{"id":126459,"date":"2016-07-01T00:00:50","date_gmt":"2016-07-01T03:00:50","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=126459"},"modified":"2016-06-30T23:51:12","modified_gmt":"2016-07-01T02:51:12","slug":"brasil-desperdica-40-mil-toneladas-de-alimento-por-dia-diz-entidade","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/07\/01\/126459-brasil-desperdica-40-mil-toneladas-de-alimento-por-dia-diz-entidade.html","title":{"rendered":"Brasil desperdi\u00e7a 40 mil toneladas de alimento por dia, diz entidade"},"content":{"rendered":"

No Brasil, diariamente, s\u00e3o desperdi\u00e7ados 40 mil toneladas de alimentos, segundo Viviane Romeiro, coordenadora de Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas do World Resources Institute (WRI) Brasil, uma institui\u00e7\u00e3o de pesquisa internacional. Isso coloca o Brasil, segundo ela, entre os dez pa\u00edses que mais perdem e desperdi\u00e7am alimentos no mundo. Viviane participou do Sustainable Food Summit da Am\u00e9rica Latina, evento promovido pela Rede Save Food Brasil, na tarde de quinta-feira (30), em S\u00e3o Paulo, e que discutiu a perda e o desperd\u00edcio com alimentos em todo o mundo.<\/p>\n

\u201cO Brasil est\u00e1 entre os dez principais pa\u00edses que mais perdem e desperdi\u00e7am alimento. Estamos falando da cadeia de perda e de desperd\u00edcio. Perda que tem a ver com a colheita, a p\u00f3s-colheita, com a distribui\u00e7\u00e3o e o desperd\u00edcio que j\u00e1 vem no final da cadeia, que \u00e9 no varejo, no supermercado e com o h\u00e1bito do consumidor\u201d, disse Viviane.<\/p>\n

Essa perda e desperd\u00edcio de alimentos tem diversas implica\u00e7\u00f5es. Uma delas \u00e9 com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 seguran\u00e7a alimentar. \u201cHoje temos aproximadamente 7 bilh\u00f5es de pessoas [no mundo] e a estimativa \u00e9 que, em 2050, seremos 9 bilh\u00f5es. Enquanto isso, aproximadamente 1 bilh\u00e3o de pessoas n\u00e3o tem acesso adequado e sofre com desnutri\u00e7\u00e3o e falta de alimento adequado. Ent\u00e3o, primeiramente, essa \u00e9 uma quest\u00e3o de seguran\u00e7a alimentar\u201d, disse.<\/p>\n

Segundo Allan Boujanic, representante da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas para a Agricultura e Alimenta\u00e7\u00e3o (FAO) no Brasil, cerca de 30% de tudo o que \u00e9 produzido no mundo \u00e9 desperdi\u00e7ado e perdido antes de chegar \u00e0 mesa do consumidor. Isso provoca, segundo a FAO, um preju\u00edzo econ\u00f4mico estimado em US$ 940 bilh\u00f5es por ano, o que corresponde a cerca de R$ 3 trilh\u00f5es.<\/p>\n

Problemas ambientais<\/strong> – Outras implica\u00e7\u00f5es, segundo Viviane, dizem respeito aos aspectos econ\u00f4mico e ambiental. \u201c\u00c9 um assunto que envolve uma quest\u00e3o social e de seguran\u00e7a alimentar, de impacto econ\u00f4mico, mas tamb\u00e9m de impactos ambientais e a\u00ed destacamos essencialmente a perda da biodiversidade, impactos na biodiversidade, impactos no uso do solo, na quest\u00e3o da \u00e1gua, da escassez da \u00e1gua, e tamb\u00e9m a quest\u00e3o do clima, das emiss\u00f5es de carbono\u201d, disse.<\/p>\n

Sobre a quest\u00e3o ambiental, Viviane disse que, se essa perda mundial com os alimentos fosse um pa\u00eds, ela seria o terceiro maior pa\u00eds do mundo por emiss\u00e3o de g\u00e1s de efeito estufa, por exemplo, ficando atr\u00e1s apenas da China e dos Estados Unidos.<\/p>\n

