{"id":136945,"date":"2017-05-30T00:00:41","date_gmt":"2017-05-30T03:00:41","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=136945"},"modified":"2017-05-29T17:03:55","modified_gmt":"2017-05-29T20:03:55","slug":"surto-de-febre-amarela-pode-ser-tiro-de-misericordia-para-primatas-ameacados-de-extincao-dizem-especialistas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/05\/30\/136945-surto-de-febre-amarela-pode-ser-tiro-de-misericordia-para-primatas-ameacados-de-extincao-dizem-especialistas.html","title":{"rendered":"Surto de febre amarela pode ser ‘tiro de miseric\u00f3rdia’ para primatas amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o, dizem especialistas"},"content":{"rendered":"
Al\u00e9m de causar a maior epidemia da doen\u00e7a no pa\u00eds entre humanos, com 426 mortes, v\u00edrus teve expans\u00e3o geogr\u00e1fica sem precedentes em florestas e matas, definido por especialistas como trag\u00e9dia humana e ambiental.<\/p>\n
O maior surto de febre amarela silvestre j\u00e1 enfrentado pelo Brasil n\u00e3o chegou ao cora\u00e7\u00e3o das grandes cidades, como muitos temiam, mas vem atingindo regi\u00f5es onde vivem alguns dos primatas mais amea\u00e7adas do pa\u00eds – e especialistas temem que sua expans\u00e3o possa acelerar a extin\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies vulner\u00e1veis.<\/p>\n
At\u00e9 agora, de acordo com o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, quase 5,5 mil macacos morreram por suspeita de febre amarela desde o in\u00edcio do surto – n\u00fameros considerados muito aqu\u00e9m da realidade, j\u00e1 que muitos animais morrem no interior das matas, distante de qualquer contato com humanos.<\/p>\n
Al\u00e9m de provocar a maior epidemia humana da doen\u00e7a em d\u00e9cadas no Brasil, causando 426 mortes, o v\u00edrus teve uma expans\u00e3o geogr\u00e1fica sem precedentes em florestas e matas, definida por especialistas como uma trag\u00e9dia humana e ambiental.<\/p>\n
A comunidade de primat\u00f3logos est\u00e1 apreensiva com o impacto da mortandade sobre esp\u00e9cies amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o, como o muriqui-do-norte, o mico-le\u00e3o-dourado e os bugios, que vivem em reservas e matas nas regi\u00f5es alcan\u00e7adas.<\/p>\n
“J\u00e1 t\u00ednhamos 70% dos primatas da Mata Atl\u00e2ntica amea\u00e7ados de extin\u00e7\u00e3o”, afirma Leandro Jerusalinsky, coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conserva\u00e7\u00e3o de Primatas Brasileiros (CPB) do Instituto Chico Mendes de Conserva\u00e7\u00e3o da Biodiversidade (ICMBio).<\/p>\n
“Junte-se a esse cen\u00e1rio um surto de febre amarela, e a coisa complica. Para v\u00e1rias popula\u00e7\u00f5es, isso pode ser o tiro de miseric\u00f3rdia, que leve de fato a extin\u00e7\u00f5es locais”, diz ele, considerando que ainda vai levar um tempo para avaliar o impacto do surto atual.<\/p>\n
No auge do surto, entre janeiro e mar\u00e7o, Jerusalinsky diz que seu WhatsApp n\u00e3o parava. Fotos de animais encontrados mortos chegavam toda hora pelo aplicativo, acompanhando trocas de mensagens constantes de primat\u00f3logos de todo o pa\u00eds – que formaram grupos para tentar acompanhar o avan\u00e7o do surto.<\/p>\n
