{"id":139005,"date":"2017-09-30T00:00:33","date_gmt":"2017-09-30T03:00:33","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=139005"},"modified":"2017-10-18T12:26:29","modified_gmt":"2017-10-18T14:26:29","slug":"apos-tsunami-quase-300-especies-viajaram-do-japao-aos-eua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/09\/30\/139005-apos-tsunami-quase-300-especies-viajaram-do-japao-aos-eua.html","title":{"rendered":"Ap\u00f3s tsunami, quase 300 esp\u00e9cies viajaram do Jap\u00e3o aos EUA"},"content":{"rendered":"
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O tsunami que devastou a costa leste do Jap\u00e3o em 2011 fez com que quase 300 esp\u00e9cies marinhas viajassem atrav\u00e9s do Pac\u00edfico at\u00e9 o litoral dos Estados Unidos, na maior e mais longa migra\u00e7\u00e3o marinha j\u00e1 registrada.<\/p>\n<\/div>\n

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Um grupo de cientistas americanos realizou buscas em praias dos estados de Washington, Oregon, Calif\u00f3rnia, Columbia Brit\u00e2nica, Alasca e Hava\u00ed, onde rastrearam a origem das esp\u00e9cies at\u00e9 o Jap\u00e3o, segundo o estudo divulgado nesta quinta-feira (28) pela revista cient\u00edfica “Science”.<\/p>\n<\/div>\n

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“Este acabou sendo um dos maiores experimentos naturais n\u00e3o planejados na biologia marinha \u2013 talvez na hist\u00f3ria”, afirmou o especialista John Chapman da Universidade Oregon State, um dos coautores do estudo, citado pelo jornal brit\u00e2nico “The Guardian”.<\/p>\n<\/div>\n

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O tsunami, resultante de um terremoto de magnitude 9,0 no dia 11 de mar\u00e7o de 2011, gerou em torno de cinco milh\u00f5es de toneladas de escombros nos munic\u00edpios de Iwate, Miyagi e Fukushima.<\/p>\n<\/div>\n

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Segundo os especialistas, 70% dos destro\u00e7os se depositaram no fundo do mar, mas uma quantidade incont\u00e1vel de objetos flutuantes foi arrastada pelas correntes mar\u00edtimas.<\/p>\n<\/div>\n

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A chegada das quase 300 esp\u00e9cies japonesas \u00e0 costa oeste dos EUA poder\u00e1 causar s\u00e9rios problemas caso esses organismos consigam se fixar no novo ambiente, se sobrepondo \u00e0s esp\u00e9cies nativas.<\/p>\n

“\u00c9 um pouco do que chamamos de ‘roleta ecol\u00f3gica'”, disse James Carlton, professor de ci\u00eancias mar\u00edtimas da Williams College, o autor principal do estudo.<\/p>\n

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Os pesquisadores estimam que aproximadamente um milh\u00e3o de organismos — entre eles peixes, moluscos e centenas de milhares de mexilh\u00f5es — viajaram quase 8 mil quil\u00f4metros atrav\u00e9s das correntes do Pac\u00edfico Norte. Levar\u00e1 anos at\u00e9 que seja poss\u00edvel avaliar a sobreviv\u00eancia desses seres e se conseguir\u00e3o superar em quantidade as esp\u00e9cies nativas.<\/p>\n<\/div>\n

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O problema das esp\u00e9cies invasoras ocorre em todo o mundo, com plantas e animais sobrevivendo em locais onde n\u00e3o antes pertenciam. No passado, invas\u00f5es marinhas danificaram esp\u00e9cies de moluscos, erodiram ecossistemas locais, gerando preju\u00edzos econ\u00f4micos e disseminando doen\u00e7as.<\/p>\n

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“A diversidade [das esp\u00e9cies invasoras] foi algo que nos deixou boquiabertos”, afirmou Carlton. “Moluscos, an\u00eamonas-do-mar, corais, caranguejos, uma ampla variedade de esp\u00e9cies.”<\/p>\n<\/div>\n

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Os pesquisadores coletaram e analisaram destro\u00e7os que chegaram \u00e0 costa oeste americana ou ao Hava\u00ed nos \u00faltimos cinco anos, sendo que a chegada de mais escombros ainda era registrada em Washington nesta quarta-feira.<\/p>\n<\/div>\n

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No ano passado, um pequeno barco japon\u00eas alcan\u00e7ou a costa do Oregon transportando vinte peixes nativos do oeste do Pac\u00edfico. Os animais, ainda vivos, foram conservados em um aqu\u00e1rio do estado. Pouco antes, um barco de pesca japon\u00eas chegou intacto \u00e0 costa americana com exemplares desses mesmos peixes nadando na parte interna.<\/p>\n<\/div>\n

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Anteriormente, os destro\u00e7os desse tipo eram compostos na maior parte por madeira e se degradavam durante a viagem pelo oceano. Hoje em dia, a maior parte \u00e9 de materiais de pl\u00e1stico \u2013 como boias, barcos e engradados \u2013 que conseguem percorre longas dist\u00e2ncias, levando “de carona” esp\u00e9cies diferentes.<\/p>\n<\/div>\n

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“Foram os escombros de pl\u00e1stico que permitiram que as novas esp\u00e9cies sobrevivessem em uma dist\u00e2ncia muito maior do que jamais pens\u00e1vamos que podiam”, disse Carlton.<\/p>\n

Fonte: G1<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n<\/div>\n

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