{"id":139387,"date":"2017-10-14T00:00:58","date_gmt":"2017-10-14T03:00:58","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=139387"},"modified":"2017-10-13T21:43:53","modified_gmt":"2017-10-14T00:43:53","slug":"natureza-em-foco-no-planejamento-urbano-de-tres-metropoles-brasileiras","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/10\/14\/139387-natureza-em-foco-no-planejamento-urbano-de-tres-metropoles-brasileiras.html","title":{"rendered":"Natureza em foco no planejamento urbano de tr\u00eas metr\u00f3poles brasileiras"},"content":{"rendered":"
Com ajuda de projeto internacional financiado pelo governo alem\u00e3o, Campinas, Belo Horizonte e Londrina pretendem evitar crises h\u00eddricas, alimentar a popula\u00e7\u00e3o sem agredir o meio ambiente e otimizar uso do solo.O Brasil tem a maior biodiversidade do planeta, com pelo menos 20% das esp\u00e9cies existentes e 30% das florestas tropicais do mundo. Mas na hora de integrar pol\u00edticas de conserva\u00e7\u00e3o e sustentabilidade ao planejamento urbano, o pa\u00eds est\u00e1 longe de ser exemplo. Um novo projeto liderado pela associa\u00e7\u00e3o internacional Iclei – Governos Locais pela Sustentabilidade e financiando pela Alemanha busca reverter essa l\u00f3gica e colocar a natureza em foco em tr\u00eas regi\u00f5es metropolitanas brasileiras.<\/p>\n
Campinas (SP), Belo Horizonte (MG) e Londrina (PR) foram escolhidas para participar do projeto, chamado Interact-Bio e que deve trazer investimentos, a\u00e7\u00f5es estrat\u00e9gicas para o meio ambiente, trocas de experi\u00eancias e capacita\u00e7\u00f5es t\u00e9cnicas para as regi\u00f5es. Com isso, a meta \u00e9 n\u00e3o simplesmente preservar a natureza, mas tamb\u00e9m resolver problemas urbanos bem espec\u00edficos com ajuda dos recursos naturais.<\/p>\n
O projeto, com dura\u00e7\u00e3o de quatro anos, conta com investimento de 6 milh\u00f5es de euros, provenientes do Minist\u00e9rio Federal Alem\u00e3o do Meio Ambiente, Prote\u00e7\u00e3o da Natureza, Constru\u00e7\u00e3o e Seguran\u00e7a Nuclear (BMUB). Al\u00e9m do Brasil, a iniciativa ser\u00e1 simultaneamente realizada em tr\u00eas regi\u00f5es da \u00cdndia e tr\u00eas da Tanz\u00e2nia, outros pa\u00edses conhecidos por sua biodiversidade.<\/p>\n
Crise h\u00eddrica<\/p>\n
Campinas, escolhida como regi\u00e3o modelo no Brasil, foi palco da crise h\u00eddrica que atingiu o Sudeste em 2014, com impactos econ\u00f4micos e de fornecimento para a popula\u00e7\u00e3o, que teve que recorrer ao chamado volume morto dos reservat\u00f3rios. Causada principalmente pela escassez de chuvas, a situa\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m foi agravada por componentes locais.<\/p>\n
Um levantamento da SOS Mata Atl\u00e2ntica constatou na \u00e9poca que apenas 21,5% das \u00e1reas do Sistema Cantareira continham cobertura vegetal. A falta de vegeta\u00e7\u00e3o causou eros\u00e3o e assoreamento, que reduzem a capacidade do sistema de armazenar \u00e1gua, complicando ainda mais o problema, segundo o secret\u00e1rio municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent\u00e1vel de Campinas, Rog\u00e9rio Menezes.<\/p>\n
A cidade est\u00e1 agora trabalhando para religar fragmentos de \u00e1reas verdes em seu territ\u00f3rio por corredores ecol\u00f3gicos, recuperando \u00e1reas de preserva\u00e7\u00e3o permanente, de nascentes e matas ciliares. O Plano Municipal do Verde de Campinas prev\u00ea, at\u00e9 2026, recuperar 280 quil\u00f4metros de corredores ecol\u00f3gicos e 1.590 hectares de \u00c1reas de Preserva\u00e7\u00e3o Permanente (APPs).<\/p>\n
