{"id":140598,"date":"2017-12-06T00:01:31","date_gmt":"2017-12-06T02:01:31","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=140598"},"modified":"2017-12-05T21:37:47","modified_gmt":"2017-12-05T23:37:47","slug":"o-que-precisamos-saber-sobre-o-barulhento-vulcao-de-bali","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2017\/12\/06\/140598-o-que-precisamos-saber-sobre-o-barulhento-vulcao-de-bali.html","title":{"rendered":"O que precisamos saber sobre o barulhento vulc\u00e3o de Bali"},"content":{"rendered":"
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Moradores da ilha indon\u00e9sia de Bali est\u00e3o prendendo a respira\u00e7\u00e3o enquanto esperam pela erup\u00e7\u00e3o iminente do Monte Agung, um vulc\u00e3o ativo que amea\u00e7a cobrir parte da ilha de cinzas, lava e fluxos de lama. Abalos s\u00edsmicos foram detectados no final de setembro, e indicavam que o barulhento vulc\u00e3o est\u00e1 prestes a despertar, mas cientistas n\u00e3o estavam certos de quando esses estrondos se concretizariam.<\/p>\n

Agora, dois meses depois, parece que o vulc\u00e3o cumprir\u00e1 sua promessa. Pequenas erup\u00e7\u00f5es iniciaram-se na ter\u00e7a-feira, 21 de novembro, e no s\u00e1bado, 25, elas come\u00e7aram a acelerar. Vulcanologistas dizem que uma grande erup\u00e7\u00e3o pode ser iminente.<\/p>\n

Leia a seguir cinco coisas que voc\u00ea precisa saber sobre esse perigo em evolu\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

1. As pessoas correm perigo?<\/strong><\/p>\n

Na noite de domingo, o governo indon\u00e9sio emitiu uma ordem de evacua\u00e7\u00e3o para 100 000 pessoas que vivem no nordeste de Bali. Este n\u00famero soma-se aos quase 40 000 habitantes que j\u00e1 haviam sido deslocados no pa\u00eds desde setembro.<\/p>\n

Milhares de turistas tamb\u00e9m fugiram da popular ilha da na\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A \u00faltima vez que o Monte Agung entrou em erup\u00e7\u00e3o<\/a> foi em 1963, e quase duas mil\u00a0pessoas morreram.<\/p>\n

Ainda n\u00e3o se sabe exatamente quando a erup\u00e7\u00e3o do Agung pode acontecer \u2013\u00a0erup\u00e7\u00f5es vulc\u00e2nicas s\u00e3o notoriamente imprevis\u00edveis \u2013, mas a atividade recente sugere que mais \u201cfogos de artif\u00edcio\u201d s\u00e3o poss\u00edveis.<\/p>\n

2. Ali\u00e1s, o que \u00e9 o Monte Agung?<\/strong><\/p>\n

Para entender o que torna o Monte Agung t\u00e3o poderoso, \u00e9 importante saber um pouco sobre seu hist\u00f3rico geol\u00f3gico.<\/p>\n

Nas 13 mil pequenas e grandes ilhas que compreendem a Indon\u00e9sia, existem 78 vulc\u00f5es ativos. De acordo com o\u00a0Programa Global de Vulcanismo, da Institui\u00e7\u00e3o Smithsonian<\/a> (em ingl\u00eas), apenas o Jap\u00e3o ultrapassa a Indon\u00e9sia em n\u00fameros de erup\u00e7\u00f5es. Mas, de longe, a Indon\u00e9sia tem visto o maior n\u00famero de mortes causadas por vulc\u00f5es, porque as pessoas vivem bem pr\u00f3ximas das regi\u00f5es vulcanicamente ativas.\u00a0Um estudo<\/a> de 1600 a 1982 estima que 160 000 mortes foram causadas por um vulc\u00e3o indon\u00e9sio em erup\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

3. Bali est\u00e1 no Anel de Fogo do Pac\u00edfico?<\/strong><\/p>\n

A Indon\u00e9sia situa-se ao longo de uma regi\u00e3o em formato de U invertido, chamada\u00a0Anel de Fogo. Essa \u00e1rea, que forma um arco do leste da Austr\u00e1lia, ao norte no Alasca e at\u00e9 a costa oeste da Am\u00e9rica do Sul, \u00e9 a mais sismicamente ativa do mundo. E onde h\u00e1 atividades s\u00edsmicas existem vulc\u00f5es. Na verdade, cerca de 90% dos vulc\u00f5es ativos situam-se no Anel de Fogo.<\/p>\n

