No Nordeste do Brasil, o maior reservat\u00f3rio do Cear\u00e1 nunca esteve com o n\u00edvel t\u00e3o baixo. Quando o leito de um dos maiores a\u00e7udes do pa\u00eds fica exposto, seca tamb\u00e9m a fonte de renda de quem vive dele. Das \u00e1guas do Castanh\u00e3o, a 240 quil\u00f4metros de Fortaleza, sa\u00edam 5% das til\u00e1pias produzidas no pa\u00eds. Tr\u00eas anos atr\u00e1s eram 16 mil toneladas. Em 2017, n\u00e3o v\u00e3o passar de 800.<\/p>\n
“Aqui tinha a faixa de uns 15 a 20 produtores. Hoje est\u00e1 na faixa de uns cinco aqui. O pessoal vai desistindo, n\u00e9?”, afirmou o t\u00e9cnico de manejo F\u00e1bio Oliveira.<\/p>\n
O Gon\u00e7alves \u00e9 um dos que desistiram. Ele chegou a fornecer 4,5 toneladas de peixes por m\u00eas para uma associa\u00e7\u00e3o de produtores, que agora tamb\u00e9m est\u00e1 abandonada.<\/p>\n
“Aqui trabalhava em m\u00e9dia de 15 a 18 pessoas. Fazia fil\u00e9, a bolinha, lingui\u00e7a e a carne mo\u00edda. Processava aqui o peixe”, disse Gon\u00e7alves Rodrigues Saldanha.
\nO reservat\u00f3rio est\u00e1 com 4% da capacidade. \u00c9 o menor n\u00edvel desde a inaugura\u00e7\u00e3o, 15 anos atr\u00e1s.<\/p>\n
\u201cDiariamente uma altura de tr\u00eas cent\u00edmetros s\u00e3o perdidos atrav\u00e9s da soltura para o leito do rio, a capta\u00e7\u00e3o para Fortaleza e a evapora\u00e7\u00e3o\u201d, afirmou o coordenador do a\u00e7ude, Fernando Pimentel.<\/p>\n
Nesse ritmo, at\u00e9 o fim de 2017, o Castanh\u00e3o vai chegar no volume morto e a \u00e1gua vai ter que ser bombeada.<\/p>\n
A prioridade \u00e9 o abastecimento humano, mas, mesmo as comunidades pr\u00f3ximas j\u00e1 n\u00e3o podem mais contar com a \u00e1gua do a\u00e7ude. Um exemplo est\u00e1 numa pequena adutora que foi instalada pelo governo a um custo de R$ 270 mil para captar \u00e1gua diretamente do Castanh\u00e3o. Mas o cano est\u00e1 \u00e0 toa porque depois de seis anos seguidos de seca o volume do a\u00e7ude baixou tanto que a \u00e1gua est\u00e1 a tr\u00eas quil\u00f4metros de dist\u00e2ncia.<\/p>\n
Agora, a Secretaria de Desenvolvimento Agr\u00e1rio do Cear\u00e1 vai ter que prolongar a adutora para captar \u00e1gua de um po\u00e7o a quase 1,5 quil\u00f4metro de dist\u00e2ncia.
\n“A gente jamais imaginava que o Castanh\u00e3o estivesse na situa\u00e7\u00e3o que est\u00e1 hoje.”<\/p>\n
Enquanto isso, o agricultor Jos\u00e9 Ant\u00f4nio espera o dia em que morar perto do a\u00e7ude seja garantia certa de \u00e1gua em casa. “Ficou longe… N\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es. S\u00f3 Deus mesmo”, disse. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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