O v\u00edrus se disseminou rapidamente por Minas Gerais e Esp\u00edrito Santo. Chegou ao sul da Bahia e a \u00e1reas dos Estados de S\u00e3o Paulo e do Rio de Janeiro, onde segue avan\u00e7ando: nesta semana (24\/05), a s\u00e9tima morte humana por febre amarela foi confirmada no Rio, em Porci\u00fancula, no noroeste do Estado.<\/p>\n
Nas epidemias de febre amarela, os primatas servem como sentinelas involunt\u00e1rios. Quando come\u00e7am a morrer, \u00e9 dado o sinal de que o v\u00edrus est\u00e1 na \u00e1rea, um alarme fundamental para guiar pol\u00edticas de sa\u00fade p\u00fablica e alertar para a necessidade de se vacinar as popula\u00e7\u00f5es nas cercanias.<\/p>\n
Por causa dos riscos \u00e0 sa\u00fade humana, o governo, atrav\u00e9s do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, concentra seus esfor\u00e7os no monitoramento e preven\u00e7\u00e3o. O ponto de vista ambiental fica em segundo plano.<\/p>\n
“Nosso objetivo \u00e9 detectar a circula\u00e7\u00e3o do v\u00edrus e evitar casos humanos”, diz Renato Vieira Alves, diretor adjunto do Departamento de Vigil\u00e2ncia de Doen\u00e7as Transmiss\u00edveis do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade. “N\u00e3o h\u00e1, do ponto de vista da vigil\u00e2ncia, o objetivo de quantificar ou acompanhar individualmente todas as ocorr\u00eancias entre primatas.”<\/p>\n
Com isso, casos entre primatas muitas vezes n\u00e3o s\u00e3o investigados, diz Jerusalinsky, e \u00e9 dif\u00edcil precisar quais esp\u00e9cies est\u00e3o sendo afetadas, n\u00e3o havendo sempre exames laboratoriais confirmando a causa da morte – ou mesmo detalhes sobre as esp\u00e9cies ou g\u00eanero dos animais encontrados mortos.<\/p>\n
“\u00c0s vezes na ficha consta apenas ‘macaco'”, lamenta ele.<\/p>\n
Al\u00e9m da amea\u00e7a \u00e0 biodiversidade, a mortandade impacta tamb\u00e9m a ecologia das florestas, j\u00e1 que os primatas t\u00eam importante papel no equil\u00edbrio das matas.<\/p>\n
Dependendo dos h\u00e1bitos alimentares de cada esp\u00e9cie, desempenham fun\u00e7\u00f5es diferentes, ajudando a propagar sementes das frutas que comem, a reciclar nutrientes do solo ou atuando como predadores, influindo no controle da popula\u00e7\u00e3o de insetos e aracn\u00eddeos.<\/p>\n
“Quando voc\u00ea reduz drasticamente uma popula\u00e7\u00e3o, isso gera v\u00e1rios desequil\u00edbrios, e n\u00e3o sabemos ainda como a mata vai responder a isso”, diz o primat\u00f3logo S\u00e9rgio Lucena.<\/p>\n
Professor de zoologia da Universidade Federal do Esp\u00edrito Santo (Ufes), Lucena vem acompanhando com assombro o avan\u00e7o do v\u00edrus e os n\u00fameros de mortandade no Esp\u00edrito Santo desde o in\u00edcio do ano.<\/p>\n
Dos mais de 5 mil primatas mortos notificados no Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, pelo menos 1,2 mil seriam do Estado, afirma – um n\u00famero muito alto considerando-se o tamanho do territ\u00f3rio do Esp\u00edrito Santo.<\/p>\n
Al\u00e9m de ca\u00edrem v\u00edtimas do v\u00edrus, muita vezes os primatas s\u00e3o penalizados duplamente, encarados pela popula\u00e7\u00e3o, por ignor\u00e2ncia, como uma amea\u00e7a.<\/p>\n
Diante de relatos de que pessoas estariam matando macacos por medo de que espalhassem o v\u00edrus, \u00f3rg\u00e3os de sa\u00fade e meio ambiente v\u00eam fazendo campanhas ressaltando sua “utilidade p\u00fablica” como sentinelas – e esclarecendo que eles n\u00e3o s\u00e3o transmissores do v\u00edrus. O vetor \u00e9 sempre o mosquito – na forma silvestre da doen\u00e7a, dos g\u00eaneros Haemagogus e Sabethes.<\/p>\n
