{"id":139175,"date":"2017-10-07T00:01:40","date_gmt":"2017-10-07T03:01:40","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=139175"},"modified":"2017-10-06T21:44:22","modified_gmt":"2017-10-07T00:44:22","slug":"nova-regra-permite-queima-de-oleo-em-casos-de-vazamento-no-mar","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/10\/07\/139175-nova-regra-permite-queima-de-oleo-em-casos-de-vazamento-no-mar.html","title":{"rendered":"Nova regra permite queima de \u00f3leo em casos de vazamento no mar"},"content":{"rendered":"
Uma resolu\u00e7\u00e3o do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que permite a queima controlada de \u00f3leo ap\u00f3s vazamentos no mar foi publicada nesta sexta-feira (6) no Di\u00e1rio Oficial\u00a0 e entrou em vigor.<\/p>\n<\/div>\n
De acordo com a resolu\u00e7\u00e3o, a t\u00e9cnica ser\u00e1 usada como um “esfor\u00e7o de prote\u00e7\u00e3o ambiental e uma forma de tentar minimizar preju\u00edzos \u00e0 sa\u00fade p\u00fablica”, mas depender\u00e1 de uma autoriza\u00e7\u00e3o pr\u00e9via do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov\u00e1veis (Ibama).<\/p>\n<\/div>\n
A queima ser\u00e1 permitida, no entanto, apenas quando outras interven\u00e7\u00f5es n\u00e3o forem aplic\u00e1veis e\/ou efetivas, e quando ocorrer pelo menos uma das seguintes situa\u00e7\u00f5es:<\/p>\n<\/div>\n
Trata-se como \u00f3leo qualquer forma de hidrocarboneto — petr\u00f3leo e seus derivados, incluindo \u00f3leo cru, \u00f3leo combust\u00edvel, res\u00edduos de petr\u00f3leo e produtos refinados.<\/p>\n
De acordo com a Administra\u00e7\u00e3o Oce\u00e2nica e Atmosf\u00e9rica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos, a queima de res\u00edduos de \u00f3leo na \u00e1gua pode causar problemas ambientais.<\/p>\n<\/div>\n
O \u00f3rg\u00e3o do governo americano diz que os res\u00edduos queimados t\u00eam pouca ou nenhuma toxicidade aqu\u00e1tica aguda. Seus maiores impactos ser\u00e3o na vida existente no fundo do mar, que pode “sufocar”. Para a maioria das queimadas controladas, os impactos podem ser muito localizados devido ao pequeno volume de res\u00edduos e \u00e0 dispers\u00e3o pelas correntes de \u00e1gua.<\/p>\n
A NOAA tamb\u00e9m diz que os res\u00edduos s\u00f3 afundam ap\u00f3s o resfriamento e que as propriedades f\u00edsicas ap\u00f3s a combust\u00e3o dependem da efici\u00eancia da t\u00e9cnica de queima. A aplica\u00e7\u00e3o correta gera um material fr\u00e1gil e s\u00f3lido, enquanto a ineficiente cria uma mistura de \u00f3leo n\u00e3o queimado, res\u00edduos queimados e fuligem.<\/p>\n
David Zee, professor da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), diz que n\u00e3o \u00e9 contra a queima controlada de \u00f3leo, mas que a decis\u00e3o precisa ocorrer em situa\u00e7\u00f5es especiais, por exemplo, quando o \u00f3leo est\u00e1 indo para uma \u00e1rea de prote\u00e7\u00e3o ambiental.<\/p>\n<\/div>\n
Zee avalia que parte do problema \u00e9 a “baixa capacidade de rea\u00e7\u00e3o” quando acontecem os vazamentos. Ele explica que nas primeiras 48h, praticamente 30-40% se perde na atmosfera pela volatiza\u00e7\u00e3o dos gases do material.<\/p>\n<\/div>\n
“Uma das coisas importantes \u00e9 a capacidade de resposta. Se voc\u00ea responde r\u00e1pido, em menos de 48h joga barreira de conten\u00e7\u00e3o, cerca o espa\u00e7o, n\u00e3o deixa espalhar, talvez n\u00e3o precise queimar”, explica.<\/p><\/blockquote>\n<\/div>\n
\nGl\u00f3ria Marins, gerente de meio ambiente da empresa Ouro Preto \u00d3leo e G\u00e1s, diz que queima controlada pode ser uma medida de salvamento de alguns \u00e1reas de sensibilidade ambiental cr\u00edtica.<\/p>\n<\/div>\n
\n“\u00c9 uma balan\u00e7a entre voc\u00ea deixar em caso de vazamento o \u00f3leo atingir uma \u00e1rea sens\u00edvel, como um manguezal, onde voc\u00ea vai ter um comprometimento de reposi\u00e7\u00e3o de esp\u00e9cies, e queimar significa impedir um cen\u00e1rio catastr\u00f3fico desses”, disse.<\/p><\/blockquote>\n<\/div>\n
\nA gerente diz que, se tratando de queima, sempre h\u00e1 um risco. “Com a queima com certeza vai ter emiss\u00f5es atmosf\u00e9ricas elevadas, mas isso pode significar o salvamento de uma \u00e1rea sens\u00edvel que pode comprometer um ecossistema por d\u00e9cadas”.<\/p>\n<\/div>\n
