ximas da capital japonesa. “S\u00e3o \u00e1reas muito distantes de Kumamoto”, lembra.<\/p>\n

Mesmo assim, para os pesquisadores, estes fen\u00f4menos naturais de grande propor\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e3o longe de acontecer.<\/p>\n

Segundo estimativas da Universidade de T\u00f3quio, existe 98% de possibilidade de que nos pr\u00f3ximos 30 anos aconte\u00e7a o que eles chamam de Grande Terremoto de Kanto, em uma \u00e1rea onde se encontra a capital japonesa.<\/p>\n

O \u00faltimo terremoto forte nesta regi\u00e3o foi registrado em 1923 e teve uma magnitude de 7,8 graus. Na \u00e9poca, mais de 140 mil pessoas morreram.<\/p>\n

J\u00e1 os c\u00e1lculos da Ag\u00eancia de Meteorologia do Jap\u00e3o \u00e9 de que essa probabilidade seja de 70%.<\/p>\n

Alerta<\/strong> – Por causa do grande destaque na m\u00eddia \u00e0 possibilidade de um aumento nas fortes atividades s\u00edsmicas no pa\u00eds, o Consulado do Brasil em T\u00f3quio divulgou um alerta para os brasileiros que vivem no pa\u00eds \u2013 hoje s\u00e3o cerca de 200 mil brasileiros.<\/p>\n

“Tendo em vista que os dois fortes terremotos da semana passada podem representar o in\u00edcio de outros tremores, tomamos a iniciativa de avisar os brasileiros para que eles estejam preparados, tenham mais informa\u00e7\u00e3o e possam localizar facilmente os abrigos”, explicou Marco Farani, c\u00f4nsul-geral do Brasil em T\u00f3quio.<\/p>\n

Para o diplomata, a divulga\u00e7\u00e3o do alerta \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o do consulado. “Nosso objetivo \u00e9 fazer com que os brasileiros estejam alertas e que tomem as provid\u00eancias para se proteger”, justificou.<\/p>\n

Arnaldo Caiche D’Oliveira, c\u00f4nsul-geral do Brasil em Nagoia, regi\u00e3o que concentra a maior parte dos brasileiros no Jap\u00e3o, tamb\u00e9m tem se preocupado em informar os brasileiros e garantiu que existe um plano bem detalhado de a\u00e7\u00e3o e assist\u00eancia em caso de desastres de grandes propor\u00e7\u00f5es.<\/p>\n

Para que tudo ocorra como o planejado, os funcion\u00e1rios dos tr\u00eas consulados brasileiros existentes no Jap\u00e3o passam por treinamentos regulares. “O objetivo de aperfei\u00e7oar a capacidade de resposta do consulado a um desastre”, explicou o c\u00f4nsul.<\/p>\n

Kit terremoto<\/strong> – Rodrigo Sumikawa, 37, mora em Hamamatsu, uma das cidades japonesas com maior n\u00famero de brasileiros e que est\u00e1 na lista das que ser\u00e3o mais afetadas em caso de um grande terremoto, e que inclusive pode ser atingida por um tsunami.<\/p>\n

Por causa dos riscos, ele tem uma mochila com roupa, comida, \u00e1gua e artigos de primeira necessidade pronta para o caso de ter de sair correndo de casa. “Tamb\u00e9m participo dos treinamentos oferecidos na f\u00e1brica e fiz um curso de primeiros socorros”, contou.<\/p>\n

Medo ele confessa que tem. “Mas a gente n\u00e3o fica pensando muito nisso.”<\/p>\n

J\u00e1 Gracete Suzuki, 62, diz j\u00e1 estar acostumada com os terremotos no Jap\u00e3o. “Mas agora, com tanta not\u00edcia sobre esses fortes tremores que est\u00e3o para acontecer, comecei a ficar com medo”, contou a brasileira.<\/p>\n

Por isso, depois de 23 anos morando no Jap\u00e3o, ela contou que finalmente montou um kit terremoto para cada membro da fam\u00edlia. “Bateu uma inseguran\u00e7a e achei melhor me prevenir desta vez.”<\/p>\n

Pa\u00eds preparado<\/strong> – Apesar das previs\u00f5es nada otimistas, o professor Hirata lembra que o Jap\u00e3o \u00e9 um pa\u00eds bastante preparado para fortes terremotos.<\/p>\n

As normas de seguran\u00e7a para constru\u00e7\u00f5es melhoraram depois de 1995, ano em que um forte tremor em Kobe matou mais de 6.400 pessoas, muitas das quais morreram por causa do desabamento de edif\u00edcios.<\/p>\n

“O c\u00f3digo de constru\u00e7\u00e3o atual \u00e9 resultado de muitas experi\u00eancias de grandes desastres s\u00edsmicos do passado. Casas e edif\u00edcios constru\u00eddos depois de 1981 entram no chamado novo c\u00f3digo de constru\u00e7\u00e3o, o que garante uma certa seguran\u00e7a”, explicou o pesquisador japon\u00eas.<\/p>\n

No entanto, ele lembra que ainda h\u00e1 cerca de 20% de constru\u00e7\u00f5es que n\u00e3o s\u00e3o nem um pouco resistentes a fortes tremores ou que possuem estruturas que podem causar facilmente inc\u00eandios. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Os dois abalos s\u00edsmicos mais fortes da semana passada, de 6,5 e 7,3 graus, deixaram at\u00e9 agora 42 mortos na prov\u00edncia de Kumamoto. Al\u00e9m disso, perto de 250 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por causa do risco de desabamento em consequ\u00eancia da s\u00e9rie de r\u00e9plicas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[121,125],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/124723"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=124723"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/124723\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=124723"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=124723"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=124723"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}