Rede Save Food<\/strong> – Para buscar alternativas para reduzir a perda e o desperd\u00edcio de alimentos no pa\u00eds foi criada a rede Save Food Brasil, que tem apoio da FAO, da WRI e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu\u00e1ria (Embrapa), entre outros. \u201cEssa e outras campanhas da FAO para combater o desperd\u00edcio de alimentos t\u00eam como principal mensagem a mudan\u00e7a de atitude. Temos que ser mais eficientes no uso dos alimentos, mais cientes de que o desperd\u00edcio \u00e9 uma realidade e produz muitos efeitos colaterais. \u00c9 necess\u00e1rio um forte engajamento da sociedade civil, dos produtores e dos governos para fixar metas concretas de redu\u00e7\u00e3o do desperd\u00edcio e das perdas de alimentos n\u00e3o s\u00f3 no Brasil, mas em todo o mundo\u201d, disse Boujanic.<\/p>\n

A rede, segundo Alcione Silva, membro do corpo diretivo da Rede Save Food Brasil, foi criada pela ONU no ano passado em diversos pa\u00edses. \u201cO objetivo \u00e9, em um primeiro momento, trazer todos os atores, institui\u00e7\u00f5es, empresas e simpatizantes que trabalhem o tema de perdas e desperd\u00edcios no Brasil e, conforme essa rede for crescendo, se tornar forte o suficiente para poder atuar em pol\u00edticas p\u00fablicas e inova\u00e7\u00f5es, trazendo solu\u00e7\u00f5es para esse tema de desperd\u00edcio no Brasil\u201d, disse.<\/p>\n

De acordo com Alcione, o desperd\u00edcio e a perda de alimentos no Brasil \u00e9 muito grande, mas o pa\u00eds pode contribuir com bons exemplos na mudan\u00e7a mundial desse cen\u00e1rio. Ela citou iniciativas como o Disco Xepa, de distribui\u00e7\u00e3o de sopas feitas com sobras de alimentos; a produ\u00e7\u00e3o de tecnologia pela Embrapa; o Comida Invis\u00edvel, que pretende fazer um food truck para conscientizar crian\u00e7as e escolas sobre o reaproveitamento de sobras na cozinha; e o Fruta Imperfeita, que comercializa alimentos considerados \u201cimperfeitos\u201d, tais como uma batata ou cenouras tortas.<\/p>\n

Segundo Alcione, o desperd\u00edcio e a perda de alimentos \u00e9 uma preocupa\u00e7\u00e3o em todo o mundo porque tem um grande impacto social, econ\u00f4mico e ambiental. \u201cA gente precisa de 50% a mais de demanda de oferta de alimentos at\u00e9 2050 para alimentar essas 9 bilh\u00f5es de pessoas [estimativa de popula\u00e7\u00e3o para o ano]. Deveria ser at\u00e9 uma preocupa\u00e7\u00e3o muito maior por parte de todos os atores\u201d, disse.<\/p>\n

Marco regulat\u00f3rio<\/strong> – Para Viviane, uma das a\u00e7\u00f5es que poderia ajudar a reduzir o desperd\u00edcio e a perda de alimentos no pa\u00eds seria a ado\u00e7\u00e3o de um marco regulat\u00f3rio sobre o tema. \u201cHoje temos v\u00e1rios projetos de lei mas que n\u00e3o foram aprovados ou promulgados. \u00c9 super-importante que tenhamos um marco regulat\u00f3rio espec\u00edfico e que proporcione seguran\u00e7a jur\u00eddica para que as empresas realizem suas doa\u00e7\u00f5es de forma adequada e para que haja incentivos e subs\u00eddios para a redu\u00e7\u00e3o da perda e desperd\u00edcio alimentar. Essa quest\u00e3o legislativa e regulat\u00f3ria \u00e9 extremamente importante\u201d, disse.<\/p>\n

Para a coordenadora de Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas do WRI Brasil, inventariar a perda e o desperd\u00edcio de alimentos \u00e9 um primeiro passo importante que as empresas e que os pa\u00edses devem fazer. Depois seria importante estabelecer metas de redu\u00e7\u00e3o e estrat\u00e9gias para que ocorram.<\/p>\n

Para Alcione, a grande dificuldade diz respeito \u00e0 cadeia log\u00edstica. \u201cTanto a cadeia de distribui\u00e7\u00e3o quanto a de armazenamento e o consumidor final tem uma grande perda de alimentos por falta de infraestrutura. Nossas centrais de abastecimento n\u00e3o tem uma infraestrutura adequada. Faltam cadeias e c\u00e2maras frias e falta conscientiza\u00e7\u00e3o na parte de manipula\u00e7\u00e3o e embalagens. O Brasil tem um grande problema de infraestrutura hoje e de log\u00edstica nessa \u00e1rea. Diria que esse \u00e9 o problema mais grave que a gente tem no desperd\u00edcio de alimentos\u201d, disse a integrante do corpo diretivo da Rede Save Food Brasil. (Fonte: Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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