Mais de 100 mil pessoas morrem anualmente no mundo em consequ\u00eancia de picada de cobra, e o n\u00famero de mortes pode aumentar. A Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) alerta para a escassez de soro antiof\u00eddico em n\u00edvel mundial.<\/p>\n
O problema \u00e9 particularmente grande na \u00c1frica. At\u00e9 30 mil pessoas morrem por ano no continente ap\u00f3s serem picadas por serpentes. A empresa farmac\u00eautica francesa Sanofi Pasteur encerrou a produ\u00e7\u00e3o do preparado Fav-Afrique em 2014, produto eficaz contra o veneno de muitas serpentes africanas, por combinar ant\u00eddotos contra o veneno de v\u00e1rias cobras. Entre outros, o Fav-Afrique age contra o veneno de bi\u00fatas, v\u00edboras, najas e mambas.<\/p>\n
Cada veneno precisa de um ant\u00eddoto espec\u00edfico, j\u00e1 que nem todos os ant\u00eddotos ajudam com todos os g\u00eaneros de cobra. Quando uma taipan asi\u00e1tica ataca, apenas um ant\u00eddoto feito a partir do veneno do mesmo g\u00eanero de cobra \u00e9 eficaz. Por isso, o soro do veneno de cobras indianas tem pouco efeito na \u00c1frica.<\/p>\n
“Em Gana, um produto indiano substituiu o franc\u00eas em 2004, e a taxa de mortalidade por mordidas de cobra aumentou seis vezes”, ressalta David Williams, conhecido como especialista em serpentes da s\u00e9rie Snake Hunter.<\/p>\n
“Na \u00c1frica subsaariana, em particular, h\u00e1 uma grande escassez de ant\u00eddotos”, diz Micha N\u00fcbling, da OMS. “Em muitos pa\u00edses, n\u00e3o h\u00e1 teste de qualidade para medicamentos”, explica. Isso faz com que, por exemplo, alguns mercados da \u00c1frica sejam inundados h\u00e1 anos por ant\u00eddotos pouco eficazes origin\u00e1rios da \u00c1sia. Com isso, as pessoas passaram a preferir recorrer a curandeiros a comprarem as drogas. Isso contribuiu para que o mercado quebrasse.<\/p>\n
Mesmo a \u00cdndia, que produz ant\u00eddotos, tem problemas. “Muitos produtos s\u00e3o de qualidade duvidosa”, diz Williams. Ao menos 50 mil pessoas morrem anualmente no pa\u00eds v\u00edtimas de cobras venenosas.<\/p>\n
Testes em laborat\u00f3rio<\/strong> – A OMS incluiu a picada de cobras na lista de doen\u00e7as tropicais esquecidas, visando aumentar a conscientiza\u00e7\u00e3o sobre o problema. Al\u00e9m disso, a OMS est\u00e1 trabalhando em diretrizes para a produ\u00e7\u00e3o segura de ant\u00eddotos efetivos e agora tamb\u00e9m est\u00e1 testando ant\u00eddotos preparados para agir contra picadas de diversas cobras venenosas existentes na \u00c1frica.<\/p>\n “A primeira fase de testes de laborat\u00f3rio foi conclu\u00edda. A pr\u00f3xima fase ser\u00e1 de testes de efic\u00e1cia em camundongos”, informa N\u00fcbling. Assim que a OMS carimbar as subst\u00e2ncias com seu selo de qualidade, a produ\u00e7\u00e3o deve come\u00e7ar. O selo de qualidade se destina a ajudar a superar o ceticismo entre a popula\u00e7\u00e3o, resultante de m\u00e1s experi\u00eancias com outros medicamentos. “Mas ainda podem ser necess\u00e1rios at\u00e9 12 meses para a produ\u00e7\u00e3o come\u00e7ar”, frisa N\u00fcbling.<\/p>\n Para a produ\u00e7\u00e3o em larga escala do soro antiof\u00eddico, o fabricante precisa de uma grande quantidade de cavalos. O soro \u00e9 produzido ap\u00f3s se colher o veneno das cobras, injetando-o, em pequenas doses, em cavalos, cujos organismos produzem anticorpos, que s\u00e3o posteriormente extra\u00eddos do sangue do animal.<\/p>\n Existem tamb\u00e9m algumas subst\u00e2ncias que come\u00e7aram a ser produzidas com ajuda de vacas e ovelhas, cujos genes dos sistemas imunol\u00f3gicos animais foram trocados por genes humanos. O m\u00e9todo j\u00e1 est\u00e1 sendo testado nos EUA, com resultados promissores. \u201cMas o novo m\u00e9todo ainda n\u00e3o \u00e9 uma alternativa para produ\u00e7\u00e3o das grandes quantidades de soro antiof\u00eddico necess\u00e1rias\u201d, pondera N\u00fcbling. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Cada vez menos empresas produzem soro antiof\u00eddico. Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade inclui picada de cobras na lista de doen\u00e7as tropicais esquecidas e testa novos preparados. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[66,103],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/138410"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=138410"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/138410\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=138410"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=138410"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=138410"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}