{"id":133988,"date":"2016-09-28T00:00:13","date_gmt":"2016-09-28T00:00:13","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=133988"},"modified":"2016-09-27T18:25:32","modified_gmt":"2016-09-27T18:25:32","slug":"brasil-tem-menos-mortes-por-poluicao-do-ar-que-outros-emergentes-mas-tendencia-e-de-piora","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/09\/28\/133988-brasil-tem-menos-mortes-por-poluicao-do-ar-que-outros-emergentes-mas-tendencia-e-de-piora.html","title":{"rendered":"Brasil tem menos mortes por polui\u00e7\u00e3o do ar que outros emergentes, mas ‘tend\u00eancia \u00e9 de piora’"},"content":{"rendered":"
Um estudo divulgado pela Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade (OMS) nesta ter\u00e7a-feira (27) revela que 92% da popula\u00e7\u00e3o mundial vive em \u00e1reas que excedem os n\u00edveis de polui\u00e7\u00e3o recomendados. Os pa\u00edses pobres e em desenvolvimento s\u00e3o os que mais sofrem com o problema.<\/p>\n
Dentre os emergentes do grupo Brics, o Brasil tem o desempenho menos negativo, com 14 mortes por ano ligadas \u00e0 polui\u00e7\u00e3o do ar para cada 100 mil habitantes. China, R\u00fassia, \u00cdndia e \u00c1frica do Sul t\u00eam respectivamente 70, 61, 68 e 39 mortes para cada 100 mil habitantes.<\/p>\n
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, uma matriz energ\u00e9tica renov\u00e1vel, pol\u00edticas de conten\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es e investimentos em transporte alternativo e p\u00fablico contribu\u00edram para o desempenho positivo brasileiro.
\nA tend\u00eancia, por\u00e9m, \u00e9 de piora nesse ranking, pois os dados base s\u00e3o de 2012, e, atualmente, os outros emergentes v\u00eam dando mais aten\u00e7\u00e3o ao tema do que o Brasil.<\/p>\n
Pobres e emergentes<\/strong> – A cada ano, cerca de tr\u00eas milh\u00f5es de pessoas morrem por doen\u00e7as associadas \u00e0 polui\u00e7\u00e3o do ar em espa\u00e7os abertos. A grande maioria desses \u00f3bitos ocorre em pa\u00edses pobres ou em desenvolvimento com pol\u00edticas p\u00fablicas que n\u00e3o priorizam o acesso a tecnologias limpas e onde a industrializa\u00e7\u00e3o ocorre de maneira desregulada.<\/p>\n “A polui\u00e7\u00e3o do ar segue custando caro \u00e0 sa\u00fade das popula\u00e7\u00f5es mais vulner\u00e1veis – mulheres, crian\u00e7as e idosos”, lamentou Fl\u00e1via Bustreo, diretora-geral assistente do \u00f3rg\u00e3o.<\/p>\n “Me impressiona muito que mais de 90% da popula\u00e7\u00e3o esteja exposta \u00e0 polui\u00e7\u00e3o nociva”, disse \u00e0 BBC Brasil, o m\u00e9dico brasileiro Carlos Dora, coordenador do departamento de Pol\u00edticas P\u00fablicas, Meio Ambiente e Determinantes Sociais de Sa\u00fade da OMS.<\/p>\n Dora avalia que o Brasil est\u00e1 em uma etapa intermedi\u00e1ria em rela\u00e7\u00e3o ao resto do mundo, atr\u00e1s da Am\u00e9rica do Norte e da Europa, por\u00e9m \u00e0 frente de \u00c1sia, Oriente M\u00e9dio e \u00c1frica.<\/p>\n “O Brasil n\u00e3o \u00e9 dos piores, mas ainda poderia melhorar bastante”, afirma. Frente a outros emergentes, o pa\u00eds estaria numa posi\u00e7\u00e3o mais confort\u00e1vel por conta, principalmente, da sua matriz energ\u00e9tica, que \u00e9 renov\u00e1vel, proveniente de hidroel\u00e9tricas.