A Pol\u00edcia Federal deflagrou nesta quarta-feira a Opera\u00e7\u00e3o Anhang\u00e1 Arara, que tem como alvo uma quadrilha que coordenava a extra\u00e7\u00e3o de maneiras nobres na Terra Ind\u00edgena Cachoeira Seca, no Par\u00e1. A madeira ilegal era enviada ao exterior atrav\u00e9s dos portos de Bel\u00e9m, Santos, Paranagu\u00e1 e Itaja\u00ed, em um esquema que causou danos ambientais avaliados em R$ 897 milh\u00f5es. Em Santa Catarina, a Pol\u00edcia Federal cumpre mandados na cidade de Porto Uni\u00e3o, no Norte do Estado.<\/p>\n
A opera\u00e7\u00e3o \u00e9 coordenada pela Pol\u00edcia Federal do Par\u00e1, e tamb\u00e9m cumpre mandados nas cidades de Uruar\u00e1, Placas, Rur\u00f3polis, Santar\u00e9m, Castelo dos Sonhos e Altamira (PA), Curitiba e Uni\u00e3o da Vit\u00f3ria (PR). S\u00e3o 10 mandados de condu\u00e7\u00e3o coercitiva, 11 de sequestro de bens e valores, 6 de busca e apreens\u00e3o em empresas e casas pertencentes aos investigados, e suspens\u00e3o das atividades de empresas envolvidas no esquema criminoso.<\/p>\n
A investiga\u00e7\u00e3o partiu de um relat\u00f3rio do Ibama, que apontou a explora\u00e7\u00e3o da Terra Ind\u00edgena Cachoeira Seca por madeireiras clandestinas. Segundo a PF, durante a apura\u00e7\u00e3o foi identificado um grupo empresarial familiar que coordenava a extra\u00e7\u00e3o e depois escoava a madeira atrav\u00e9s de outras empresas do mesmo grupo. Para burlar a fiscaliza\u00e7\u00e3o e dar apar\u00eancia de legalidade \u00e0 opera\u00e7\u00e3o, o grupo \u00e9 suspeito de usar Planos de Manejo Florestal de fachada e de fraudar cr\u00e9ditos florestais por meio de inser\u00e7\u00e3o de dados falsos no Sistema de Comercializa\u00e7\u00e3o e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora).<\/p>\n
As cargas passavam de uma empresa para outra at\u00e9 chegarem aos portos, para exporta\u00e7\u00e3o. Os principais destinos da carga ilegal eram Estados Unidos, Panam\u00e1 e Argentina, na Am\u00e9rica; Fran\u00e7a, Reino Unido e Alemanha, na Europa; Emirados \u00c1rabes e Coreia do Sul na \u00c1sia.<\/p>\n
O esquema, segundo laudo da PF, soma um dano ambiental de R$ 574 milh\u00f5es somente na extra\u00e7\u00e3o ilegal de madeira. Outros R$ 322 milh\u00f5es s\u00e3o estimados como preju\u00edzo ambiental por abertura de \u00e1reas onde \u00e9 feito o chamado corte raso, quando \u00e9 derrubada toda a vegeta\u00e7\u00e3o em uma determinada \u00e1rea.<\/p>\n
Os integrantes do grupo criminoso v\u00e3o responder por desmatamento ilegal, associa\u00e7\u00e3o criminosa e declara\u00e7\u00e3o ilegal de produto de exporta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
O nome da opera\u00e7\u00e3o, Anhang\u00e1 Arara, significa prote\u00e7\u00e3o \u00e0 morada dos \u00edndios. Anhang\u00e1 \u00e9 o esp\u00edrito protetor da natureza, figura pertencente ao folclore ind\u00edgena, enquanto Arara s\u00e3o os povos ind\u00edgenas que habitam a Terra Ind\u00edgena Cachoeira Seca.<\/p>\n
Fonte: Jornal de Santa Catarina<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"