O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, recebeu, na quinta-feira (20\/10), cerca de 900 mil assinaturas referentes ao abaixo-assinado popular da campanha internacional pela cria\u00e7\u00e3o do Santu\u00e1rio de Baleias do Atl\u00e2ntico Sul. O objetivo da campanha, lan\u00e7ada pelo Brasil, \u00c1frica do Sul, Argentina, Uruguai e Gab\u00e3o, \u00e9 sensibilizar a comunidade internacional para aprovar o estabelecimento de uma \u00e1rea de conserva\u00e7\u00e3o das baleias que habitam o oceano Atl\u00e2ntico.<\/p>\n
Durante a cerim\u00f4nia de entrega, no Rio de Janeiro, Sarney Filho refor\u00e7ou a import\u00e2ncia do Santu\u00e1rio para garantir um meio ambiente equilibrado, inclusive para as futuras gera\u00e7\u00f5es. \u201cA cria\u00e7\u00e3o do Santu\u00e1rio \u00e9 simb\u00f3lica e emblem\u00e1tica, pois as baleias s\u00e3o os maiores cet\u00e1ceos do mundo e a sobreviv\u00eancia da esp\u00e9cie tem a ver com o equil\u00edbrio dos oceanos\u201d. O ministro lembrou que, no Brasil, a ca\u00e7a j\u00e1 \u00e9 proibida, mas \u201cn\u00f3s queremos que a proibi\u00e7\u00e3o seja estendida a todo o Atl\u00e2ntico Sul. Os pa\u00edses da Am\u00e9rica do Sul banhados pelo mar atl\u00e2ntico apoiam e patrocinam essa cria\u00e7\u00e3o\u201d, destacou.<\/p>\n
Na pr\u00f3xima segunda-feira (24\/10), o ministro participar\u00e1, em Portoroz, na Eslov\u00eania, da vota\u00e7\u00e3o para a cria\u00e7\u00e3o do Santu\u00e1rio, onde far\u00e1 o discurso de abertura do encontro, em defesa da iniciativa. Sarney Filho apresentar\u00e1 a proposta atualizada na reuni\u00e3o da Comiss\u00e3o Internacional de Baleias (CIB ou IWC) e entregar\u00e1 as assinaturas aos 80 pa\u00edses-membros da Comiss\u00e3o, como forma de demonstrar o apoio popular internacional que a campanha recebeu. Durante o evento desta quinta, ele disse que espera voltar com a boa not\u00edcia da cria\u00e7\u00e3o do Santu\u00e1rio.<\/p>\n
Mobiliza\u00e7\u00e3o <\/strong>– Apoiada por diversas entidades, como Greenpeace, Conserva\u00e7\u00e3o Internacional, SOS Mata Atl\u00e2ntica e WWF, que participaram da entrega das assinaturas, a campanha ganhou for\u00e7a nas redes sociais por meio da hashtag #SantuarioEuApoio e da peti\u00e7\u00e3o online. A expectativa \u00e9 chegar a um milh\u00e3o de assinaturas at\u00e9 a vota\u00e7\u00e3o da cria\u00e7\u00e3o do Santu\u00e1rio.<\/p>\n O curta metragem \u201cBaleia a \u00d3leo\u201d foi exibido durante a cerim\u00f4nia de entrega do abaixo-assinado. O filme de L\u00edsia Palombino aborda a hist\u00f3ria do Rio de Janeiro como n\u00facleo baleeiro, mostrando que por muito tempo a cidade recebeu barcos com mam\u00edferos capturados, dos quais aproveitava-se sobretudo o \u00f3leo.<\/p>\n A campanha tamb\u00e9m foi chancelada pelos pa\u00edses e organiza\u00e7\u00f5es membros do Congresso Mundial de Conserva\u00e7\u00e3o que adotaram uma mo\u00e7\u00e3o de apoio \u00e0 cria\u00e7\u00e3o do Santu\u00e1rio. O evento foi realizado pela Uni\u00e3o Internacional para a Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza (UICN), no Hava\u00ed, em setembro, e contou com a participa\u00e7\u00e3o de quase 10 mil pessoas.