A sa\u00edda do Reino Unido da Uni\u00e3o Europeia pode solapar o papel de lideran\u00e7a do bloco na luta contra as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, al\u00e9m de bloquear os esfor\u00e7os para definir metas mais ambiciosas para o corte de emiss\u00e3o de gases do efeito estufa, disseram autoridades e especialistas nesta ter\u00e7a (28).<\/p>\n
O dano pode vir a ser maior, se o processo de div\u00f3rcio entre Reino Unido e UE for demorado, ou se o Brexit inspirar outras na\u00e7\u00f5es a seguir o exemplo, segundo as mesmas fontes.<\/p>\n
L\u00edderes europeus reunidos em Bruxelas nesta ter\u00e7a-feira pressionaram o primeiro-ministro brit\u00e2nico, David Cameron, para dar in\u00edcio “o quanto antes” ao processo de retirada do bloco. Esse tr\u00e2mite deve durar dois anos.<\/p>\n
Cameron declarou, por\u00e9m, que vai deixar essa tarefa para seu sucessor, o qual ser\u00e1 nomeado em 9 de setembro.<\/p>\n
Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s pol\u00edticas clim\u00e1ticas da UE, “vai haver bastante incerteza, transi\u00e7\u00e3o e volatilidade por pelo menos dois anos” disse a secret\u00e1ria-executiva da ONU para o Clima, Christiana Figueres, aos delegados da C\u00fapula para o Clima e Neg\u00f3cios de 2016 realizada em Londres, nesta ter\u00e7a.<\/p>\n
Os compromissos pr\u00f3prios de redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es da Reino Unido, definidos na legisla\u00e7\u00e3o nacional, n\u00e3o devem avan\u00e7ar, mesmo se o aquecimento global estiver no topo da agenda do novo governo conservador – o que tamb\u00e9m \u00e9 improv\u00e1vel.<\/p>\n
Esse cen\u00e1rio dever\u00e1 criar uma situa\u00e7\u00e3o dif\u00edcil para os governos, administrativa e economicamente, visto que os compromissos no combate \u00e0s mudan\u00e7as clim\u00e1ticas que os ent\u00e3o 28 pa\u00edses membros do bloco assumiram no Acordo de Paris de 2015 ter\u00e3o de ser recalculados entre os 27 membros restantes.<\/p>\n
“A UE teria de recalibrar os esfor\u00e7os de divis\u00e3o de deveres”, disse Figueres, referindo-se \u00e0s negocia\u00e7\u00f5es internas sobre como os Estados europeus repartem as metas de redu\u00e7\u00e3o de carbono do bloco.<\/p>\n
Novos termos tamb\u00e9m dever\u00e3o ser negociados para o acesso da Gr\u00e3-Bretanha – que importa quase metade da eletricidade que consome – ao mercado europeu da energia. <\/p>\n
O Brexit ser\u00e1, ainda, uma grande dor de cabe\u00e7a para as empresas dos setores energ\u00e9tico e clim\u00e1tico.<\/p>\n
“Dentro da comunidade de neg\u00f3cios, a quantidade de tempo de gest\u00e3o que ser\u00e1 gasto desnecessariamente nessa quest\u00e3o vai desviar o foco das decis\u00f5es importantes que precisamos fazer”, disse Peter Sweatman, presidente da Estrat\u00e9gia Clim\u00e1tica, empresa internacional de consultoria sediada na Espanha.<\/p>\n
Em um ambiente internacional altamente competitivo, “n\u00f3s n\u00e3o podemos nos dar ao luxo de focar em coisas n\u00e3o produtivas”, insistiu Sweatman, nessa confer\u00eancia de dois dias realizada em Londres.<\/p>\n
Alguns analistas temem que a sa\u00edda da Gr\u00e3-Bretanha prejudique a capacidade da UE de aumentar suas metas de redu\u00e7\u00e3o de carbono – algo que os cientistas dizem que todos os principais emissores devem fazer para evitar que a Terra sofra os impactos desastrosos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas. (Fonte: UOL)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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