Cientistas descobriram que circula em Salvador, na Bahia, uma linhagem espec\u00edfica do v\u00edrus da zika, com pequenas diferen\u00e7as gen\u00e9ticas em rela\u00e7\u00e3o ao v\u00edrus encontrado em outros estados. Esses resultados, apresentados nesta quarta-feira (31) na 31\u00aa Reuni\u00e3o Anual da Federa\u00e7\u00e3o de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em Foz do Igua\u00e7u, est\u00e3o na edi\u00e7\u00e3o de outubro da revista m\u00e9dica \u201cEmerging Infectious Diseases\u201d.<\/p>\n
\u201cEssas diferen\u00e7as gen\u00e9ticas n\u00e3o alteram as caracter\u00edsticas da doen\u00e7a, mas, para uma futura pesquisa de vacinas, \u00e9 muito importante ter um estudo preciso das cepas brasileiras do v\u00edrus\u201d, observa o virologista Gubio Soares Campos, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e um dos autores do estudo.
\nOs resultados revelam que existe uma cadeia de transmiss\u00e3o de zika intensa e sustentada no estado da Bahia que come\u00e7ou em meados de 2014. Resta saber, segundo os pesquisadores, se a maioria dos casos de zika da Bahia pertencem \u00e0 linhagem distinta identificada em Salvador.<\/p>\n
O trabalho coletou amostras de pacientes com sintoma de zika entre abril de 2015 e janeiro de 2016 em Salvador. Em 2016, o estado da Bahia foi o que teve maior n\u00famero de notifica\u00e7\u00f5es por zika em todo o pa\u00eds: foram 48.010 at\u00e9 o dia 9 de julho, seguido pelo Rio de Janeiro, com 46.022 no mesmo per\u00edodo. Os dados s\u00e3o do boletim epidemiol\u00f3gico mais recente divulgado pelo Minist\u00e9rio da Sa\u00fade.<\/p>\n
V\u00edrus brasileiro?<\/strong> – Segundo Campos, futuras investiga\u00e7\u00f5es devem indicar se predominar\u00e1 no Brasil uma cepa \u00fanica do v\u00edrus ou se haver\u00e1 diferen\u00e7as gen\u00e9ticas regionais. Estudos anteriores j\u00e1 mostraram que existem diferen\u00e7as gen\u00e9ticas decisivas entre o v\u00edrus da zika africano e o v\u00edrus asi\u00e1tico, que veio para o Brasil. Pesquisadores de v\u00e1rias institui\u00e7\u00f5es avaliam se essas muta\u00e7\u00f5es sofridas pelo v\u00edrus podem t\u00ea-lo tornado mais perigoso.<\/p>\n O laborat\u00f3rio de Campos, na UFBA, foi o primeiro a identificar casos de zika no Brasil, no fim de abril de 2015. Dias depois, o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade anunciaria oficialmente a chegada do v\u00edrus ao confirmar os testes em um laborat\u00f3rio de refer\u00eancia.<\/p>\n O estudo sobre a linhagem distinta do v\u00edrus da zika em Salvador \u00e9 resultado de uma colabora\u00e7\u00e3o entre a Universidade da Calif\u00f3rnia em S\u00e3o Francisco, nos EUA, e a UFBA, al\u00e9m da Universidade de Oxford, da Universidade de Washington, do Instituto Evandro Chagas no Par\u00e1, da Funda\u00e7\u00e3o Oswaldo Cruz em Salvador e do Hospital Alian\u00e7a em Salvador.<\/p>\n Para Campos, estudos preliminares mostram que o v\u00edrus da zika pode passar por processos adaptativos e come\u00e7ar a provocar outros tipos de doen\u00e7as em adultos, como problemas card\u00edacos, encefalites e meningites. \u201cTudo est\u00e1 no in\u00edcio, mas nos intriga a forma como o v\u00edrus se multiplica r\u00e1pido em c\u00e9lulas nervosas. Algumas doen\u00e7as mais s\u00e9rias em adultos, al\u00e9m do Guillain-Barr\u00e9, podem estar a caminho sem ser percebidas.\u201d (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Cientistas analisaram 11 sequenciamentos de amostras de v\u00edrus. Pesquisa encontrou pequenas diferen\u00e7as em rela\u00e7\u00e3o a v\u00edrus de outros estados. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[323],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/133439"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=133439"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/133439\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=133439"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=133439"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=133439"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}