“Os primatas s\u00e3o as principais presas dos mosquitos na febre amarela silvestre”, explica Lucena. “Se voc\u00ea mata os macacos, os mosquitos adaptados a pic\u00e1-los v\u00e3o procurar o ser humano”, afirma.<\/p>\n
Lucena estima que sete esp\u00e9cies de primatas tenham sido mais afetadas pela virose, das quais cinco s\u00e3o amea\u00e7adas de extin\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
“A febre amarela sozinha vai lev\u00e1-las \u00e0 extin\u00e7\u00e3o? N\u00e3o, n\u00e3o vai. Mas \u00e9 mais um impacto que as empurra em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 extin\u00e7\u00e3o”, considera.<\/p>\n
“S\u00e3o esp\u00e9cies que j\u00e1 est\u00e3o com popula\u00e7\u00e3o reduzida, vulner\u00e1vel, lidando com fatores como desmatamento, ca\u00e7a ilegal, captura para com\u00e9rcio clandestino, que a gente vem tentando contornar”, explica.<\/p>\n
“A\u00ed chega a epidemia de febre amarela e derruba popula\u00e7\u00f5es que estamos h\u00e1 d\u00e9cadas trabalhando para proteger.”<\/p>\n
Lucena iniciou em fevereiro um trabalho de pesquisa com um grupo de cerca de 15 pessoas para mapear os primatas mortos, as esp\u00e9cies afetadas e tentar entender como o v\u00edrus avan\u00e7a t\u00e3o rapidamente por regi\u00f5es diferentes.<\/p>\n
Al\u00e9m de o n\u00famero conhecido de mortes ser considerado abaixo da realidade, os registros n\u00e3o permitem saber de que esp\u00e9cie cada caso se trata.<\/p>\n
Pelo que os estudos at\u00e9 agora sugerem, Lucena diz que as esp\u00e9cies mais atingidas s\u00e3o os bugios, o sau\u00e1 ou guig\u00f3, e o sagui-de-cara-branca. Os dois primeiros est\u00e3o na lista de animais amea\u00e7ados atualizada em 2014 pelo ICMBio (conforme a portaria 444 publicada pelo Minist\u00e9rio do Meio Ambiente).<\/p>\n
Por\u00e9m, o primat\u00f3logo teme tamb\u00e9m por outras tr\u00eas esp\u00e9cies amea\u00e7adas, que ainda n\u00e3o tiveram mortes pelo v\u00edrus confirmadas em laborat\u00f3rio.<\/p>\n
S\u00e3o elas o sagui-da-serra, (“encontramos animais mortos com caracter\u00edsticas t\u00edpicas de febre amarela”); o muriqui-do-norte, esp\u00e9cie criticamente amea\u00e7ada de extin\u00e7\u00e3o e cuja popula\u00e7\u00e3o apresentou uma redu\u00e7\u00e3o de 10% nos \u00faltimos seis meses (“tamanha redu\u00e7\u00e3o em t\u00e3o pouco tempo n\u00e3o \u00e9 normal e sugere que foram atingidos pela virose”); e o mico-le\u00e3o-dourado, um dos s\u00edmbolos da luta para preservar a biodiversidade brasileira.<\/p>\n
Embora ainda n\u00e3o haja confirma\u00e7\u00e3o de \u00f3bitos por febre amarela em animais dessas esp\u00e9cies, o v\u00edrus chegou \u00e0 regi\u00e3o onde suas popula\u00e7\u00f5es vivem. Isso significa uma amea\u00e7a tamb\u00e9m para os pr\u00f3ximos anos, mesmo que a epidemia n\u00e3o afete as popula\u00e7\u00f5es de imediato.<\/p>\n
Os primatas t\u00eam diferentes n\u00edveis de suscetibilidade ao v\u00edrus. O drama mais evidente \u00e9 o dos bugios, g\u00eanero extremamente sens\u00edvel \u00e0 febre amarela.<\/p>\n
Lucena estima que entre 80% e 90% dos bugios de uma dada popula\u00e7\u00e3o sejam dizimados quando o v\u00edrus chega \u00e0 floresta.<\/p>\n
