{"id":126430,"date":"2016-06-30T00:00:31","date_gmt":"2016-06-30T03:00:31","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=126430"},"modified":"2016-06-29T21:58:43","modified_gmt":"2016-06-30T00:58:43","slug":"russia-se-nega-a-renunciar-ao-sonho-de-conquistar-a-lua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/06\/30\/126430-russia-se-nega-a-renunciar-ao-sonho-de-conquistar-a-lua.html","title":{"rendered":"R\u00fassia se nega a renunciar ao sonho de conquistar a Lua"},"content":{"rendered":"

Nem os anos de recess\u00e3o econ\u00f4mica, nem o colapso do rublo e as crises e conflitos far\u00e3o com que a R\u00fassia renuncie seu velho sonho de chegar \u00e0 Lua, inclusive se isso tiver que acontecer no centen\u00e1rio do hist\u00f3rico voo de Neil Armstrong.<\/p>\n

Por enquanto, as dificuldades econ\u00f4micas j\u00e1 obrigaram a R\u00fassia a adiar por mais de uma vez todos os prazos do plano para conquistar o sat\u00e9lite natural da Terra, desde o lan\u00e7amento de aparatos orbitais e rob\u00f4s exploradores, at\u00e9 uma miss\u00e3o tripulada e, finalmente, uma base permanente na superf\u00edcie lunar.<\/p>\n

Pouco antes da explos\u00e3o da crise mundial em 2008, a ag\u00eancia espacial russa Roscosmos previa enviar um cosmonauta \u00e0 Lua por volta de 2030, mas a grande recess\u00e3o global e a queda astron\u00f4mica nos pre\u00e7os do petr\u00f3leo, al\u00e9m do conflito da Ucr\u00e2nia, esfriaram as ambi\u00e7\u00f5es da pot\u00eancia espacial.<\/p>\n

Na pr\u00f3xima d\u00e9cada, o pa\u00eds tem a inten\u00e7\u00e3o de se concentrar na constru\u00e7\u00e3o e no aperfei\u00e7oamento de sistemas espaciais autom\u00e1ticos: o de navega\u00e7\u00e3o e posicionamento Glonass, o an\u00e1logo russo do GPS americano, sat\u00e9lites de comunica\u00e7\u00e3o e de pesquisa da Terra, e bases cient\u00edficas.<\/p>\n

Alguns projetos do programa lunar passaram para a iniciativa privada, enquanto outros foram adiados para depois de 2025, explicou a porta-voz da divis\u00e3o cient\u00edfica da Roscosmos que desenvolve o projeto, Olga Zharova, em entrevista publicada esta semana pelo jornal “Izvestia”.<\/p>\n

De todos os projetos, o mais ambicioso e atrativo, por seu car\u00e1ter inovador e pelas possibilidades que abre para a humanidade, \u00e9 a base lunar que, segundo Zharova, “continua sendo um objetivo estrat\u00e9gico da cosmon\u00e1utica russa para a d\u00e9cada de 2030”.<\/p>\n

A data, no entanto, continua sendo otimista demais, j\u00e1 que mais de tr\u00eas anos de recess\u00e3o levaram \u00e0 suspens\u00e3o de praticamente todos os projetos voltados para esse objetivo, entre eles o desenvolvimento dos equipamentos que ser\u00e3o necess\u00e1rios para construir sobre a superf\u00edcie lunar, em condi\u00e7\u00f5es de falta de gravidade.<\/p>\n

Os planos para construir uma base na Lua nasceram na Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica no final da d\u00e9cada de 1960 e os primeiros estudos t\u00e9cnicos foram desenvolvidos pelas duas empresas p\u00fablicas que retomaram h\u00e1 pouco a iniciativa: o Instituto de Pesquisas Cient\u00edficas de Maquinaria da Roscosmos e a corpora\u00e7\u00e3o espacial “Energia”.<\/p>\n

Naquela \u00e9poca, alguns projetos de maquinaria para a constru\u00e7\u00e3o da base (escavadeiras, niveladoras, ve\u00edculos para puxar cabos, etc.) foram propostos, e a Roscosmos os retomou h\u00e1 alguns anos.<\/p>\n

