{"id":134493,"date":"2016-10-25T02:00:34","date_gmt":"2016-10-25T02:00:34","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=134493"},"modified":"2016-10-24T23:36:28","modified_gmt":"2016-10-24T23:36:28","slug":"em-plena-amazonia-arborizacao-em-manaus-cobre-so-22-da-area-urbana","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/10\/25\/134493-em-plena-amazonia-arborizacao-em-manaus-cobre-so-22-da-area-urbana.html","title":{"rendered":"Em plena Amaz\u00f4nia, arboriza\u00e7\u00e3o em Manaus cobre s\u00f3 22% da \u00e1rea urbana"},"content":{"rendered":"

Mesmo localizada no cora\u00e7\u00e3o da floresta amaz\u00f4nica, Manaus tem apenas 22% da \u00e1rea urbana arborizada. Foi o que revelou um estudo realizado pelo Departamento de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). O \u00edndice \u00e9 considerado baixo e o volume insuficiente de \u00e1rvores pode trazer consequ\u00eancias para a sa\u00fade da popula\u00e7\u00e3o. As press\u00f5es urbanas provocadas pelo descarte incorreto de lixo e as invas\u00f5es amea\u00e7am as \u00e1reas verdes da capital.<\/p>\n

O doutor em geografia urbana e professor do Departamento de Geografia da Ufam, Marcos Castro, foi o respons\u00e1vel pela pesquisa. O pesquisador explicou que o estudo foi feito em 2013 a partir de um levantamento por imagens de sat\u00e9lite, considerando toda cobertura vegetal da cidade, incluindo ainda as \u00e1reas de grande concentra\u00e7\u00e3o de \u00e1rvores. Dentre elas: o campus da Ufam, a \u00e1rea do Instituto Nacional de Pesquisas da Amaz\u00f4nia (Inpa), o Parque do Mindu e \u00e1reas militares.<\/p>\n

O estudo revelou que somente 22% dos 11.500 km\u00b2 da \u00e1rea territorial urbana de Manaus tem \u00e1rvores. Isso significa que \u00e1rea arborizada da cidade \u00e9 de aproximadamente 2.300 km\u00b2. <\/p>\n

“Analisamos a \u00e1rea total de Manaus e chegamos \u00e0 conclus\u00e3o de que 22% do total da \u00e1rea urbana de Manaus \u00e9 coberta por \u00e1rvores, mas esses 22% de arboriza\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e3o distribu\u00eddos e est\u00e3o concentrados em \u00e1reas espec\u00edficas. A\u00ed que surge o problema. N\u00e3o h\u00e1 uma pol\u00edtica de urbanismo voltada ou vinculada a quest\u00e3o da arboriza\u00e7\u00e3o urbana. O percentual de 22% \u00e9 muito baixo para uma cidade equatorial como Manaus, cujo o clima \u00e9 bastante quente”, comentou o pesquisador.<\/p>\n

Danos ambientais t\u00eam sido provocados pelo crescimento desordenado da cidade mais populosa da Regi\u00e3o Norte, que j\u00e1 tem mais de 2 milh\u00f5es de habitantes. As press\u00f5es urbanas provocam redu\u00e7\u00e3o e degrada\u00e7\u00e3o de \u00e1reas verdes de Manaus. <\/p>\n

“Percebemos uma redu\u00e7\u00e3o na cobertura vegetal significativa em fun\u00e7\u00e3o de ocupa\u00e7\u00f5es irregulares, as chamadas invas\u00f5es. Ainda verificamos uma diminui\u00e7\u00e3o dos fragmentos vegetais urbanos se compararmos as imagens de 1992 com as atuais”, disse Marcos Castro. <\/p>\n

Segundo o pesquisador, o \u00edndice de arboriza\u00e7\u00e3o da \u00e1rea urbana de Manaus ideal seria entre 35% e 40%. Por\u00e9m, a arboriza\u00e7\u00e3o teria que ter um planejamento para plantio, que gerasse maior distribui\u00e7\u00e3o das \u00e1reas com \u00e1rvores da capital.<\/p>\n

“\u00c9 preciso plantar \u00e1rvores em vias urbanas, pra\u00e7as e parques para que possamos ter um percentual m\u00ednimo entre 35% a 40% e bem distribu\u00eddos. S\u00f3 chegar\u00edamos a esse patamar se houvesse uma pol\u00edtica de urbanismo vinculada a arboriza\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica da cidade”, destacou o professor da Ufam.<\/p>\n

