{"id":133709,"date":"2016-09-15T00:00:39","date_gmt":"2016-09-15T00:00:39","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=133709"},"modified":"2016-09-12T20:32:41","modified_gmt":"2016-09-12T20:32:41","slug":"consumo-de-peixe-no-municipio-de-tefeam-e-quatro-vezes-maior-que-o-do-brasil-demonstra-publicacao","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/09\/15\/133709-consumo-de-peixe-no-municipio-de-tefeam-e-quatro-vezes-maior-que-o-do-brasil-demonstra-publicacao.html","title":{"rendered":"Consumo de peixe no munic\u00edpio de Tef\u00e9\/AM \u00e9 quatro vezes maior que o do Brasil, demonstra publica\u00e7\u00e3o"},"content":{"rendered":"
A popula\u00e7\u00e3o do munic\u00edpio de Tef\u00e9, interior do Amazonas, consome quatro vezes mais peixe que a do restante do pa\u00eds. A atividade pesqueira na regi\u00e3o do M\u00e9dio Solim\u00f5es emprega m\u00e3o de obra local e movimenta, em m\u00e9dia, cerca de dois milh\u00f5es de d\u00f3lares por ano. Esses s\u00e3o alguns dos resultados divulgados pelo livro “Estat\u00edstica do monitoramento do desembarque pesqueiro na regi\u00e3o de Tef\u00e9 – M\u00e9dio Solim\u00f5es: 2008-2010”, lan\u00e7ado esta semana pelo Instituto Mamirau\u00e1, unidade de pesquisa do Minist\u00e9rio da Ci\u00eancia, Tecnologia, Inova\u00e7\u00f5es e Comunica\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
O livro, dispon\u00edvel para download, re\u00fane os dados do monitoramento realizado pela equipe do Programa de Manejo de Pesca do Instituto. \u00c9 o segundo publicado com os resultados da pesquisa sobre a pesca e comercializa\u00e7\u00e3o do pescado no munic\u00edpio. Esse monitoramento \u00e9 realizado h\u00e1 cerca de 20 anos pela institui\u00e7\u00e3o. Tef\u00e9 \u00e9 um dos principais munic\u00edpios da regi\u00e3o do M\u00e9dio Solim\u00f5es. Localizada a cerca de 550 km de Manaus, capital do Amazonas, a cidade possui popula\u00e7\u00e3o estimada em cerca de 62 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE).<\/p>\n
O consumo anual m\u00e9dio de peixe em Tef\u00e9 foi de 30kg por habitante. Enquanto, no Brasil, o consumo m\u00e9dio anual foi estimado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov\u00e1veis (Ibama), referente aos anos de 1996 e 2010, em 7,33kg por habitante. Pollianna Ferraz, t\u00e9cnica no Instituto Mamirau\u00e1 e uma das autoras da publica\u00e7\u00e3o, contou que a predile\u00e7\u00e3o pela carne de peixe em Tef\u00e9 reitera que o consumo do produto na regi\u00e3o Amaz\u00f4nica est\u00e1 entre os maiores do mundo. “Aqui, h\u00e1 o h\u00e1bito cultural de consumir peixe, porque ele sempre esteve em abund\u00e2ncia. O acesso f\u00e1cil faz com que, ao logo de muitos anos, tamb\u00e9m haja um gosto popular pelo peixe. Al\u00e9m do pre\u00e7o que aqui \u00e9 muito baixo. E apesar da produ\u00e7\u00e3o das esp\u00e9cies ser sazonal, o ano todo tem peixe no mercado”, comentou.<\/p>\n
O estudo destaca que o alto consumo de peixe na regi\u00e3o tamb\u00e9m pode estar associado \u00e0 falta de cria\u00e7\u00e3o animal em larga escala, como carne de boi e de frango, o que torna esses produtos mais caros no mercado local. Na publica\u00e7\u00e3o, tamb\u00e9m est\u00e3o listadas as 16 esp\u00e9cies preferidas pela popula\u00e7\u00e3o tefeense, com destaque para o jaraqui, em primeiro lugar, seguido do curimat\u00e1, do pacu, do aruan\u00e3, do acari, do tucunar\u00e9 e do tambaqui. O peixe com mais alto valor no mercado, neste per\u00edodo, foi o tambaqui, vendido por cerca de US$2,80 o kg. Enquanto outras esp\u00e9cies com pre\u00e7o por kg mais baixo, inferior a US$0,85, tiveram mais alto valor na produ\u00e7\u00e3o bruta.<\/p>\n
