{"id":138364,"date":"2017-08-23T00:00:41","date_gmt":"2017-08-23T03:00:41","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=138364"},"modified":"2017-08-22T21:06:48","modified_gmt":"2017-08-23T00:06:48","slug":"cientistas-criam-bacteria-ciborgue-que-gera-combustivel-verde-a-partir-da-luz-do-sol","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/08\/23\/138364-cientistas-criam-bacteria-ciborgue-que-gera-combustivel-verde-a-partir-da-luz-do-sol.html","title":{"rendered":"Cientistas criam bact\u00e9ria ‘ciborgue’ que gera combust\u00edvel verde a partir da luz do sol"},"content":{"rendered":"
Cientistas criaram micro-organismos cobertos por semicondutores que, assim como as plantas, podem gerar energia a partir da luz do sol, di\u00f3xido de carbono e \u00e1gua, mas de forma muito mais eficiente.<\/p>\n
As bact\u00e9rias “ciborgues” produzem \u00e1cido ac\u00e9tico, que pode ser transformado em combust\u00edvel e em pl\u00e1stico.<\/p>\n
Durante testes realizados em laborat\u00f3rio, a bact\u00e9ria se provou muito mais eficiente em absorver energia do sol do que as plantas.<\/p>\n
O estudo foi apresentado em um encontro da Sociedade Americana de Qu\u00edmica (ACS, na sigla em ingl\u00eas) em Washington, nos Estados Unidos.<\/p>\n
H\u00e1 muitos anos cientistas vinham tentando replicar artificialmente a fotoss\u00edntese.<\/p>\n
Ciborgues<\/strong> – Na natureza, a clorofila \u00e9 a chave para esse processo, ajudando as plantas a converter g\u00e1s carb\u00f4nico e \u00e1gua, usando a energia solar, em oxig\u00eanio e glicose.<\/p>\n Mas cientistas dizem que esse processo, embora funcione, \u00e9 relativamente ineficiente.<\/p>\n Isso tem representado um grande problema para a maioria dos sistemas artificiais desenvolvidos at\u00e9 agora. O experimento busca aprimorar essa efici\u00eancia ao equipar a bact\u00e9ria com “pain\u00e9is solares”.<\/p>\n Depois de estudarem a antiga literatura sobre a microbiologia, pesquisadores perceberam que algumas bact\u00e9rias t\u00eam uma defesa natural contra c\u00e1dmio, merc\u00fario ou chumbo, o que permite a esses micro-organismos transformar metais pesados em um sulfureto, caracterizado por um min\u00fasculo semicondutor cristalino em suas superf\u00edcies.<\/p>\n “\u00c9 ridiculamente simples, aproveitamos uma habilidade natural dessas bact\u00e9rias que nunca foi examinada atrav\u00e9s das lentes dos microsc\u00f3pios”, diz Kelsey Sakimoto, da Universidade de Harvard, em Massachusetts, nos Estados Unidos.<\/p>\n “N\u00f3s as cultivamos e introduzimos uma pequena quantidade de c\u00e1dmio, e organicamente essas bact\u00e9rias produzem cristais de sulfeto de c\u00e1dmio que ent\u00e3o se aglomeram no topo de seus corpos”, acrescenta.<\/p>\n “Voc\u00ea as cultiva em um l\u00edquido e adiciona pequenas gotas de solu\u00e7\u00e3o de c\u00e1dmio. Ap\u00f3s alguns dias, aparecem esses organismos fotossint\u00e9ticos”, explica Sakimoto. “\u00c9 tudo muito simples, \u00e9 como uma alquimia.”<\/p>\n Essas bact\u00e9rias “encorpadas” produzem \u00e1cido ac\u00e9tico, essencialmente vinagre, a partir do g\u00e1s carb\u00f4nico, \u00e1gua e luz. A efici\u00eancia do processo \u00e9 de 80%, quatro vezes maior do que o n\u00edvel de pain\u00e9is solares comerciais e mais do que seis vezes o n\u00edvel da clorofila.<\/p>\n Luz solar<\/strong> – Sakimoto diz acreditar que essas bact\u00e9rias podem ser mais eficientes do que outras iniciativas de gerar combust\u00edvel verde a partir de fontes biol\u00f3gicas.<\/p>\n Atualmente, outras t\u00e9cnicas de fotoss\u00edntese artificial exigem eletrodos s\u00f3lidos e caros.<\/p>\n J\u00e1 o processo que usa a bact\u00e9ria “ciborgue” s\u00f3 exige vasos grandes cheios de l\u00edquido expostos ao sol – a partir da\u00ed, as bact\u00e9rias se autorreplicam e se autorregeneram.<\/p>\n Trata-se, portanto, de uma tecnologia de baixo res\u00edduo e que deve gerar mais resultados em \u00e1reas rurais ou em pa\u00edses em desenvolvimento.<\/p>\n As pesquisas foram realizadas na Universidade da Calif\u00f3rnia em Berkeley, no laborat\u00f3rio de Peidong Yang.<\/p>\n “O objetivo da pesquisa no meu laborat\u00f3rio \u00e9 essencialmente “superalimentar” bact\u00e9rias n\u00e3o fotossint\u00e9ticas ao fornecer a elas energia na forma de el\u00e9trons de semicondutores, como sulfureto de c\u00e1dmio, que absorvem a luz de forma mais eficiente”, diz Yang.<\/p>\n “Agora estamos buscando absorvedores de luz mais benignos do que o sulfureto de c\u00e1dmio para fornecer \u00e0 bact\u00e9ria a energia que vem da luz”, acrescenta.<\/p>\n Os pesquisadores dizem acreditar que o processo, embora constitua um passo novo e importante, pode n\u00e3o ser a tecnologia que prevalecer\u00e1.<\/p>\n “H\u00e1 tantos sistemas surgindo e realmente s\u00f3 come\u00e7amos a explorar as diferentes formas de combinar qu\u00edmica e biologia”, explica Sakimoto. “H\u00e1 uma possibilidade real de que h\u00e1 alguma tecnologia que vai surgir e melhorar nosso sistema”, conclui. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"