A posi\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica de Manaus faz com que os raios solares incidam com mais intensidade na cidade. Os efeitos dos raios solares poderiam ser amenizados com quantidade maior de \u00e1rvores, que gerariam sombreamento e conforto t\u00e9rmico. “Manaus \u00e9 uma cidade pr\u00f3xima a Linha do Equador, estamos a 3.6 graus da Linha do Equador. N\u00f3s recebemos uma incid\u00eancia muito grande de raios solares e isso contribui para doen\u00e7as relacionadas a pele. A arboriza\u00e7\u00e3o \u00e9 essencial no sentido que ela ameniza o microclima, a temperatura e provoca efeitos de sombreamento”, enfatizou Castro.<\/p>\n

Plantio de \u00e1rvores<\/strong> – Uma das iniciativas adotadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) foi plantio de mudas por meio do Plano de Arboriza\u00e7\u00e3o 2016, o Arboriza Manaus. At\u00e9 o \u00faltimo Dia Nacional da \u00c1rvore, comemorado no dia 21 de setembro, a Semmas divulgou que plantou dez mil mudas de \u00e1rvores em 61 logradouros p\u00fablicos de diversas zonas da cidade. O plano vai manter as a\u00e7\u00f5es de plantio at\u00e9 dezembro, com a estimativa de plantar pelo menos mais cinco mil mudas em logradouros p\u00fablicos: corredores vi\u00e1rios, pra\u00e7as e \u00e1reas verdes degradadas.<\/p>\n

“A iniciativa \u00e9 v\u00e1lida de plantios de mudas. O que falta \u00e9 continuidade e sistematiza\u00e7\u00e3o. Por exemplo, na Avenida das Torres voc\u00ea tem uma arboriza\u00e7\u00e3o que foi colocada no meio do canteiro e j\u00e1 est\u00e1 dando certo, mas tem \u00e1rvores na borda da via. Toda via que fosse projetada teria que ter um cal\u00e7amento mais amplo do que o comum para poder se colocar \u00e1rvores nas cal\u00e7adas, mas que n\u00e3o impedisse a livre circula\u00e7\u00e3o. A cultura aqui \u00e9 simplesmente abrir a rua, asfaltar e pronto. N\u00e3o h\u00e1 uma pol\u00edtica de arboriza\u00e7\u00e3o acompanhada e \u00e9 o nosso grande erro”, avaliou o pesquisador Marcos Castro.<\/p>\n

Riscos<\/strong> – Manaus tem aproximadamente 500 \u00e1reas verdes catalogadas. Atualmente, na capital h\u00e1 dez unidades de conserva\u00e7\u00e3o sob gest\u00e3o da prefeitura do munic\u00edpio, sendo seis s\u00e3o APAS (\u00c1reas de Prote\u00e7\u00e3o Ambiental), dois parques: Parque do Mindu e Parque Nascente do Mindu, Reserva de Desenvolvimento Sustent\u00e1vel (RDS) do Tup\u00e9, al\u00e9m do Ref\u00fagio Sauim Castanheira.<\/p>\n

“Temos na Semmas catalogadas aproximadamente 500 \u00e1reas verdes. Por\u00e9m, sabemos que existem muito mais. O Implurb [Instituto Municipal de Planejamento Urbano] estava fazendo esse levantamento dessas \u00e1reas, pois loteamentos antigos. N\u00e3o temos um levantamento atualizado de \u00e1reas verdes da cidade porque aprova\u00e7\u00e3o da cria\u00e7\u00e3o \u00e9 do Implurb. Por mais venha para nossa gest\u00e3o depois”, explicou o diretor de \u00c1reas Protegidas, da Semmas, M\u00e1rcio Bentes.<\/p>\n

A cidade ainda tem dois corredores ecol\u00f3gicos do Mindu e da Cachoeira Alta do Tarum\u00e3, que n\u00e3o s\u00e3o unidades de conserva\u00e7\u00e3o, mas s\u00e3o \u00e1reas protegidas. De acordo com M\u00e1rcio Bentes, os corredores deveriam interligar \u00e1reas vegetadas para preserva\u00e7\u00e3o de plantas e animais, mas na pr\u00e1tica ainda n\u00e3o tem a fun\u00e7\u00e3o estabelecida porque n\u00e3o conectam essas \u00e1reas.<\/p>\n