O estudo enfatiza que a produ\u00e7\u00e3o pesqueira desembarcada no munic\u00edpio, durante os tr\u00eas anos, foi de mais de sete mil toneladas e que a atividade movimenta em torno de dois milh\u00f5es e cem mil d\u00f3lares por ano no munic\u00edpio. Outro dado apresentado na publica\u00e7\u00e3o \u00e9 que a maior parte da produ\u00e7\u00e3o desembarcada no munic\u00edpio \u00e9 oriunda de localidades no entorno das Reservas Mamirau\u00e1 e Aman\u00e3, sendo que a pesca origin\u00e1ria das unidades de conserva\u00e7\u00e3o abastece em apenas 4% a produ\u00e7\u00e3o local. A canoa com motor rabeta, tradicional na regi\u00e3o, \u00e9 o tipo de embarca\u00e7\u00e3o mais utilizada pelos pescadores, com 68% dos registros, e a malhadeira, tipo de rede de pesca, \u00e9 o apetrecho mais empregado para a pesca, com 47% das respostas.<\/p>\n
Pollianna destaca que as informa\u00e7\u00f5es refor\u00e7am para o poder p\u00fablico a import\u00e2ncia da pesca para a economia da regi\u00e3o, para gerar dados para subsidiar a conserva\u00e7\u00e3o do recurso pesqueiro e contribuir para a garantia de benef\u00edcios sociais para os pescadores. “A pesquisa continuada \u00e9 importante para ver o antes, o durante e o depois e fazer compara\u00e7\u00f5es ao longo do tempo. Tem a quest\u00e3o do Governo poder ver como a produ\u00e7\u00e3o de peixe \u00e9 importante para a circula\u00e7\u00e3o de dinheiro em Tef\u00e9. Como \u00e9 um ponto da economia muito importante. E outra coisa \u00e9, ao longo do tempo, ver como os estoques de determinadas esp\u00e9cies v\u00eam diminuindo ou aumentando, por exemplo”, comentou.<\/p>\n
O monitoramento acontece diariamente com a coleta de dados durante o desembarque pesqueiro no porto municipal de Tef\u00e9 e, desde 2010, tamb\u00e9m no Frigor\u00edfico Frigopeixe. Os pescadores respondem a uma s\u00e9rie de quest\u00f5es sobre a produ\u00e7\u00e3o, como as esp\u00e9cies desembarcadas, a localidade da pesca, os tipos de apetrechos utilizados, o tipo de embarca\u00e7\u00e3o, o tamanho da equipe e quantidade de dias para a pesca, entre outras. A maior parte dos pescadores que participaram da pesquisa s\u00e3o associados \u00e0 Col\u00f4nia Z4 de Pescadores de Tef\u00e9, que conta com cerca de 3.400 pescadores profissionais registrados.<\/p>\n
Os dados divulgados pelo livro tamb\u00e9m demonstram que a quantidade de peixe desembarcada e comercializada no munic\u00edpio vem aumentando ao longo dos anos. A produ\u00e7\u00e3o de 2010 foi 18% maior que a produ\u00e7\u00e3o m\u00e9dia dos outros 18 anos de monitoramento. A equipe associa o aumento ao in\u00edcio da recep\u00e7\u00e3o do pescado pelo Frigor\u00edfico Frigopeixe. “\u00c0 medida que aumenta a demanda, os pescadores aumentam o ritmo de pesca. E, em fun\u00e7\u00e3o disso, estamos percebendo um aumento da produ\u00e7\u00e3o, quando comparado com os anos anteriores”, disse a t\u00e9cnica do Instituto. (Fonte Instituto Mamirau\u00e1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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