Um risco global pode estar a caminho. A comunidade cient\u00edfica j\u00e1 alertou que a temperatura m\u00e9dia do planeta subir\u00e1 caso n\u00e3o sejam reduzidas as emiss\u00f5es de gases de efeito estufa geradas pela ind\u00fastria, pela queima de combust\u00edveis e por outras fontes. Esse aquecimento poder\u00e1 expor pessoas mundo afora a inc\u00eandios florestais, secas e diversos eventos extremos. Diante do cen\u00e1rio alarmante, mais de 190 pa\u00edses re\u00fanem-se todos os anos em encontros que ficaram conhecidos como as Confer\u00eancias do Clima, com o objetivo de amenizar a quest\u00e3o.<\/p>\n
A pr\u00f3xima edi\u00e7\u00e3o do evento ocorrer\u00e1 em novembro e ser\u00e1 tema de uma s\u00e9rie de mat\u00e9rias que o Minist\u00e9rio do Meio Ambiente (MMA) publica a partir de hoje (16\/10), sempre \u00e0s segundas-feiras. Essa ser\u00e1 a vig\u00e9sima terceira edi\u00e7\u00e3o da reuni\u00e3o anual, que atende pelo nome oficial de 23\u00aa Confer\u00eancia das Partes (COP 23) da Conven\u00e7\u00e3o-Quadro das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Mudan\u00e7a do Clima (UNFCCC, na sigla em ingl\u00eas). Ser\u00e3o duas semanas, entre 6 e 17 de novembro, de negocia\u00e7\u00f5es e debates em Bonn, na Alemanha.<\/p>\n
Pioneiro na agenda, o Brasil apresentar\u00e1 os avan\u00e7os na a\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica nacional e debater\u00e1 as diversas quest\u00f5es ligadas ao tema em uma \u00e1rea montada pelo governo federal dentro da Confer\u00eancia. O Espa\u00e7o Brasil na COP 23 envolver\u00e1 representantes de \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos, do setor privado, da academia e da sociedade civil em debates sobre o que \u00e9 necess\u00e1rio fazer para conter a mudan\u00e7a do clima a n\u00edvel nacional e mundial.<\/p>\n
CRIATIVIDADE<\/strong><\/p>\n O principal objetivo da COP 23 ser\u00e1 avan\u00e7ar na regulamenta\u00e7\u00e3o do\u00a0Acordo de Paris<\/a>, um esfor\u00e7o mundial em que cada pa\u00eds tem seu papel frente \u00e0 mudan\u00e7a do clima. Considerada uma das mais ambiciosas, a meta brasileira envolve todos os setores da economia. \u201cPrecisamos ser criativos com especialistas do setor financeiro que possam projetar mecanismos inovadores\u201d, declarou o secret\u00e1rio de Mudan\u00e7a do Clima e Florestas do Minist\u00e9rio do Meio Ambiente, Everton Lucero, em debate com o setor industrial.<\/p>\n A a\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica proposta pelo Acordo de Paris \u00e9 vista pelo Brasil como uma oportunidade de desenvolvimento sustent\u00e1vel do pa\u00eds. De acordo com Lucero, setores como a bioenergia e a bioqu\u00edmica podem ser impulsionados a partir desse novo cen\u00e1rio global. \u201cO desafio \u00e9 reunir especialistas em engenharia financeira e garantir que a nossa economia possa prosperar e a competitividade ser mantida\u201d, acrescentou o secret\u00e1rio.<\/p>\n O engajamento na quest\u00e3o clim\u00e1tica \u00e9 global. Anfitri\u00e3 da Confer\u00eancia que, em 2015, estabeleceu o Acordo de Paris, a Fran\u00e7a tamb\u00e9m reconhece esse potencial de desenvolvimento. \u201cEnergias renov\u00e1veis e novas tecnologias de baixo carbono conquistam o mercado com pre\u00e7os competitivos, o que confirma que est\u00e1 sendo realizado, no mundo todo, uma transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica irrevers\u00edvel\u201d, avaliou o ministro-conselheiro da Embaixada da Fran\u00e7a no Brasil, Gilles P\u00e9cassou, em audi\u00eancia no Senado Federal.<\/p>\n EMISS\u00d5ES<\/strong><\/p>\n O Brasil tem diversas frentes de a\u00e7\u00e3o para cumprir suas metas. Pelas estimativas oficiais, o setor de energia \u00e9 respons\u00e1vel por 37% das emiss\u00f5es l\u00edquidas brasileiras, conforme os dados mais recentes do Minist\u00e9rio da Ci\u00eancia, Tecnologia, Inova\u00e7\u00f5es e Comunica\u00e7\u00f5es, referentes a 2014. A agropecu\u00e1ria responde por 33% das emiss\u00f5es, seguida pelos setores de mudan\u00e7a de uso da terra e florestas (18%), processos industriais (7%) e tratamento de res\u00edduos (5%).