Conhecidos pelo sonoro “ronco” que vocalizam, sua falta reverbera pelas florestas. “As matas ficaram silenciosas”, diz Lucena. “\u00c9 o que a gente mais ouve quando falamos com pessoas que trabalham ou moram na regi\u00e3o.”<\/p>\n
Mas em mar\u00e7o, a chegada da febre amarela ao munic\u00edpio de Casimiro de Abreu, no Rio, acendeu um alerta sobre uma esp\u00e9cie que quase foi extinta da face da Terra h\u00e1 poucas d\u00e9cadas, e sobrevive apenas na regi\u00e3o.<\/p>\n
A \u00e1rea no entorno \u00e9 a \u00fanica de ocorr\u00eancia natural do mico-le\u00e3o-dourado, sobretudo na reserva ecol\u00f3gica de Po\u00e7o das Antas.<\/p>\n
“Estamos acompanhando o avan\u00e7o do v\u00edrus com muita preocupa\u00e7\u00e3o e aten\u00e7\u00e3o, diz Luis Paulo Ferraz, secret\u00e1rio-executivo da Associa\u00e7\u00e3o Mico-Le\u00e3o-Dourado – cuja equipe est\u00e1 em est\u00e1gio de “alerta total”.<\/p>\n
Os micos quase foram \u00e0 extin\u00e7\u00e3o entre os anos 1970 e 1980. De l\u00e1 para c\u00e1, um minucioso trabalho de recupera\u00e7\u00e3o fez com que a popula\u00e7\u00e3o sa\u00edsse dos apenas 200 que sobreviviam l\u00e1 atr\u00e1s para a popula\u00e7\u00e3o atual de cerca de 3,2 mil micos.<\/p>\n
“N\u00e3o tivemos registro ainda de nenhum mico infectado. O que \u00e9 uma boa not\u00edcia por enquanto, mas isso vai ser uma preocupa\u00e7\u00e3o permanente para os pr\u00f3ximos anos”, diz Ferraz, afirmando que \u00e9 a primeira vez que o v\u00edrus chega \u00e0 regi\u00e3o. “A febre amarela chegou. Uma doen\u00e7a como essa poderia levar a consequ\u00eancias muito s\u00e9rias.”<\/p>\n
Estrago que dura d\u00e9cadas<\/strong> – Dois outros surtos de febre amarela silvestre antecederam o atual, em 2001 e em 2008-9, matando milhares de primatas nas florestas. O \u00faltimo espalhou-se pelo Rio Grande do Sul, dizimando fam\u00edlias de bugios-ruivos-do-sul.<\/p>\n O impacto foi tamanho que levou a esp\u00e9cie para a lista de amea\u00e7adas – passando a ser listada, em 2014, como vulner\u00e1vel.<\/p>\n Os bugios s\u00e3o tamb\u00e9m s\u00edmbolo do estrago que a febre amarela pode representar no longo prazo.<\/p>\n O bi\u00f3logo Izar Aximoff estudou um surto epizo\u00f3tico que ocorreu em 1939 e praticamente acabou com a popula\u00e7\u00e3o de bugios no Parque Nacional do Itatiaia (MG e RJ).<\/p>\n Hoje, apenas cinco indiv\u00edduos sobrevivem no parque. Uma das f\u00eameas t\u00eam a colora\u00e7\u00e3o alterada, uma falta de pigmenta\u00e7\u00e3o conhecida como leucismo. De cordo com Aximoff, a anomalia \u00e9 consequ\u00eancia prov\u00e1vel do intercruzamento entre parentes e da baixa variabilidade gen\u00e9tica do grupo.<\/p>\n “Mesmo depois de mais de 70 anos, essa popula\u00e7\u00e3o nunca conseguiu se recuperar”, afirma ele, ressaltando que, mesmo quando a popula\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 extinta completamente, o baixo n\u00famero de indiv\u00edduos pode gerar problemas para sua viabilidade a longo prazo, levando-se em conta press\u00f5es como a ca\u00e7a e a falta de parceiros para reprodu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n “O cruzamento entre indiv\u00edduos de pequenas popula\u00e7\u00f5es pode resultar em problemas gen\u00e9ticos para as futuras gera\u00e7\u00f5es, como observamos no Parque Nacional do Itatiaia”, aponta Aximoff, aluno de doutorado do Instituto de Pesquisas do Jardim Bot\u00e2nico do Rio de Janeiro.