{"id":139603,"date":"2017-10-23T00:00:28","date_gmt":"2017-10-23T02:00:28","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=139603"},"modified":"2017-10-22T23:02:12","modified_gmt":"2017-10-23T01:02:12","slug":"risco-agora-e-a-erosao-dos-solos-e-a-contaminacao-da-agua","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/10\/23\/139603-risco-agora-e-a-erosao-dos-solos-e-a-contaminacao-da-agua.html","title":{"rendered":"Inc\u00eandios – Risco agora \u00e9 a eros\u00e3o dos solos e a contamina\u00e7\u00e3o da \u00e1gua"},"content":{"rendered":"
Depois dos inc\u00eandios, quando a chuva vier a s\u00e9rio, as extensas regi\u00f5es afetadas pelos fogos deste ano, que ascendem a mais de 500 mil hectares, enfrentam novos problemas: a eros\u00e3o dos solos e a possibilidade de contamina\u00e7\u00e3o de rios e albufeiras com as cinzas e outros contaminantes, transportados pela escorr\u00eancia das \u00e1guas. Nas zonas de maior risco poder\u00e1 haver interven\u00e7\u00f5es para travar os efeitos mais severos, mas a dimens\u00e3o das \u00e1reas ardidas n\u00e3o ajuda.<\/p>\n
No terreno, j\u00e1 h\u00e1 quem esteja a trabalhar, como Jacob Keiser, investigador da Universidade de Aveiro e especialista em eros\u00e3o do solo, com a demonstra\u00e7\u00e3o de t\u00e9cnicas que podem diminuir o impacto das chuvas na eros\u00e3o dos solos que ficaram calcinados.<\/p>\n
“Fomos contactados pelo ICNF [Instituto da Conserva\u00e7\u00e3o da Natureza e das Florestas] em meados de agosto, na sequ\u00eancia dos inc\u00eandios de Pedr\u00f3g\u00e3o para um projeto-piloto de demonstra\u00e7\u00e3o de t\u00e9cnicas para travar a eros\u00e3o do solo no p\u00f3s-inc\u00eandio”, explica ao DN o investigador de Aveiro.<\/p>\n
Na sequ\u00eancia do pedido, Jacob Keiser e a sua equipa do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro participaram em agosto num\u00a0workshop <\/em>com t\u00e9cnicos dos gabinetes t\u00e9cnicos florestais (GTF) dos munic\u00edpios afetados pelo inc\u00eandio de Pedr\u00f3g\u00e3o, e fizeram a demonstra\u00e7\u00e3o em encostas de pinhal ardido, em Castanheira de Pera.<\/p>\n Porque pretendem recolher dados para estudo cient\u00edfico, numa das parcelas a equipa n\u00e3o fez nenhuma interven\u00e7\u00e3o, noutra aplicou uma barreira de ramos, com o objetivo de travar a velocidade da \u00e1gua da chuva, quando ela chegar, e noutra aplicou uma cobertura de caruma que ao mesmo tempo que protege o solo calcinado e vulner\u00e1vel tamb\u00e9m absorve alguma \u00e1gua e trava a sua escorr\u00eancia.<\/p>\n “Demonstr\u00e1mos as t\u00e9cnicas, vamos continuar a monitorizar as parcelas com os t\u00e9cnicos dos GTF e depois vamos acompanhar como consultores a aplica\u00e7\u00e3o das medidas que forem tomadas”, adianta Jacob Keiser. Para breve est\u00e1 tamb\u00e9m agendada uma demonstra\u00e7\u00e3o id\u00eantica em zonas de eucaliptal, mas de acordo com os estudos que faz h\u00e1 anos nesta \u00e1rea, o investigador de Aveiro \u00e9 da opini\u00e3o de que a aplica\u00e7\u00e3o de um coberto sobre o solo ardido \u00e9 o que acaba por ter mais vantagens. “O ideal, na nossa perspetiva, \u00e9 aplicar uma cobertura, por exemplo, de palha ou de res\u00edduos florestais que ficaram do corte, ou ainda caruma, no caso do pinhal”, adianta. Na Galiza, diz, “h\u00e1 muito a pr\u00e1tica de aplicar palha, lan\u00e7ada de helic\u00f3ptero”. As vantagens? “\u00c9 eficaz e \u00e9 imposs\u00edvel fazer mal, enquanto criar barreiras leva mais tempo e pode ter riscos.”