“Existem esbo\u00e7os e modelos tridimensionais dessas m\u00e1quinas”, apontou Zharova, que ofereceu alguns detalhes de como poderia ser a base lunar do futuro.<\/p>\n

Em uma primeira etapa, “a tripula\u00e7\u00e3o da base n\u00e3o seria superior a entre duas e quatro pessoas e, mais tarde, poderia chegar a at\u00e9 12 pessoas”, disse a cientista.<\/p>\n

“Em uma expedi\u00e7\u00e3o de 30 dias e com uma tripula\u00e7\u00e3o de quatro pessoas, o volume fechado de uma base dever\u00e1 contar com 20 metros c\u00fabicos. A infraestrutura para a atividade da tripula\u00e7\u00e3o dever\u00e1 estar na superf\u00edcie da Lua, enquanto sob a superf\u00edcie podem ser constru\u00eddos ref\u00fagios radioativos e locais para armazenar as instala\u00e7\u00f5es energ\u00e9ticas”, explicou.<\/p>\n

Embora a localiza\u00e7\u00e3o da base n\u00e3o esteja decidida, “a maioria das propostas aposta nas imedia\u00e7\u00f5es do Polo Sul da Lua”.<\/p>\n

“A constru\u00e7\u00e3o da base deve come\u00e7ar pela escolha de um lugar seguro para a aterrissagem das naves pilotadas e de carga. Enquanto as obras em si devem come\u00e7ar com a constru\u00e7\u00e3o dos m\u00f3dulos energ\u00e9tico e habit\u00e1vel”, acrescentou.<\/p>\n

Mas o \u00edmpeto e a curiosidade dos engenheiros, infelizmente, n\u00e3o s\u00e3o suficientes para iniciar projetos de envergadura semelhante, como advertem especialistas em cosmon\u00e1utica.<\/p>\n

“A realiza\u00e7\u00e3o de um projeto t\u00e3o complexo e caro como uma base lunar s\u00f3 ser\u00e1 poss\u00edvel quando responder aos interesses estrat\u00e9gicos do Estado e das grandes corpora\u00e7\u00f5es. Por enquanto, ningu\u00e9m tem esse interesse”, afirmou Andrei Ionin, membro da Academia Russa de Cosmon\u00e1utica.<\/p>\n

O turismo espacial e a explora\u00e7\u00e3o de valiosas mat\u00e9rias-primas, como o h\u00e9lio 3, s\u00e3o atualmente os benef\u00edcios mais fact\u00edveis que poderiam ser obtidos da Lua.<\/p>\n

H\u00e1 dez anos, a R\u00fassia j\u00e1 havia proposto que o h\u00e9lio 3, considerado o combust\u00edvel ideal e in\u00f3cuo para as centrais termonucleares do futuro, podem substituir os hidrocarbonetos f\u00f3sseis quando suas reservas na Terra se esgotarem.<\/p>\n

A Lua abriga, segundo pesquisas russas, entre meio milh\u00e3o e 1 milh\u00e3o de toneladas de h\u00e9lio 3, o is\u00f3topo mais leve do h\u00e9lio que se forma como resultado das rea\u00e7\u00f5es termonucleares que se produzem no Sol e que \u00e9 praticamente inexistente na Terra.<\/p>\n

Para cobrir durante um ano todas as necessidades de energia da Terra seriam necess\u00e1rias 100 toneladas de h\u00e9lio 3, de acordo com os c\u00e1lculos de cientistas russos.<\/p>\n

A explora\u00e7\u00e3o dos recursos energ\u00e9ticos da Lua \u00e9 tamb\u00e9m um dos projetos priorit\u00e1rios da China, a ca\u00e7ula entre as pot\u00eancias espaciais.<\/p>\n

Investiga\u00e7\u00f5es da Administra\u00e7\u00e3o Aeroespacial Nacional da China estimam que existam na Lua entre 300 e 500 mil toneladas de h\u00e9lio 3, o que seria suficiente para cobrir o consumo global de energia na Terra durante pelo menos 7 mil anos. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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