<\/p>\n “A China, por exemplo, ainda queima muito carv\u00e3o, o que \u00e9 altamente poluente”, exemplifica Dora.<\/p>\n Professora do Departamento de Ci\u00eancias Atmosf\u00e9ricas da USP, Maria Andrade explica que, al\u00e9m da quest\u00e3o energ\u00e9tica, o Brasil implementou na virada dos anos 1980 para 1990 um programa nacional de controle de emiss\u00f5es de gases por ve\u00edculos – o Proconve – que deu resultado.<\/p>\n “Nas \u00e1reas urbanas houve, depois do Proconve, uma redu\u00e7\u00e3o na polui\u00e7\u00e3o significativa, apesar do aumento da frota. O que se precisa agora \u00e9 controlar a queima de biomassa, a queima de florestas”, aponta.<\/p>\n Andrade menciona ainda que controles nas ind\u00fastrias e o desenvolvimento de tecnologias de combust\u00edveis, para a redu\u00e7\u00e3o das emiss\u00f5es de enxofre, tamb\u00e9m contribu\u00edram \u00e0 melhora nas \u00faltimas d\u00e9cadas.<\/p>\n Atualmente, as principais fontes de polui\u00e7\u00e3o do ar no Brasil s\u00e3o as queimadas no campo, as emiss\u00f5es de ve\u00edculos nas \u00e1reas urbanas e as ind\u00fastrias, elencou a professora da USP. A maior cidade da Am\u00e9rica do Sul teve um desempenho melhor que, nessa ordem, Cidade do M\u00e9xico, Istambul, Xangai, Pequim, Mumbai, Calcut\u00e1, Dhaka, Cairo e Nova D\u00e9li. Lanterna dos emergentes, a capital da \u00cdndia chega a ter uma qualidade de ar cinco vezes pior do que a metr\u00f3pole paulistana.<\/p>\n “Quando voc\u00ea compara com esses lugares, voc\u00ea vai perceber que aqui est\u00e1 muito melhor”, avalia Andrade. “Mas ainda temos problemas com part\u00edculas secund\u00e1rias, como oz\u00f4nio, e part\u00edculas mais finas.”<\/p>\n “S\u00e3o Paulo est\u00e1 num n\u00edvel intermedi\u00e1rio, o que \u00e9 muito melhor que essas outras cidades do mundo em desenvolvimento”, diz Carlos Dora.<\/p>\n Ele credita o bom posicionamento da capital paulista \u00e0 expans\u00e3o do sistema de transporte p\u00fablico e \u00e0 implementa\u00e7\u00e3o de alternativas verdes, como as ciclovias.<\/p>\n “H\u00e1 varios questionamentos quanto \u00e0s ciclovias, mas qualquer pol\u00edtica que estimule meios de transportes alternativos e mais limpos \u00e9 super bem-vinda do ponto de vista do meio ambiente”, afirma Maria Andrade.<\/p>\n Tend\u00eancias<\/strong> – J\u00e1 Dora avalia que, no cen\u00e1rio global, o Brasil est\u00e1 sendo ultrapassado por outros pa\u00edses emergentes, como a China, que v\u00eam dando maior \u00eanfase \u00e0 qualidade do ar.<\/p>\n “Existe lideran\u00e7a em exemplos de a\u00e7\u00f5es no transporte p\u00fablico do Brasil, mas de forma geral a China est\u00e1 \u00e0 frente. Eles est\u00e3o tomando medidas mais dr\u00e1sticas, inovadoras e est\u00e3o avan\u00e7ando mais. Est\u00e3o investindo muito mais”, afirma.<\/p>\n “Esse investimento tamb\u00e9m \u00e9 bom para os neg\u00f3cios. A l\u00f3gica n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 ecol\u00f3gica.”<\/p>\n Maria Andrade, por sua vez, v\u00ea com incerteza o futuro da “economia verde” no Brasil, dado o cen\u00e1rio de instabilidade pol\u00edtica atual. “Em geral, quando se est\u00e1 em fase de crise econ\u00f4mica, (os temas ligados ao meio ambiente) passam a n\u00e3o ser t\u00e3o priorit\u00e1rios.”