<\/p>\n Na pr\u00e1tica, ser\u00e1 imposs\u00edvel agir em todas as \u00e1reas ardidas. Mas dada a extens\u00e3o e a severidade dos fogos, “haver\u00e1 zonas com bastante eros\u00e3o”, acredita Jacob Keiser. Ser\u00e1 sobretudo a\u00ed que vai ser preciso intervir, diz. Em zonas “onde a severidade do inc\u00eandio foi grande e o risco de eros\u00e3o \u00e9 maior, em zonas com declives mais acentuados, ou onde o solo \u00e9 importante do ponto de vista dos ecossistemas, naquelas onde os sistemas florestais t\u00eam importante produtividade e ainda onde h\u00e1 albufeiras e linhas de \u00e1gua, ou onde h\u00e1 riscos de inunda\u00e7\u00f5es urbanas”, explica o cientista de Aveiro. \u00c9 que, al\u00e9m do problema da eros\u00e3o dos solos, e consoante a sua intensidade, as chuvas v\u00e3o arrastar n\u00e3o apenas sedimentos e nutrientes, mas tamb\u00e9m as cinzas e os restos calcinados de vegeta\u00e7\u00e3o que t\u00eam um grande potencial de contamina\u00e7\u00e3o das linhas de \u00e1gua e das albufeiras.<\/p>\n Nesta altura, apontar em concreto as regi\u00f5es onde vai ser preciso intervir “\u00e9 dif\u00edcil”, nota Jacob Keiser, mas \u00e0 partida ser\u00e3o aquelas que couberem nestes crit\u00e9rios e, na sua opini\u00e3o, ter\u00e3o de ser as autoridades e os t\u00e9cnicos locais quem melhor poder\u00e1 fazer essa despistagem.<\/p>\n Contamina\u00e7\u00e3o da \u00e1gua<\/p>\n O outro problema que vai colocar-se quando a chuva chegar \u00e9 o da potencial contamina\u00e7\u00e3o dos recursos h\u00eddricos pelas cinzas e sedimentos queimados, levados para rios e albufeiras.<\/p>\n “Os sedimentos e nutrientes que n\u00e3o foram volatilizados pelo fogo, s\u00e3o transportados pela chuva”, explica Alexandre Tavares, professor e investigador da Universidade de Coimbra na \u00e1rea das Ci\u00eancias da Terra e da cartografia de risco.<\/p>\n “Estamos a falar de sais sol\u00faveis, de sulfatos, de nitratos e de outros compostos de azoto, e de cinzas, que t\u00eam concentra\u00e7\u00f5es de c\u00e1lcio 20 vezes superiores em rela\u00e7\u00e3o ao solo original por causa do fogo”, sublinha o cientista. \u00c9 esta mistura que “atinge as linhas de \u00e1gua e que, por causa da sua concentra\u00e7\u00e3o, pode levar \u00e0 prolifera\u00e7\u00e3o de algas, que, por sua vez, pode levar \u00e0 prolifera\u00e7\u00e3o de micro-organismos, alguns deles t\u00f3xicos”, antecipa Alexandre Tavares.<\/p>\n A chuva logo a seguir aos fogos j\u00e1 foi uma pequena amostra do que poder\u00e1 suceder quando vier o inverno. Sem surpresa, logo na quarta-feira, a popula\u00e7\u00e3o de v\u00e1rias localidades de Alcoba\u00e7a foi aconselhada pelos servi\u00e7os municipais a n\u00e3o beber \u00e1gua da rede p\u00fablica – estava cheia de cinzas.<\/p>\n Fonte: Di\u00e1rio de Not\u00edcias<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" O solo queimado ficou vulner\u00e1vel. Em algumas zonas vai ser preciso intervir e j\u00e1 h\u00e1 quem esteja a trabalhar para isso <\/a><\/p>\n<\/div>","protected":false},"author":3,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[4],"tags":[694,166,445,144],"_links":{"self":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/139603"}],"collection":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/users\/3"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=139603"}],"version-history":[{"count":0,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/139603\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=139603"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=139603"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"http:\/\/localhost\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=139603"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}