\nO professor de Engenharia de Minas e Petr\u00f3leo da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP), Ricardo Cabral de Azevedo, acredita que o maior risco \u00e9 a emiss\u00e3o de CO2 e fuma\u00e7a t\u00f3xica de forma geral.<\/p>\n<\/div>\n
\n“Eu pensaria nos pr\u00f3s e contras. Se voc\u00ea n\u00e3o queimar, o que voc\u00ea vai fazer com o \u00f3leo? O ideal seria recolher, mas nem sempre \u00e9 poss\u00edvel recolher”, explica.<\/p><\/blockquote>\n<\/div>\n
\nDevido \u00e0 fuma\u00e7a, a regulamenta\u00e7\u00e3o da Conama colocou exce\u00e7\u00f5es para a aplica\u00e7\u00e3o da t\u00e9cnica de conte\u00e7\u00e3o. Haver\u00e1 restri\u00e7\u00f5es para a queima:<\/p>\n<\/div>\n
\n\n
- entre 1 e 3 milhas n\u00e1uticas (entre aproximadamente 1,8 quil\u00f4metro e 5,5 quil\u00f4metros) da linha de costa, inclusive de ilhas;<\/li>\n
- entre 1 e 3 milhas n\u00e1uticas de unidades de conserva\u00e7\u00e3o marinhas, cadastradas pelos \u00f3rg\u00e3os respons\u00e1veis do Governo Federal;<\/li>\n
- a mais de 3 milhas n\u00e1uticas da linha de costa sempre que o Estudo de Dispers\u00e3o Atmosf\u00e9rica (EDA) indicar que a fuma\u00e7a ir\u00e1 atingir \u00e1reas povoadas e que resulte em risco de exposi\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o;<\/li>\n
- entre 1 e 3 milhas n\u00e1uticas de \u00e1reas de reprodu\u00e7\u00e3o de quel\u00f4nios, aves ou mam\u00edferos marinhos, devidamente especificadas pela Marinha do Brasil ou publicadas pelo Minist\u00e9rio do Meio Ambiente ou Ibama.<\/li>\n<\/ul>\n<\/div>\n
T\u00e9cnicas de limpeza ap\u00f3s vazamentos<\/strong><\/p>\n
Conhe\u00e7a m\u00e9todos recomendados por especialistas em acidentes com petr\u00f3leo no mar<\/strong><\/p>\n
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- Jateamento de areia<\/strong><\/li>\n<\/ul>\n
Lan\u00e7a areia sobre a mancha de \u00f3leo e afunda o produto no oceano. Afeta a biodiversidade marinha, segundo ambientalistas.<\/p>\n
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- Conten\u00e7\u00e3o de \u00f3leo<\/strong><\/li>\n<\/ul>\n
Barcos lan\u00e7am boias que bloqueiam a dispers\u00e3o da mancha. O \u00f3leo \u00e9 retirado com mais facilidade da \u00e1gua atrav\u00e9s de suc\u00e7\u00e3o, por\u00e9m s\u00f3 funciona quando realizado nas primeiras 48 horas ap\u00f3s o vazamento.<\/p>\n
\n
- Dispers\u00e3o qu\u00edmica<\/strong><\/li>\n<\/ul>\n
Jatos lan\u00e7am produtos qu\u00edmicos sobre a mancha de \u00f3leo concentrada. A vantagem \u00e9 que quebra o \u00f3leo em part\u00edculas que, depois, ser\u00e3o consumidas por bact\u00e9rias da \u00e1gua.<\/p>\n
\n
- Dispers\u00e3o mec\u00e2nica<\/strong><\/li>\n<\/ul>\n
O \u00f3leo se dispersa com jatos d\u2019\u00e1gua ou com movimenta\u00e7\u00e3o provocada por barcos. A mancha se separa em pequenos peda\u00e7os e facilita absor\u00e7\u00e3o pelo oceano, por\u00e9m parte do \u00f3leo pode afundar e atingir a biodiversidade marinha.<\/p>\n
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- Queima de \u00f3leo<\/strong><\/li>\n<\/ul>\n
Fogos \u00e9 ateado no petr\u00f3leo concentrado. A t\u00e9cnica consegue eliminar grandes quantidades de \u00f3leo rapidamente, por\u00e9m pode haver libera\u00e7\u00e3o de gases, aquecimento da \u00e1gua e causa danos \u00e0 vida marinha pr\u00f3xima.<\/p>\n
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- Fios de cabelo<\/strong><\/li>\n<\/ul>\n
Material \u00e9 lan\u00e7ado no \u00f3leo para absor\u00e7\u00e3o do produto. Ajuda a absorver parte do \u00f3leo, por\u00e9m aumenta a quantidade de detritos no mar se n\u00e3o recolhidos.<\/p>\n
Fonte: G1<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Uso de t\u00e9cnica ser\u00e1 permitida apenas com autoriza\u00e7\u00e3o do Ibama e quando outras interven\u00e7\u00f5es n\u00e3o forem aplic\u00e1veis. <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[475,474,98],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/139175"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=139175"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/139175\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=139175"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=139175"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=139175"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}