{"id":135195,"date":"2016-12-13T00:00:09","date_gmt":"2016-12-13T00:00:09","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=135195"},"modified":"2016-12-12T20:23:29","modified_gmt":"2016-12-12T20:23:29","slug":"astronomos-identificam-buraco-negro-engolindo-estrela-como-fonte-de-luz-misteriosa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2016\/12\/13\/135195-astronomos-identificam-buraco-negro-engolindo-estrela-como-fonte-de-luz-misteriosa.html","title":{"rendered":"Astr\u00f4nomos identificam buraco negro engolindo estrela como fonte de luz misteriosa"},"content":{"rendered":"
O fen\u00f4meno era t\u00e3o incr\u00edvel que estudiosos acreditavam tratar-se da supernova – explos\u00e3o de uma estrela no fim de seu ciclo de vida – mais brilhante j\u00e1 vista.<\/p>\n
Mas novas observa\u00e7\u00f5es, que inclu\u00edram instrumentos como o telesc\u00f3pio espacial Hubble (projeto da Nasa e da ESA, as ag\u00eancias espaciais americana e europeia, respectivamente), agora geraram d\u00favida quanto a essa classifica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Agora, um grupo de astr\u00f4nomos sugere que a fonte de luz era, na verdade, um evento ainda mais raro: um buraco negro em rota\u00e7\u00e3o r\u00e1pida engolindo uma estrela que chegou perto demais.<\/p>\n
Explica\u00e7\u00f5es<\/strong> – Em 2015, um projeto da Universidade de Ohio (EUA) detectou um evento batizado de ASASSN-15lh.<\/p>\n O fen\u00f4meno foi registrado como a supernova mais brilhante j\u00e1 detectada, uma “supernova superluminosa” – a explos\u00e3o de uma estrela gigante que j\u00e1 estava no fim da vida.<\/p>\n O evento foi duas vezes mais brilhante do que o recorde anterior e, em seu auge, foi 20 vezes mais luminoso do que toda a luz produzida na Via L\u00e1ctea.<\/p>\n A nova explica\u00e7\u00e3o para o evento veio de uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por Giorgos Leloudas, do Instituto de Ci\u00eancia Weizmann, em Isarel, e do Dark Cosmology Centre, na Dinamarca.<\/p>\n As duas equipes fizeram mais observa\u00e7\u00f5es da gal\u00e1xia, que fica a cerca de 4 bilh\u00f5es de anos-luz da Terra.<\/p>\n “Observamos a fonte por dez meses depois do evento e conclu\u00edmos que \u00e9 a explica\u00e7\u00e3o provavelmente n\u00e3o \u00e9 uma supernova brilhante. Nossos resultados indicam que o evento provavelmente foi causado por um buraco negro supermassivo em rota\u00e7\u00e3o r\u00e1pida enquanto ele destruia uma estrela com pouca massa”, explicou Leloudas.<\/p>\n Neste cen\u00e1rio, as for\u00e7as gravitacionais extremas de um buraco negro gigantesco, localizado no centro da gal\u00e1xia, despeda\u00e7aram uma estrela parecida com o Sol ap\u00f3s ela chegar perto demais dele.<\/p>\n Esse tipo de evento foi observado apenas dez vezes at\u00e9 hoje.<\/p>\n Nessa teoria, a estrela passou pelo processo chamado de “espaguetifica\u00e7\u00e3o” e os choques causados pela colis\u00e3o de seus destro\u00e7os e o calor gerado causaram uma explos\u00e3o de luz.<\/p>\n E essa luz toda, afirmam os cientistas, foi semelhante \u00e0 causada por uma supernova, mesmo que a estrela “v\u00edtima” do buraco negro n\u00e3o fosse uma supernova e nem tivesse tanta massa.