{"id":138434,"date":"2017-08-28T00:00:32","date_gmt":"2017-08-28T03:00:32","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=138434"},"modified":"2017-08-27T21:01:45","modified_gmt":"2017-08-28T00:01:45","slug":"cientistas-comecam-a-desvendar-segredos-do-dodo-passaro-extinto-ha-3-seculos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/08\/28\/138434-cientistas-comecam-a-desvendar-segredos-do-dodo-passaro-extinto-ha-3-seculos.html","title":{"rendered":"Cientistas come\u00e7am a desvendar segredos do dod\u00f4, p\u00e1ssaro extinto h\u00e1 3 s\u00e9culos"},"content":{"rendered":"

Novos estudos deixam os cientistas mais perto de desvendar como viviam os dod\u00f4s, p\u00e1ssaros que entraram em extin\u00e7\u00e3o h\u00e1 tr\u00eas s\u00e9culos.<\/p>\n

A ave, que n\u00e3o era capaz de voar, foi vista pela \u00faltima vez em 1662, nas Ilhas Maur\u00edcio, onde vivia. E sabe-se pouco sobre ela.<\/p>\n

Uma an\u00e1lise recente de amostras de ossos do p\u00e1ssaro sugere que os ovos eram chocados por volta do m\u00eas de agosto, e que os filhotes atingiam rapidamente o tamanho adulto.<\/p>\n

Em mar\u00e7o, eles costumavam fazer a muda (troca de penas), revelando uma plumagem cinza macia, segundo relatos de marinheiros encontrados em registros hist\u00f3ricos.<\/p>\n

A pesquisadora Delphine Angst, da Universidade da Cidade do Cabo, na \u00c1frica do Sul, teve acesso a amostras de ossos de dod\u00f4s, que encontram-se preservadas em museus e cole\u00e7\u00f5es, incluindo fragmentos que foram doados recentemente para um museu na Fran\u00e7a.<\/p>\n

Sua equipe analisou filetes de ossos de 22 dod\u00f4s no microsc\u00f3pio para tentar entender os padr\u00f5es de crescimento e reprodu\u00e7\u00e3o da ave.<\/p>\n

“Antes do nosso estudo, a gente conhecia muito pouco sobre esses p\u00e1ssaros”, diz Angst. “Fazendo a histologia (estudo dos tecidos) do tecido \u00f3sseo pela primeira vez, podemos dizer que esse p\u00e1ssaro se reproduzia em determinada \u00e9poca do ano e fazia a muda logo em seguida”, explica.<\/p>\n

Relatos<\/strong> – Os cientistas conseguem afirmar, pelos padr\u00f5es de crescimento dos ossos, que os filhotes chegavam ao tamanho adulto muito rapidamente, ap\u00f3s os ovos serem chocados em agosto.<\/p>\n

Isso ajudava as aves a sobreviver quando o arquip\u00e9lago era atingido por ciclones, entre novembro e mar\u00e7o, \u00e9poca de escassez de alimentos.<\/p>\n

No entanto, esses p\u00e1ssaros levaram provavelmente v\u00e1rios anos para atingir a maturidade sexual, possivelmente porque as aves adultas, grandes e terrestres, n\u00e3o possu\u00edam predadores naturais.<\/p>\n

Os ossos dos p\u00e1ssaros adultos tamb\u00e9m mostram sinais de perda mineral, o que sugere que eles perdiam penas velhas e danificadas ap\u00f3s o per\u00edodo de reprodu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Os relatos de marinheiros do s\u00e9culo 17 sobre os dod\u00f4s s\u00e3o contradit\u00f3rios. Eles descrevem o p\u00e1ssaro como uma ave de penas “negras aveludadas” ou de “plumas onduladas de cor acinzentada”.<\/p>\n

Agora, a pesquisa – publicada no peri\u00f3dico Scientific Reports – endossa e esclarece esta descri\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

“O dod\u00f4 era um p\u00e1ssaro marrom-acinzentado e durante a muda apresentava uma plumagem negra e aveludada”, esclarece Angst. “O que descobrimos usando m\u00e9todos cient\u00edficos se encaixa perfeitamente nos registros de marinheiros da \u00e9poca”, completa.<\/p>\n

Roubo de ovos<\/strong> – A pesquisa tamb\u00e9m d\u00e1 pistas sobre a extin\u00e7\u00e3o do dod\u00f4, h\u00e1 cerca de 350 anos, menos de cem anos ap\u00f3s a chegada dos primeiros seres humanos \u00e0 ilha.<\/p>\n

A ca\u00e7a feita pelos humanos foi um fator no desaparecimento dos dod\u00f4s, mas os macacos, veados, porcos e ratos soltos na ilha, provenientes dos navios, provavelmente selaram seu destino.<\/p>\n

Os dod\u00f4s colocavam seus ovos em ninhos no ch\u00e3o, o que significa que eles ficavam vulner\u00e1veis \u200b\u200bao ataque de mam\u00edferos selvagens.<\/p>\n

Segundo Angst, o dod\u00f4 \u00e9 considerado “um grande \u00edcone de extin\u00e7\u00e3o induzida por animais e humanos”, embora as circunst\u00e2ncias exatas do seu desaparecimento sejam desconhecidas.<\/p>\n

“\u00c9 dif\u00edcil saber o impacto real que os humanos tiveram sem conhecer a ecologia desse p\u00e1ssaro e a ecologia das Ilhas Maur\u00edcio naquela \u00e9poca”, explica.<\/p>\n

“Esse \u00e9 um passo para podermos entender isso e dizer: ‘ok, quando os humanos chegaram, o que exatamente eles fizeram de errado e por que esses p\u00e1ssaros se tornaram extintos t\u00e3o rapidamente?'”.<\/p>\n

Julian Hume, do Museu de Hist\u00f3ria Natural de Londres, diz que ainda existem muitos mist\u00e9rios em torno do dod\u00f4.<\/p>\n

“Nosso trabalho mostra o que afetava o crescimento desses p\u00e1ssaros por causa do clima nas Ilhas Maur\u00edcio a cada esta\u00e7\u00e3o do ano”, afirmou Hume, copesquisador do estudo.<\/p>\n

“Na temporada de ciclones, quando muitas vezes a ilha \u00e9 devastada pelas tempestades, todas as frutas e folhas s\u00e3o arrancadas das \u00e1rvores. \u00c9 um per\u00edodo bem dif\u00edcil para aves e r\u00e9pteis das ilhas.”<\/p>\n

O dod\u00f4, que \u00e9 da fam\u00edlia dos pombos, evoluiu nas Ilhas Maur\u00edcio.<\/p>\n

No entanto, amostras de ossos da esp\u00e9cie s\u00e3o raras, o que torna dif\u00edcil o rastreamento do seu processo evolutivo.<\/p>\n

Embora muitos ossos de dod\u00f4 estejam em museus europeus, a maioria foi perdida ou destru\u00edda durante a era vitoriana (1837 – 1901) no Reino Unido. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Aves, que viviam nas Ilhas Maur\u00edcio, entraram em extin\u00e7\u00e3o menos de cem anos ap\u00f3s a chegada dos primeiros seres humanos ao local. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[61,66,65],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/138434"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=138434"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/138434\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=138434"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=138434"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=138434"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}