O Agung, por sua vez, fica em uma regi\u00e3o do Anel de Fogo chamada Arco de Sonda, que se curva pela metade inferior da placa tect\u00f4nica de Sonda. Ao sul, a placa indo-australiana est\u00e1 aos poucos sendo for\u00e7ada para baixo. Essa zona de subduc\u00e7\u00e3o convive com um atrito consider\u00e1vel entre as duas placas, e, com o tempo, a press\u00e3o estala e gera terremotos. Parte da placa subduzida derrete no calor interno da Terra, e isso pode criar o magma. Menos denso do que as pedras ao redor, esse magma sobe para a superf\u00edcie e, consequentemente, resulta em erup\u00e7\u00f5es.<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n

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4. Como a erup\u00e7\u00e3o tem progredido? <\/strong><\/p>\n

Em uma entrevista ao ve\u00edculo de not\u00edcias RTE News at One, Mark Tingay, vulcanologista da Universidade de Adelaide, disse que o magma nessa parte do mundo \u00e9 altamente viscoso. Isso pode fazer com que mais bolhas de g\u00e1s fiquem presas nele, o que cria condi\u00e7\u00f5es mais explosivas.<\/p>\n

Tingay tamb\u00e9m observou que, desde s\u00e1bado, 25 de novembro, o vulc\u00e3o tem evolu\u00eddo de uma erup\u00e7\u00e3o fre\u00e1tica \u2013\u00a0explos\u00f5es caracterizadas por vapor, \u00e1gua e cinzas \u2013\u00a0para uma fase magm\u00e1tica na qual o magma quente explode por baixo.<\/p>\n

5. O que esperar a seguir? <\/strong><\/p>\n

O centro de monitoramento vulc\u00e2nico\u00a0MAGMA Indonesia<\/a> (em ingl\u00eas) tem atualizado localmente os residentes sobre a atividade do vulc\u00e3o ao longo dos \u00faltimos meses. Eles observaram que, baseado na erup\u00e7\u00e3o de 1963, h\u00e1 quatro perigos em potencial em rela\u00e7\u00e3o ao Monte Agung: fluxos pirocl\u00e1stico\u00a0e de lava, lan\u00e7amento de cinzas e deslizamentos de terra.<\/p>\n

De acordo com o\u00a0Observat\u00f3rio Geol\u00f3gico dos Estados Unidos<\/a> (USGS, na sigla em ingl\u00eas), <\/strong>fluxos pirocl\u00e1sticos s\u00e3o caracterizados por um fluxo quente de cinzas, g\u00e1s, blocos de lava aquecidas e pedras-pomes que correm em alta velocidade pelo declive do vulc\u00e3o. Esses fluxos normalmente possuem fragmentos grossos que fluem ao longo de sua metade inferior e g\u00e1s cinzento aquecido flutuando na superf\u00edcie. Al\u00e9m de carregar fragmentos quentes, fluxos pirocl\u00e1sticos s\u00e3o velozes. Alguns podem chegar a 80,5 quil\u00f4metros por hora\u00a0e s\u00e3o conhecidos por destruir tudo que encontrarem pelo caminho.<\/p>\n

Por outro lado, fluxos de lava viscosa movem-se muito mais devagar e t\u00eam o potencial de prender bolhas de g\u00e1s que explodem.<\/p>\n

Janine Kippner, vulcanologista da Universidade de Pittsburg, apontou no Twitter que o lan\u00e7amento de cinzas espessas, de 1,6 metros, podem cobrir tudo a um raio de 14,5 quil\u00f4metros do pico do Monte Agung. Mover-se atrav\u00e9s dessa nuvem de cinzas sem m\u00e1scaras protetoras pode implicar \u00e0s pessoas complica\u00e7\u00f5es respirat\u00f3rias.<\/p>\n

Quando combinado com chuvas, observou Kippner, a queda de cinzas pode criar uma avalanche de lama chamada lahar. Como apontou Tingay em sua entrevista, lahars \u00e0s vezes s\u00e3o mais perigosos do que a erup\u00e7\u00e3o inicial. O USGS informa que lahars geralmente iniciam-se pequenos, mas crescem em volume e velocidade conforme movem-se ladeira abaixo. Como inunda\u00e7\u00f5es feitas de concreto em movimento, lahars s\u00e3o extremamente destrutivos e imposs\u00edveis de escapar.<\/p>\n

Fonte: National Geographic Brasil<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"