<\/p>\n O MMA \u00e9 respons\u00e1vel por diversos programas que atuam na redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es, chamada de \u201cmitiga\u00e7\u00e3o\u201d no jarg\u00e3o das confer\u00eancias. O projeto Siderurgia Sustent\u00e1vel \u00e9 uma dessas iniciativas e fomenta a produ\u00e7\u00e3o de carv\u00e3o limpo e eficiente (carv\u00e3o vegetal) para ser usado pelo setor. No Brasil, cerca de 30% da produ\u00e7\u00e3o de ferro gusa e a\u00e7o j\u00e1 usa o carv\u00e3o vegetal como fonte. Enquanto isso, no mundo, o uso de combust\u00edveis f\u00f3sseis nesse segmento chega a 98,5%.<\/p>\n O Projeto Efici\u00eancia Energ\u00e9tica em Edifica\u00e7\u00f5es (Projeto 3E) tamb\u00e9m atua na mitiga\u00e7\u00e3o ao promover melhores pr\u00e1ticas de uso da energia junto \u00e0 sociedade. A iniciativa parte da constata\u00e7\u00e3o de que o setor de edifica\u00e7\u00f5es responde por mais de 40% da eletricidade consumida no pa\u00eds. A partir da\u00ed, o 3E desenvolve um mercado de efici\u00eancia em pr\u00e9dios p\u00fablicos e comerciais por meio de a\u00e7\u00f5es como avalia\u00e7\u00f5es do consumo em \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos e treinamentos para etiquetagem de efici\u00eancia energ\u00e9tica em edifica\u00e7\u00f5es.<\/p>\n O ACORDO DE PARIS<\/strong><\/p>\n Conclu\u00eddo em dezembro de 2015, na COP 21, o Acordo de Paris \u00e9 um esfor\u00e7o mundial para \u201cmanter o aumento da temperatura m\u00e9dia global bem abaixo dos 2 \u00b0C acima dos n\u00edveis pr\u00e9-industriais e buscar esfor\u00e7os para limitar o aumento da temperatura a 1,5 \u00b0C\u201d. Para isso, cada pa\u00eds apresentou sua meta de corte de emiss\u00f5es, conhecida como Contribui\u00e7\u00e3o Nacionalmente Determinada (NDC).<\/p>\n A meta brasileira \u00e9 reduzir 37% das emiss\u00f5es de gases de efeito estufa at\u00e9 2025, com indicativo de cortar 43% at\u00e9 2030 \u2013 ambos em compara\u00e7\u00e3o a 2005. Como forma de alcan\u00e7ar o objetivo, a NDC brasileira prop\u00f5e, entre outras coisas, restaurar e reflorestar 12 milh\u00f5es de hectares de florestas e aumentar a participa\u00e7\u00e3o de bioenergia sustent\u00e1vel na matriz energ\u00e9tica brasileira.<\/p>\n SAIBA MAIS<\/strong><\/p>\n Confira os principais termos para entender a COP 23:<\/strong><\/p>\n UNFCCC <\/strong>\u2013 A Conven\u00e7\u00e3o-Quadro das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Mudan\u00e7a do Clima (UNFCCC) foi criada como um dos resultados da Rio 92, a Confer\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada h\u00e1 25 anos no Rio de Janeiro. A UNFCCC re\u00fane, hoje, mais de 190 pa\u00edses signat\u00e1rios que atuam com foco em medidas para mitigar a mudan\u00e7a do clima e se adaptar a ela.<\/p>\n COP<\/strong> \u2013 A Confer\u00eancia das Partes (COP) \u00e9 o \u00f3rg\u00e3o supremo da UNFCCC. Todos os anos, representantes dos pa\u00edses signat\u00e1rios re\u00fanem-se, na COP, para adotar medidas e acompanhar o andamento dos acordos estabelecidos anteriormente. A cada ano, a reuni\u00e3o ocorre em uma cidade diferente. A 23\u00aa edi\u00e7\u00e3o da COP ser\u00e1 realizada em Bonn, onde fica a sede da UNFCCC. A presid\u00eancia da COP 23 ser\u00e1 exercida pela Rep\u00fablica das Ilhas Fiji.<\/p>\n NDC<\/strong> \u2013 As Contribui\u00e7\u00f5es Nacionalmente Determinadas (NDCs) representam o compromisso dos signat\u00e1rios da UNFCCC com a redu\u00e7\u00e3o de emiss\u00f5es de gases de efeito estufa em seus pr\u00f3prios territ\u00f3rios. Ao longo do processo de conclus\u00e3o do Acordo de Paris, cada pa\u00eds apresentou a sua meta com percentuais de corte de emiss\u00f5es, prazos e a\u00e7\u00f5es para atingi-los.<\/p>\n Fonte: MMA<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Confer\u00eancia do Clima ocorrer\u00e1 em novembro, na Alemanha. 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