<\/p>\n Prote\u00e7\u00e3o <\/strong>– A proposta do Santu\u00e1rio \u00e9 estimular a pesquisa n\u00e3o-letal e n\u00e3o-extrativa coordenada no Atl\u00e2ntico Sul. Entre os objetivos, est\u00e3o o desenvolvimento do uso econ\u00f4mico sustent\u00e1vel pelas comunidades costeiras na regi\u00e3o e a integra\u00e7\u00e3o dos esfor\u00e7os de gest\u00e3o e estrat\u00e9gias de conserva\u00e7\u00e3o em uma estrutura cooperativa.<\/p>\n No Brasil, a Lei 7.643 pro\u00edbe a captura de baleias e golfinhos nas \u00e1guas brasileiras desde 1987. Al\u00e9m disso, as \u00e1guas jurisdicionais marinhas brasileiras foram declaradas Santu\u00e1rio de Baleias e Golfinhos pelo Decreto N\u00ba 6.698, de 17 de dezembro de 2008, com a finalidade de reafirmar o interesse nacional no campo da preserva\u00e7\u00e3o e prote\u00e7\u00e3o de cet\u00e1ceos e promover o uso n\u00e3o-letal das suas esp\u00e9cies.<\/p>\n Saiba mais <\/strong>– Cerca de 2,9 milh\u00f5es de baleias foram mortas em todo o mundo, durante o s\u00e9culo 21, constituindo a maior ca\u00e7a em termos de biomassa e levando \u00e0 diminui\u00e7\u00e3o dos estoques de baleias em todos os oceanos. Aproximadamente, 71% das baleias ca\u00e7adas no mundo foram mortas no hemisf\u00e9rio sul. Baleias fin, cachalote, azul, jubarte, sei, franca e minke foram as esp\u00e9cies mais ca\u00e7adas no Oceano Austral (Atl\u00e2ntico Sul e a Ant\u00e1rtida). Outras atividades humanas tamb\u00e9m passaram a amea\u00e7ar as baleias e outros cet\u00e1ceos, como a captura incidental em artes de pesca, polui\u00e7\u00e3o sonora, colis\u00f5es com navios, detritos marinhos, emalhes de animais e altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas.<\/p>\n Pelo menos 51 esp\u00e9cies de cet\u00e1ceos habitam as \u00e1guas do Oceano Atl\u00e2ntico Sul. Seis delas (azul, fin, sei, minke Ant\u00e1rtica, jubarte e franca) s\u00e3o baleias altamente migrat\u00f3rias que se alimentam nos oceanos Ant\u00e1rtico e Subant\u00e1rtico durante o ver\u00e3o e reproduzem em \u00e1guas tropicais, subtropicais e temperadas no inverno e primavera. <\/p>\n Cachalote, bryde e pigm\u00e9ia s\u00e3o esp\u00e9cies que tamb\u00e9m ser\u00e3o protegidas pelo Santu\u00e1rio Baleias do Atl\u00e2ntico Sul. Esse Santu\u00e1rio teria como limite o j\u00e1 existente Santu\u00e1rio da Ant\u00e1rtica e que, juntos, protegeriam todas as baleias que visitam as \u00e1guas jurisdicionais brasileiras, assim como da Argentina e Uruguai, e de todo litoral sudoeste do grande continente africano. (Fonte: MMA)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Cerca de 900 mil assinaturas apoiam a cria\u00e7\u00e3o do Santu\u00e1rio de Baleias do Atl\u00e2ntico Sul, que ser\u00e1 votada na pr\u00f3xima segunda-feira (24\/10). <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[123],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/134467"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=134467"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/134467\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=134467"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=134467"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=134467"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}