<\/p>\n Primat\u00f3logos temem que o v\u00edrus venha a atingir tamb\u00e9m o bugio-ruivo-do-norte, outra subesp\u00e9cie que vive na Mata Atl\u00e2ntica – um dos 25 primatas mais amea\u00e7ados do mundo.<\/p>\n Leandro Jerusalinsky, do ICMBio, afirma n\u00e3o haverem, ainda, mortes confirmadas desta subesp\u00e9cie.<\/p>\n Por\u00e9m, dada a suscetibilidade dos bugios e o fato de o v\u00edrus ter chegado \u00e0 regi\u00e3o onde vivem, “um sinal vermelho se acendeu”.<\/p>\n Para primat\u00f3logos, o surto atual desperta tanta ansiedade quanto impot\u00eancia, j\u00e1 que nada pode ser feito para conter o avan\u00e7o do v\u00edrus entre os primatas.<\/p>\n O surto atual levantou um debate: poderia ser desenvolvida uma vacina segura tamb\u00e9m para os primatas?<\/p>\n Com mais de 25 anos de experi\u00eancia com vacina de febre amarela de uso humano, o virologista Marcos Freire de disp\u00f4s a debru\u00e7ar-se sobre o assunto e encontrar respostas, com apoio de estudiosos do ramo e da Sociedade Brasileira de Primatologia.<\/p>\n Vice-diretor de desenvolvimento tecnol\u00f3gico de Biomanguinhos, da Funda\u00e7\u00e3o Oswaldo Cruz, ele conta que os primeiros passos est\u00e3o sendo dados para o desenvolvimento de uma vacina em primatas n\u00e3o-humanos – um processo longo que ainda precisa passar por algumas etapas para ser aprovado.<\/p>\n “Estamos elaborando um protocolo para pedir a autoriza\u00e7\u00e3o para testar algumas formula\u00e7\u00f5es vacinais em primatas n\u00e3o-humanos”, explica.<\/p>\n “Esse protocolo precisa passar, primeiro, por um comit\u00ea de \u00e9tica de experimenta\u00e7\u00e3o animal; e depois ser aprovado pelo ICMBio. Passado todo esse tr\u00e2mite regulat\u00f3rio, \u00e9 um experimento que queremos fazer, e deve durar um ano. Eu acredito que \u00e9 vi\u00e1vel”, diz.<\/p>\n A tarefa de aplicar vacinas em popula\u00e7\u00f5es de primatas vivendo em topos de \u00e1rvores pode parecer loucura. Mais do que pensar em imunizar popula\u00e7\u00f5es de macacos de uma maneira geral, por\u00e9m, a ideia \u00e9 vislumbrada como uma ferramenta para situa\u00e7\u00f5es de emerg\u00eancia – para salvar popula\u00e7\u00f5es em alto risco de extin\u00e7\u00e3o, em vez de assistir enquanto s\u00e3o dizimadas.<\/p>\n “Vacina injet\u00e1vel n\u00e3o \u00e9 praxe para animal silvestre, j\u00e1 que envolveria capturar os animais para aplicar a vacina”, admite Freire. “Por\u00e9m, em popula\u00e7\u00f5es de alto risco, voc\u00ea poderia desenvolver uma for\u00e7a-tarefa para imunizar os primatas e assim proteg\u00ea-los de um desfecho dram\u00e1tico.” (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Al\u00e9m de causar a maior epidemia da doen\u00e7a no pa\u00eds entre humanos, com 426 mortes, v\u00edrus teve expans\u00e3o geogr\u00e1fica sem precedentes em florestas e matas, definido por especialistas como trag\u00e9dia humana e ambiental. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[61,66,344],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/136945"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=136945"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/136945\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=136945"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=136945"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=136945"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}