Segundo a Semmas, juntos, \u00e1reas verdes, corredores ecol\u00f3gicos e unidades de conserva\u00e7\u00f5es correspondem a 4,5% do territ\u00f3rio de Manaus. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade n\u00e3o tem levantamentos sobre \u00e1reas de floresta preservadas. “N\u00e3o temos esse dado e, inclusive, ele \u00e9 dif\u00edcil de obter porque \u00e1reas de floresta n\u00e3o significa \u00e1rea preservada, pois ainda existem \u00e1reas que existe vegeta\u00e7\u00e3o e floresta em \u00e1reas particulares e s\u00e3o passiveis legalmente de destrui\u00e7\u00e3o e n\u00e3o s\u00e3o protegidas”, justificou o diretor de \u00c1reas Protegidas da Semmas.<\/p>\n

Mesmo legalmente protegidas de destrui\u00e7\u00e3o, a realidade das \u00e1reas protegidas demonstra situa\u00e7\u00e3o de risco. A maioria delas n\u00e3o possui qualquer tipo de prote\u00e7\u00e3o ou isolamento, ficando vulner\u00e1veis ao crescimento populacional, ao avan\u00e7o das constru\u00e7\u00f5es irregulares, ao desmatamento e \u00e0 polui\u00e7\u00e3o. Esses s\u00e3o alguns dos fatores que amea\u00e7am as \u00e1reas verdes de Manaus. As ocupa\u00e7\u00f5es irregulares das \u00e1reas t\u00eam causado danos e provocado \u00e0 destrui\u00e7\u00e3o da flora e, consequentemente, da fauna em \u00e1reas de mata na cidade.<\/p>\n

“As nossas unidades de conserva\u00e7\u00e3o t\u00eam mais controle sobre isso. J\u00e1 nas \u00e1reas verdes em Manaus pela falta de pol\u00edtica p\u00fablica, principalmente, no passado muitas delas foram invadidas. As que restaram hoje s\u00e3o utilizadas de maneira inadequada, como lixeira viciada. Por falta de atua\u00e7\u00e3o no passado essas \u00e1reas acontecendo isso”, afirmou M\u00e1rcio Bentes.<\/p>\n

Para tentar minimizar as degrada\u00e7\u00f5es ambientais, a Prefeitura de Manaus tem realizado a\u00e7\u00f5es no Projeto Espa\u00e7o Verde na Comunidade. A iniciativa busca o engajamento da popula\u00e7\u00e3o na preserva\u00e7\u00e3o das \u00e1reas verdes. O projeto nasceu da necessidade de institui\u00e7\u00e3o de uma pol\u00edtica p\u00fablica de gest\u00e3o ambiental voltada para a conserva\u00e7\u00e3o e valoriza\u00e7\u00e3o das \u00e1reas verdes de loteamentos habitacionais com projetos aprovados pelo munic\u00edpio. O Campo Dourado, na Zona Norte, foi a primeira \u00e1rea alvo da a\u00e7\u00e3o em 2015 e \u00e9 a experi\u00eancia-piloto do projeto.<\/p>\n

“A gente junto com a comunidade vem desenvolvendo atividades para revitalizar essas \u00e1reas. Primeiro a gente mobiliza a comunidade e ela dando retorno positivo em querer cuidar daquela \u00e1rea junto conosco, come\u00e7amos a desenvolver um trabalho mais efetivo naquela \u00e1rea verde. A exemplo disso a gente revitalizou uma \u00e1rea verde na Cidade Nova, no Campo Dourado. Colocamos equipamentos de uso comunit\u00e1rio.
\nColocamos outras duas no \u00c1guas Claras e estamos revitalizando agora no Parque do Mindu. Fazemos isso com recursos de compensa\u00e7\u00e3o ambiental em parceria com as empresas. Esse \u00e9 um projeto nosso, que est\u00e1 em andamento nessa gest\u00e3o. Pedimos apoio das comunidades e vamos fazendo atividades recupera\u00e7\u00e3o delas. Sabemos que precisamos envolver a popula\u00e7\u00e3o do entorno dessas \u00e1reas para nos ajudar a cuidar delas”, destacou o diretor de \u00c1reas Protegidas. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Dados s\u00e3o do Departamento de Geografia da Universidade Federal do AM. Problema \u00e9 agravado porque 22% est\u00e3o concentrados em \u00e1reas espec\u00edficas. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[32,280],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/134493"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=134493"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/134493\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=134493"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=134493"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=134493"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}