{"id":138523,"date":"2017-09-01T00:00:40","date_gmt":"2017-09-01T03:00:40","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=138523"},"modified":"2017-08-31T22:07:42","modified_gmt":"2017-09-01T01:07:42","slug":"novos-casos-de-malaria-no-rj-fazem-pesquisadores-comprovarem-teoria-proposta-por-cientista-ha-50-anos","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/09\/01\/138523-novos-casos-de-malaria-no-rj-fazem-pesquisadores-comprovarem-teoria-proposta-por-cientista-ha-50-anos.html","title":{"rendered":"Novos casos de mal\u00e1ria no RJ fazem pesquisadores comprovarem teoria proposta por cientista h\u00e1 50 anos"},"content":{"rendered":"

H\u00e1 quase meio s\u00e9culo, o parasitologista Le\u00f4nidas Deane documentou um caso de infec\u00e7\u00e3o humana de mal\u00e1ria pelo Plasmodium simium<\/em>, at\u00e9 ent\u00e3o respons\u00e1vel pela doen\u00e7a em macacos. Naquela \u00e9poca, era s\u00f3 uma hip\u00f3tese sem chance de comprova\u00e7\u00e3o com a ajuda da tecnologia. Agora, pesquisadores, por meio do sequenciamento do genoma, conseguiram comprovar a tese de Deane, com publica\u00e7\u00e3o do estudo nesta quinta-feira (31), na revista “The Lancet Global Health”.<\/p>\n

O estudo demonstra que o P. simium<\/em>, conhecido por causar mal\u00e1ria nos macacos, tamb\u00e9m pode infectar seres humanos. Eles analisaram o material gen\u00e9tico de casos da doen\u00e7a registrados em regi\u00e3o de Mata Atl\u00e2ntica, no Rio de Janeiro, entre 2015 e 2016.<\/p>\n

De acordo com os resultados do estudo, 28 pessoas tiveram mal\u00e1ria causada pelo P. simium<\/em>. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC\/Fiocruz), umas das institui\u00e7\u00f5es envolvidas na pesquisa, explica que esse \u00e9 o segundo caso de mal\u00e1ria zoon\u00f3tica – transmitida de animais para humanos – registrado no mundo. O primeiro ocorreu na Mal\u00e1sia.<\/p>\n

“Estamos diante de uma descoberta de relevante impacto para a sa\u00fade p\u00fablica, por representar uma nova forma de infec\u00e7\u00e3o. No entanto, do ponto de vista da vigil\u00e2ncia epidemiol\u00f3gica, os casos de mal\u00e1ria que detectamos representam uma parcela m\u00ednima dos registros da doen\u00e7a no pa\u00eds.”, afirma o coordenador do estudo, Cl\u00e1udio Tadeu Daniel-Ribeiro, da IOC\/Fiocruz.<\/p>\n

A maior parte dos casos de mal\u00e1ria do Brasil s\u00e3o registrados na regi\u00e3o da Amaz\u00f4nia, com \u00edndice que responde \u00e0 maioria das notifica\u00e7\u00f5es. No entanto, as infec\u00e7\u00f5es na Mata Atl\u00e2ntica no Rio de Janeiro chamam aten\u00e7\u00e3o porque a doen\u00e7a j\u00e1 \u00e9 considerada erradicada na \u00e1rea.<\/p>\n

\u201cOs pacientes apresentavam sintomas um pouco diferentes da mal\u00e1ria causada por Plasmodium vivax<\/em>, usualmente vista na Amaz\u00f4nia, que responde por cerca de 90% das infec\u00e7\u00f5es em humanos no pa\u00eds. Os indiv\u00edduos reportavam quadro febril prolongado, sendo constante nos primeiros dias e intermitente nos demais\u201d, explica a m\u00e9dica Patr\u00edcia Brasil, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI\/Fiocruz).<\/p>\n

Suspeita de Deane<\/strong> – A possibilidade de infec\u00e7\u00e3o humana pelo P. simium<\/em> foi divulgada h\u00e1 quase 50 anos por Le\u00f4nidas Deane. O parasitologista n\u00e3o tinha as ferramentas moleculares para distinguir entre o P. simium<\/em> do P. vivax<\/em>.<\/p>\n

Na d\u00e9cada de 1960, Deane documentou o \u00fanico caso suspeito de infec\u00e7\u00e3o humana por P. simium publicado anteriormente na literatura cient\u00edfica: um profissional que atuava na captura de mosquitos vetores da mal\u00e1ria de macacos no Horto Florestal da Cantareira, em S\u00e3o Paulo, e contraiu a doen\u00e7a.<\/p>\n

“A an\u00e1lise das caracter\u00edsticas morfol\u00f3gicas aliada ao fato de n\u00e3o haver transmiss\u00e3o de mal\u00e1ria humana na regi\u00e3o apontavam para a hip\u00f3tese”, explica Ricardo Louren\u00e7o, que foi disc\u00edpulo de Deane e coordenador das capturas de mosquitos e macacos examinados no estudo.<\/p>\n

Al\u00e9m do IOC\/Fiocruz e do INI\/Fiocruz, a pesquisa tamb\u00e9m contou com a colabora\u00e7\u00e3o do Centro de Pesquisas Ren\u00e9 Rachou (Fiocruz-Minas). Tamb\u00e9m foram parceiros: a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal de Goi\u00e1s (UFG), o Centro Universit\u00e1rio Serra dos \u00d3rg\u00e3os (Unifeso), o Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea) e o Programa Nacional de Controle e Preven\u00e7\u00e3o da Mal\u00e1ria do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, al\u00e9m da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, e da Universidade de Nagasaki, no Jap\u00e3o. (Fonte: G1)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Le\u00f4nidas Deane acreditava que mal\u00e1ria poderia ser causada por parasito comum apenas em macacos. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[90,75],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/138523"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=138523"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/138523\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=138523"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=138523"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=138523"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}