O maior reservat\u00f3rio de \u00e1gua do agreste de Pernambuco entrou em colapso na segunda-feira (26). Depois de operar por dez meses com o volume morto, o n\u00edvel de \u00e1gua na Barragem de Jucazinho, no munic\u00edpio de Surubim, atingiu 0,01% da capacidade e, segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), n\u00e3o oferece mais condi\u00e7\u00f5es de capta\u00e7\u00e3o da \u00e1gua para abastecimento humano.<\/p>\n
De acordo com a Compesa, a falta de chuva na regi\u00e3o levou ao colapso da barragem. J\u00e1 s\u00e3o seis anos de estiagem prolongada. Quando operava normalmente, o manancial chegou a atender 15 cidades. Sua capacidade \u00e9 de 327 milh\u00f5es de metros c\u00fabicos de \u00e1gua \u2013 \u00e9 o maior reservat\u00f3rio operado pela companhia.<\/p>\n
Agora, dez dos 11 munic\u00edpios atualmente atendidos por Jucazinho receber\u00e3o \u00e1gua exclusivamente por carros-pipa: Toritama, Vertentes, Vertente do L\u00e9rio, Santa Maria do Cambuc\u00e1, Casinhas, Passira, Cumaru, Riacho das Almas, Salgadinho e Frei Miguelinho. Cerca de 200 mil pessoas ser\u00e3o afetadas. A cidade de Surumbim, que tamb\u00e9m integra Jucazinho, ser\u00e1 atendida por uma antiga adutora de 30 quil\u00f4metros de extens\u00e3o que foi reformada emergencialmente.<\/p>\n
A adutora de Surubim capta \u00e1gua a partir da Barragem de Pedra Fina, em Bom Jardim. O reservat\u00f3rio opera atualmente com 80% de sua capacidade total. Est\u00e1 previsto no planejamento que as cidades de Toritama, Vertentes, Vertentes do L\u00e9rio e Maria do Cumbuc\u00e1 tamb\u00e9m recebam \u00e1gua de Pedra Fina, mas o prazo para que isso ocorra n\u00e3o foi divulgado.<\/p>\n
Outros tr\u00eas munic\u00edpios j\u00e1 tinham sido desligados do sistema em setembro de 2015, por terem outras fontes de abastecimento: Caruaru, Bezerros e Gravat\u00e1. Em novembro do mesmo ano a Compesa passou a explorar o volume morto da barragem, quando atingiu o seu pior \u00edndice desde a inaugura\u00e7\u00e3o, chegando a 2,18% da sua capacidade. Em julho, Santa Cruz do Capibaribe tamb\u00e9m saiu da rela\u00e7\u00e3o de munic\u00edpios atendidos por Jucazinho, quando passou a ser atendida pelo Sistema do Prata.<\/p>\n
Segundo nota enviada pela assessoria de comunica\u00e7\u00e3o da Compesa, desde 2013 a vaz\u00e3o e a retirada de \u00e1gua da Barragem de Jucazinho v\u00eam sendo monitoradas por hidr\u00f3logos do Banco Mundial, no \u00e2mbito do programa Monitor de Secas. O diretor Regional do interior, Marconi de Azevedo atribuiu o colapso \u00e0 seca prolongada: \u201cSempre respeitamos as vaz\u00f5es recomendadas, tirando at\u00e9 menos do que era permitido, a fim de preservar Jucazinho\u201d.<\/p>\n
A Compesa tamb\u00e9m argumenta, na nota, que a Adutora do Agreste resolveria o problema da regi\u00e3o. A estrutura vai usar \u00e1gua do Rio S\u00e3o Francisco para atender 68 munic\u00edpios e mais de 80 distritos a partir do Eixo Leste da Transposi\u00e7\u00e3o do Rio S\u00e3o Francisco.<\/p>\n
O \u00f3rg\u00e3o atribui ao governo federal a responsabilidade pelo atraso das obras \u2013 praticamente paradas desde 2015 \u2013, por n\u00e3o repassar os recursos necess\u00e1rios. J\u00e1 foram investidos mais de R$ 500 milh\u00f5es na adutora. Ainda restam mais R$ 700 milh\u00f5es para acabar a primeira etapa do projeto.<\/p>\n
Enquanto isso, outra obra realizada pelo Estado com R$ 60 milh\u00f5es do Banco Mundial procura atender Toritama, o maior dos munic\u00edpios afetados por Jucazinho, a partir de janeiro de 2017. A Adutora de Pirangi levar\u00e1 \u00e1gua da Mata Sul para o Agreste, beneficiando Caruaru e outras cidades do entorno que j\u00e1 s\u00e3o atendidas pelo Sistema do Prata. A liga\u00e7\u00e3o de Toritama com o sistema ser\u00e1 feito por uma parte da Adutora do Agreste. (Fonte: Ag\u00eancia Brasil)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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