Dados divulgados pelo INPE \u2013 Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais \u2013 revelam que setembro registrou o maior n\u00famero de queimadas florestais dentro da s\u00e9rie hist\u00f3rica iniciada em 1999. Nos primeiros 22 dias de setembro foram registrados 95 mil inc\u00eandios, fato absolutamente in\u00e9dito em um \u00fanico m\u00eas.<\/p>\n
De acordo com o INPE, “a explos\u00e3o de focos de inc\u00eandio nos \u00faltimos tr\u00eas meses faz com que 2017 seja o segundo ano com o maior n\u00famero de queimadas (185 mil at\u00e9 setembro), s\u00f3 perdendo para 2010, que registrou 194 mil focos no per\u00edodo.”<\/p>\n
Para o ambientalista Pedro Luiz C\u00f4rtes, pesquisador da USP \u2013 Universidade de S\u00e3o Paulo, a quest\u00e3o necessita ser abordada com extremo rigor:<\/p>\n
“Vejo este fato [queimadas] com grande preocupa\u00e7\u00e3o, porque isso tem um impacto ambiental muito significativo, causa um preju\u00edzo muito grande ao meio ambiente, n\u00e3o s\u00f3 pela queima da floresta em si como tamb\u00e9m pela mortandade de animais, de todo o comprometimento da biodiversidade e ainda pela significativa emiss\u00e3o [de gases] decorrente dessas queimadas.”<\/p>\n
Segundo o ambientalista da USP, h\u00e1 um impacto ambiental muito grande, “e parte desse impacto \u00e9 dif\u00edcil de ser remediado em curto prazo. Isso pode levar, em determinadas \u00e1reas, muitos anos para que haja uma recomposi\u00e7\u00e3o do ambiente natural”.<\/p>\n
C\u00f4rtes v\u00ea estes fatos “com muita preocupa\u00e7\u00e3o, porque o correto seria uma tend\u00eancia de diminui\u00e7\u00e3o de queimadas ao longo dos anos, mas o que a gente v\u00ea \u00e9 o recrudescimento, o que agrava os nossos cuidados pelo impacto que isso gera. Todos esses fatos revelam que a li\u00e7\u00e3o de casa \u2013 a preven\u00e7\u00e3o contra isso \u2013 n\u00e3o tem sido feita a contento para que esse tipo de ocorr\u00eancia seja muito reduzido. Muito pelo contr\u00e1rio.”<\/p>\n
O Professor Pedro Luiz C\u00f4rtes tem explica\u00e7\u00f5es para o aumento do n\u00famero de queimadas combinado com a\u00e7\u00f5es humanas. “H\u00e1 uma a\u00e7\u00e3o do homem como indutor dessas queimadas, que encontraram condi\u00e7\u00f5es ambientais favor\u00e1veis, como a seca prolongada em determinadas \u00e1reas junto com o aumento significativo da temperatura, gerando um clima muito seco, o que torna o ambiente muito mais prop\u00edcio \u00e0 propaga\u00e7\u00e3o desses inc\u00eandios florestais.”<\/p>\n
O pesquisador aponta, ent\u00e3o, as\u00a0raz\u00f5es para que inc\u00eandios florestais sejam provocados por a\u00e7\u00f5es humanas. “H\u00e1 uma pr\u00e1tica ainda utilizada de se valer do fogo para limpeza de terreno ou desmatamento, e nem sempre isso \u00e9 feito com os cuidados necess\u00e1rios para se evitar a propaga\u00e7\u00e3o. Ainda mais quando se encontra um ambiente extremamente seco, com temperaturas elevadas. Isso aumenta as\u00a0chances de propaga\u00e7\u00e3o dessas ocorr\u00eancias”, explicou-<\/p>\n
Ele ainda ressaltou que que h\u00e1 outro aspecto educativo. “Muitas vezes observamos inc\u00eandios que come\u00e7am nas margens das rodovias porque, infelizmente, existem pessoas que t\u00eam o h\u00e1bito de, ao descartar cigarros, jog\u00e1-los nas estradas. Ora, uma bituca de cigarro que encontre uma \u00e1rea de mata mais seca j\u00e1 \u00e9 suficiente para desencadear um foco de inc\u00eandio que acaba se espalhando pela floresta. H\u00e1 uma falta de orienta\u00e7\u00e3o e de campanhas educativas para incentivar o manejo adequado de material descartado. Al\u00e9m disso, h\u00e1 tamb\u00e9m falta efetiva de fiscaliza\u00e7\u00e3o”, opinou C\u00f4rtes.<\/p>\n
Pedro o pesquisador,\u00a0evitar inc\u00eandios florestais provocados por seres humanos n\u00e3o \u00e9 tarefa imposs\u00edvel, e admite que esta poss\u00edvel preven\u00e7\u00e3o \u00e9 muito dif\u00edcil de ser alcan\u00e7ada. As dimens\u00f5es continentais do Brasil e a falta da a\u00e7\u00e3o fiscalizadora, segundo ele, contribuem para a propaga\u00e7\u00e3o dos inc\u00eandios nas matas. Com informa\u00e7\u00f5es do Sputnik Brasil.<\/p>\n
Fonte: Brasil ao Minuto<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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