Para ajudar a resolver problemas maiores, como o da gest\u00e3o h\u00eddrica, Campinas quer que todos os munic\u00edpios da regi\u00e3o tamb\u00e9m insiram a biodiversidade no planejamento regional de longo prazo quando realizarem seus planos diretores. O Interact-Bio vai ajudar a articular essa intera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
“Aqui a gente sabe de quantas mudas precisamos, que \u00e1reas s\u00e3o essas, se s\u00e3o p\u00fablicas ou privadas. E pedimos compensa\u00e7\u00f5es ambientais de empresas na aprova\u00e7\u00e3o de novos empreendimentos. Mas n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 Campinas que precisa fazer isso, s\u00e3o 20 cidades na regi\u00e3o-, afirma Menezes. “Hoje h\u00e1 uma articula\u00e7\u00e3o de planejamento muito fr\u00e1gil dentro das regi\u00f5es metropolitanas. Os munic\u00edpios cresceram e foram emendando um no outro.”<\/p>\n
Seguran\u00e7a alimentar<\/p>\n
No caso de Belo Horizonte, o Interact-Bio contribuir\u00e1 com a busca de solu\u00e7\u00f5es para a seguran\u00e7a alimentar da popula\u00e7\u00e3o. O fornecimento de alimentos na capital de Minas Gerais depende de munic\u00edpios ao redor, onde o tecido urbano est\u00e1 avan\u00e7ando sobre \u00e1reas destinadas \u00e0 agricultura, que por sua vez avan\u00e7am sobre \u00e1reas naturais.<\/p>\n
“A gente precisa descobrir como dar conta de alimentar a popula\u00e7\u00e3o de uma maneira que n\u00e3o seja agressiva ao meio ambiente”, diz a analista de pol\u00edticas p\u00fablicas da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte e uma das coordenadoras do projeto na cidade, Ana Maria Caetano.<\/p>\n
Uma das solu\u00e7\u00f5es para locais onde a natureza est\u00e1 amea\u00e7ada pode ser, por exemplo, um processo de urbaniza\u00e7\u00e3o planejada, com a implementa\u00e7\u00e3o de hortas familiares e prote\u00e7\u00e3o de cursos d’\u00e1gua e matas. Outros problemas s\u00e3o como preservar a biodiversidade no espa\u00e7o urbano e lidar com os efeitos das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, que t\u00eam provocado o aumento de ondas de calor.<\/p>\n
“O projeto vai alinhavar uma s\u00e9rie de ideias e a\u00e7\u00f5es que j\u00e1 existem, cada uma na sua caixinha”, englobando outras cidades na regi\u00e3o como Betim, conta Ana Maria. A terceira metr\u00f3pole brasileira escolhida pelo projeto, Londrina, planeja tratar de quest\u00f5es relativas ao uso do solo com o Interact-Bio.<\/p>\n
Governos locais fortalecidos<\/p>\n
De acordo com Sophia Picarelli, coordenadora do projeto no Iclei – associa\u00e7\u00e3o que conecta mais de 1.500 governo de cidades e estados em mais de 100 pa\u00edses -, o objetivo \u00e9 promover um olhar mais agu\u00e7ado dos governos locais para o potencial da gest\u00e3o local da biodiversidade. Com isso, a ideia \u00e9 ajudar o Brasil a alcan\u00e7ar as Metas de Aichi para a Biodiversidade, adotadas por mais de 190 pa\u00edses em 2010.<\/p>\n
A conversa vai ser fomentada entre diferentes n\u00edveis de governo para que as metas globais sejam traduzidas para quest\u00f5es pr\u00e1ticas. Em um momento em que o governo federal tem sido criticado por ambientalistas, a iniciativa representa uma oportunidade de explorar melhor o potencial dos governos locais.<\/p>\n
“\u00c9 onde ocorrem atribui\u00e7\u00f5es que esperamos que se mantenham quanto ao licenciamento ambiental, uso e ocupa\u00e7\u00e3o do solo, medidas de fiscaliza\u00e7\u00e3o, monitoramento e a potencial conectividade de fragmentos de mata. Esse protagonismo deve receber cada vez mais for\u00e7a”, afirma Picarelli.<\/p>\n
Fonte: Terra<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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