<\/p>\n Os astr\u00f4nomos basearam suas novas conclus\u00f5es em observa\u00e7\u00f5es feitas com instrumentos em Terra e no espa\u00e7o – um deles foi o telesc\u00f3pio espacial Hubble.<\/p>\n Tamb\u00e9m estiveram envolvidos nas observa\u00e7\u00f5es o Very Large Telescope (VLT), localizado no observat\u00f3rio astron\u00f4mico europeu de Paranal, no Deserto do Atacama, no Chile, e o New Technology Telescope, no Observat\u00f3rio de La Silla, do Observat\u00f3rio Europeu do Sul (ESO, na sigla em ingl\u00eas).<\/p>\n Tr\u00eas fases<\/strong> – Morgan Fraser, um dos autores da descoberta e astr\u00f4nomo da Universidade de Cambridge, afirmou que existem “v\u00e1rios aspectos independentes” que confirmam que a luz brilhante foi mesmo gerada por um buraco negro engolindo e despeda\u00e7ando uma estrela, e n\u00e3o de uma “supernova superluminosa”.<\/p>\n Os dados revelaram que o evento passou por tr\u00eas fases diferentes nos dez meses seguintes de observa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Estes dados s\u00e3o mais parecidos com o que \u00e9 observado no evento chamado pelos cientistas de “tidal disruption”, um termo de tradu\u00e7\u00e3o dif\u00edcil, algo como “quebra de mar\u00e9s”, que designa a destrui\u00e7\u00e3o de uma estrela em um buraco negro.<\/p>\n Os astr\u00f4nomos observaram uma retomada do brilho com luzes ultravioleta e tamb\u00e9m um aumento na temperatura, o que reduz ainda mais a possibilidade de um evento envolvendo uma supernova.<\/p>\n Fator localiza\u00e7\u00e3o<\/strong> – Al\u00e9m disso, h\u00e1 a quest\u00e3o da localiza\u00e7\u00e3o do evento: uma gal\u00e1xia vermelha, muito grande e considerada passiva pelos cientistas.<\/p>\n Esse tipo de gal\u00e1xia n\u00e3o \u00e9 um lugar onde geralmente ocorrem explos\u00f5es luminosas de grandes supernovas – elas costumam se dar em gal\u00e1xias azuis, an\u00e3s, onde estrelas s\u00e3o formadas.<\/p>\n Os astr\u00f4nomos afirmam ainda que foi um evento cl\u00e1ssico de “tidal disruption”.<\/p>\n “O evento de ‘tidal disruption’ que n\u00f3s propomos n\u00e3o pode ser explicado com um buraco negro supermassivo que n\u00e3o gira. Nosso argumento \u00e9 que o ASASSN-15lh era um evento de ‘tidal disruption’ que ocorreu gra\u00e7as um tipo muito espec\u00edfico de buraco negro”, afirmou Nicholas Stone, da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.<\/p>\n A massa da gal\u00e1xia onde o evento ocorreu tamb\u00e9m sugere que o buraco negro tem, em seu centro, uma massa de pelo menos 100 milh\u00f5es de vezes a do Sol.<\/p>\n Um buraco negro com essa massa normalmente n\u00e3o conseguiria interferir em uma estrela que passasse fora de seus limites, que ficam na regi\u00e3o conhecida como horizonte de eventos – espa\u00e7o no qual nada consegue escapar de sua for\u00e7a gravitacional.<\/p>\n Mas, se ele for de um tipo espec\u00edfico que esteja em rota\u00e7\u00e3o r\u00e1pida, o chamado buraco negro Kerr, a situa\u00e7\u00e3o muda: o limite j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 mais v\u00e1lido.<\/p>\n “Mesmo com todos os dados coletados, n\u00e3o podemos afirmar com 100% de certeza que o evento ASASSN-15lh era um evento de ‘tidal disruption’. Mas \u00e9, de longe, a explica\u00e7\u00e3o mais prov\u00e1vel”, concluiu o chefe da pesquisa, Giorgos Leloudas. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"