<\/p>\n “N\u00e3o vejo tantos grupos trabalhando para sugerir id\u00e9ias de melhorias (\u2026) est\u00e1 tudo meio parado; prova disso \u00e9 que voc\u00ea praticamente n\u00e3o v\u00ea o assunto em pauta na propaganda eleitoral”, diz.<\/p>\n Estudo<\/strong> – O estudo, que revisou dados entre 2010 e 2015, apontou que apenas uma em cada dez pessoas no mundo vive em \u00e1reas cujo ar pode ser considerado limpo de acordo com os padr\u00f5es da OMS.<\/p>\n A compila\u00e7\u00e3o dos dados baseou-se em amostragens provenientes de tr\u00eas mil localidades de perfil predominantemente urbano no planeta. Juntas, as popula\u00e7\u00f5es das regi\u00f5es estudadas somam 1,6 bilh\u00e3o de pessoas, ou 43% da popula\u00e7\u00e3o urbana mundial.<\/p>\n As pesquisas que serviram de base ao relat\u00f3rio avaliaram a presen\u00e7a de “part\u00edculas de mat\u00e9ria” (PM) no ar, que tivessem um di\u00e2metro menor que 10 ou 2,5 micr\u00f4metros (PM 10 e PM 2.5). Os principais ingredientes presentes no composto PM s\u00e3o sulfatos, nitratos, am\u00f4nia, cloreto de s\u00f3dio, carv\u00e3o negro, poeira mineral e \u00e1gua.<\/p>\n O estudo reconhece que, apesar de outros componentes estarem mais comumente associados \u00e0 toxicidade da polui\u00e7\u00e3o – mon\u00f3xido de carbono, di\u00f3xidos sulf\u00faricos e oz\u00f4nio, por exemplo -, para uma compara\u00e7\u00e3o mundial equivalente foi necess\u00e1rio optar por um par\u00e2metro universal. O composto PM \u00e9 o que possui mais extensa literatura cient\u00edfica nesse sentido.<\/p>\n As part\u00edculas a partir de 10 micr\u00f4metros de di\u00e2metro (PM 10) s\u00e3o consideradas extremamente nocivas, pois podem penetrar e se alojar nos pulm\u00f5es, dando origem a enfermidades s\u00e9rias.<\/p>\n Diversas doen\u00e7as est\u00e3o associadas de maneira ampla \u00e0 polui\u00e7\u00e3o, mas o estudo se ateve apenas a acidente vascular cerebral (AVC, ou derrame), isquemia cardiovascular, c\u00e2ncer de pulm\u00e3o e infec\u00e7\u00f5es agudas do sistema respirat\u00f3rio inferior (pneumonia).<\/p>\n O \u00f3rg\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas vem coletando dados de PM10 e PM2,5 desde 2011, na esperan\u00e7a de entender melhor o problema e promover a redu\u00e7\u00e3o do impacto da polui\u00e7\u00e3o global na sa\u00fade das popula\u00e7\u00f5es. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Relat\u00f3rio da OMS divulgado nesta ter\u00e7a-feira aponta que 92% da popula\u00e7\u00e3o mundial vive em \u00e1reas onde a qualidade do ar \u00e9 considerada abaixo do padr\u00e3o recomendado. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[91,103],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/133988"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=133988"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/133988\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=133988"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=133988"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=133988"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
\nS\u00e3o Paulo
\nEm um ranking de grandes metr\u00f3poles emergentes, S\u00e3o Paulo e Buenos Aires aparecem como as que t\u00eam a melhor qualidade de ar, segundo dados do per\u00edodo de 2011 a 2015 da OMS.<\/p>\n